O relatório da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) relativo ao ano de 2018 atesta a carência de cuidados paliativos em Portugal. Partindo deste facto, parece-me preocupante a inversão de prioridades a que subtilmente nos incitam e à qual não poderemos ser alheios para que tenhamos uma posição devidamente informada e esclarecida sobre a matéria. Assim, ao invés de em primeira instância tentarmos colmatar a grande carência de cuidados paliativos que o nosso país atravessa, estaríamos a escolher um caminho mais fácil e economicamente mais viável. Ao despenalizarmos a eutanásia permitiríamos que um doente que se encontre em estado crítico pudesse não ter acesso a uma rede de cuidados necessária e que o Estado tem por obrigação e princípio providenciar, mas cuja única opção fosse, nestes casos, a morte medicamente assistida. Será isto liberdade? Não, isto não é liberdade.