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O TEMPO DO DESIGN PARTICIPATIVO - Coggle Diagram
O TEMPO DO DESIGN PARTICIPATIVO
DESIGN E INOVAÇÃO SOCIAL
interesse no papel que o Design pode ter na resolução de questões sociais
em primeiro lugar, as mudanças ocorridas ao longo das décadas no âmbito industrial, a evolução do papel e da percepção do usuário e a ampliação do objeto de projeto a âmbitos diferentes dos tradicionais, tem levado a um diferente entendimento da disciplina e da profissão.
em segundo lugar, designers socialmente engajados começaram a se preocupar mais com encontrar solução às consequências negativas do consumo de massa e da produção industrial, e com a crise dos modelos de welfare.
Acredita-se que o Design pode favorecer e promover tais soluções através da sua ação interdisciplinar e da capacidade de desenvolver respostas integradas de produtos, serviços e comunicação, ou seja, estratégias, capazes de enfrentar os desafios do mundo contemporâneo
Entre os elementos fundamentais da Inovação Social há a origem bottom-up da solução, a participação das pessoas interessadas no processo e sua capacitação, que permitem uma redistribuição do poder de decisão da sociedade.
O processo de Design, portanto, precisa ser adaptado a um contexto e colaboradores diferentes do passado.
O TEMPO NO DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO
De acordo com Dille e Söderlund (2011), o tempo é um elemento fundamental em um projeto, tanto no que concerne ao seu desenvolvimento quanto a sua análise.
Em primeiro lugar, o mais comum critério de avaliação de um projeto e das atividades desenvolvidas é o alcance de objetivos temporais, ou seja, sua realização em um intervalo de tempo preestabelecido.
Em segundo lugar, as atividades necessárias ao desenvolvimento de um projeto preveem que os participantes realizem ações que fogem de seus procedimentos de trabalho padronizados e que pedem, portanto, uma mútua adaptação e coordenação das rotinas recíprocas.
Finalmente, um projeto normalmente requer a intervenção de unidades organizacionais e operacionais contextuais, cada uma das quais tem seus próprios métodos e tempo de desenvolvimento das ações que na gestão do projeto devem ser coordenados globalmente, ou seja, devem ser estabelecidos alguns procedimentos e um “tempo global” do projeto.
O tempo pode ser considerado como fenômeno objetivo ou como um fenômeno social
Neste caso aumenta a complexidade a nível temporal e para o desenvolvimento de um projeto são necessários inúmeros esforços de integração e discussões sobre as
regras a serem seguidas para promover uma situação de “alinhamento temporal”.
O desalinhamento temporal é uma condição comum no desenvolvimento de experiências de Design participativas que visam a Inovação Social.
No primeiro caso, é um elemento independente do contexto e do projeto, imposto externamente e que pode ser dividido em intervalos e estruturado a partir dos objetivos estabelecidos.
INTRODUÇÃO
potencialidades de processos co-criativos e participativos de Design que pretendem contribuir na resolução de questões sociais e na melhoria do contexto de vida cotidiano da população envolvida.
limites e dificuldades no desenvolvimento de projetos de Design para Inovação Social e de Design Participativo
os processos de Design Participativo dependem de elementos contextuais capazes de influenciar seu desenvolvimento.
a aplicação nunca é pura, mas sempre influenciada pelo lugar, pelos participantes, pelo contexto no seu todo.
confrontam com um contexto diferente do próprio e que, às vezes, apresenta grandes diferenças culturais.
artigo foca sobre um desses aspectos contextuais que determinam as
condições para a ação do designer: o tempo.
CONCLUSÕES
Os casos evidenciaram tanto a elevada complexidade a nível temporal quanto problemas ao nível de integração temporal das ações.
5.2 O tempo da mudança
Ao agir no âmbito social os designers atualmente esperam promover um processo de inovação e mudança acelerado através de ações, sobretudo, pontuais.
5.3 A velocidade de participação
Abordagens de Design co-criativas e participativas são otimistas no que concerne a participação espontânea da população e dos atores no processo proposto; no entanto, esta participação não é óbvia.
5.1 O ritmo local
A pesquisa mostrou como o tempo que caracteriza a execução das ações de Design – o momento de realização, a velocidade e a duração das mesmas – não coincide com o tempo do contexto.
5.4 As normas temporais dos colaboradores
Os casos apresentados permitiram analisar a possível colaboração entre designer e ONGs ou outras instituições cujas atividades visam ao desenvolvimento econômico de um território.
Foi verificado que as regras temporais dos atores participantes não coincidem com as do designer e que isso pode dificultar ou impedir o desenvolvimento de um projeto comum.
ESTUDOS DE CASO
as principais informações que permitem entender a natureza de cada projeto considerado, por objetivos e organização por parte do designer.
4.1 Design Participativo no Complexo de Favelas da Maré
Entre Março e Outubro 2012 um projeto foi desenvolvido pelos autores com o objetivo de compreender melhor as dinâmicas de desenvolvimento de um projeto de PD em área urbanas que sofrem por marginalização e de aprofundar o potencial do Design de promover redes colaborativas locais e processos de cidadania ativa, ou seja, processos de Inovação Social.
O objetivo de projeto foi selecionado junto com o próprio parceiro com o fim de envolver os moradores locais no redesign do lugar, de empoderá-los através do processo de Design e de promover atitudes democráticas
fase de integração no contexto e na organização parceira
fase de realização de dois encontros para discutir e promover atividades co-criativas
fase de seleção do objeto de projeto e definição das principais estratégias
4.2 A experiências dos designers profissionais
Foram entrevistadas três designers que contaram suas próprias experiências no
desenvolvimento de projetos participativos:
Jeanine
Torres Geammal
A entrevista se concentrou sobre o projeto que ela desenvolveu juntamente com as Mulheres da Palha
Trata-se de uma comunidade de mulheres artesãs que trabalham com a palha da carnaúba em Juazeiro do Norte, cidade localizada na região sul do estado do Ceará, no Brasil.
A comunidade considerada apresentava condições de vida precárias
A comunidade considerada apresentava condições de vida precárias caracterizadas por uma baixa taxa de educação, falta de serviços básicos como água, transporte, etc.
Samara Tanaka
A entrevista focou na atividade Design Aberto P2P que realiza pela MECCA Rede, bem como nas suas pesquisas independentes, em especial as realizadas no Complexo do Lins, uma favela do Rio de Janeiro.
Em ambas ela atua em favelas do Rio de Janeiro semelhantes por características e problemáticas ao Complexo de favelas da Maré.
No Complexo do Lins, por sua vez, Tanaka explora como um designer pode promover a participação política das pessoas no que diz respeito à resolução das questões presentes em um território. Também neste caso, o trabalho não é realizado a partir de uma instituição, mas baseia-se no seu contato direto com o contexto.
Fernanda de Oliveira Martins
A entrevista com Fernanda concentrou-se em particular em um projeto realizado para a Associação de Artesãs Ver-as-Ervas e na sua atuação como um consultora do SEBRAE em diferentes projetos que envolvem comunidades artesãs, em particular o projeto para a Associação Comunitária dos Artesãos e Lapidários de Floresta do Araguaia (ACOALFA) e para o grupo Cardume de Mães – um projeto da ONG Arrastão de São Paulo.
Por sua própria escolha, foram usadas metodologias participativas, não só para inserir a comunidade no mercado, mas, ao mesmo tempo, promover a sua autoestima, o reconhecimento e a valorização de sua identidade cultural