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DESENVOLVIMENTO COREANO EM PERSPECTIVA COMPARADA - Coggle Diagram
DESENVOLVIMENTO COREANO EM PERSPECTIVA COMPARADA
DEBATE INTERNACIONAL
em torno do desenvolvimento dos tigres asiáticos
ECONOMISTAS LIBERAIS: inspiração neoclássica
o contrário da América Latina (substituição de importações, viés estatista, ineficiência...)
os tigres se desenvolveram graças à/o...
- respeito aos sinais de mercado
- preservação do equilíbrio macroeconômico
- não discriminação das exportações
- burocracia diminuta
- mercado de trabalho menos regulamentado
- política fiscal prudente > taixa de juros baixa
ECONOMISTAS NÃO-ORTODOXOS:
teoria do ESTADO DESENVOLVIMENTISTA
os tigres asiáticos se desenvolveram graças à/o
direcionamento da atividade de mercado através de uma estratégia desenvolvida em termos políticos
conjunção entre Estado e Mercado
inspiração japonesa
ESTADO E CAPITAL
no desenvolvimento coreano (
Korea Inc
)
Relação de complementaridade entre o Estado e esses grandes grupos econômicos
Grupos econômicos
conjunto de firmas com atuação em diferentes mercados de produtos, sob controle empresarial e financeiro comum (TRAÇO-CHAVE: DIVERSIFICAÇÃO)
paradoxo
arma dos fracos diante dos poderosos
permite aos industrializados tardiamente COMPETIR com os mais antigos
grau de poder crescente
empresas individuais em constante risco de serem incorporadas ao grupo, principalmente graças ao regime de crédito subsidiado
Características:
DIVERSIFICAÇÃO
(diminui os riscos dos empreendimentos) em setores pouco relacionados entre si
demanda não atendida para certos produtos
disposição de assumir o risco de entrar em um novo mercado, sob a expectativa de alta lucratividade
capacidade de mobilização de recursos financeiros (aumentar o volume do capital)
transferência interna de recursos financeiros para projetos que o grupo considere importante
economia de recursos empresariais e não-financeiros (engenharia, mkt...) TUDO NUM SÓ
Elevado grau de concentração de capital
Chaebols
(Hyundai, Samsung, Kia...): GRUPOS FAMILIARES
participações cruzadas
subsídios internos
combinação de abertura de capital e controle fechado do capital na rede de empresas
GERENCIAMENTO FINANCEIRO ÚNICO
10 maiores grupos econômicos são responsáveis, em 2000, por quase
50% DO PIB
CONJUNÇÃO ENTRE ESTADO E CHAEBOLS:
caso HYUNDAI
Sem experiência na construção de navios. Banqueiros estrangeiros recusam financiamento (falta de experiência coreana na área). Obteve 1 empréstimo da Inglaterra e uma encomenda grega.
Final de 1973: demanda mundial em queda (1º choque do petróleo). Firmas rejeitam a mercadoria.
GRUPO HYNDAI FUNDA A COMPANHIA HYUNDAI DE MARINHA MERCANTE.
Objetivos: prover serviços de transporte para os produtos hyundai. Absorver os navios não entregues.
Estado (dono da refinaria de petróleo coreana) determina que TODAS AS ENTREGAS DE ÓLEO CRU PARA A COREIA FOSSEM TRANSPORTADAS POR NAVIOS DE PROPRIEDADE COREANA (OU SEJA, DA HMMC)
MORAL DA HISTÓRIA: AMPLO APOIO DO GOVERNO AO INDUZIR A HYUNDAI PARA O SETOR. AMPLO APOIO QUANDO AS CONDIÇÕES SE TORNARAM ADVERSAS.
Ditadura Park escolhe a Hyundai para construir um estaleiro de larga escala. Navios de 260 mil toneladas.
CONTROLE DE CRÉDITO
GOVERNO CONTROLA TODOS OS FLUXOS DE CAPITAIS NO PAÍS
proprietário do sistema bancário (estatizado em 1961 e desestatizado após 20 anos)
avalista dos empréstimos levantados pelas empresas no exterior
Política de empréstimos juros subsidiados
Raciona o crédito e
direciona-o para empresas e indústrias de sua escolha
Critérios econômicos e políticos (apoio ao regime, contribuição para o partido do general...)
Empresas não escolhidas recorrem ao mercado não-regulado. Taxas extorsivas.
PROTEÇÃO COM RELAÇÃO AO CAPITAL ESTRANGEIRO
(
Comitê Deliberativo sobre o Capital Estrangeiro
) - todos os ministros presentes precisavam aprovar os projetos de investimento
O capital estrangeiro era vital, mas sofria limitações
Acordos de assistência técnica e licenciamento de tecnologia
Todo IED precisava passar pelo governo, que estabelecia condições
Valor do capital
Nível e tipo de tecnologia a ser transferida
Modelo de joint venture com sócio coreano e previsão para que este assumisse o controle financeiro/operacional do empreendimento
Estado não aprovava um invest. estrangeiro se ele fosse concorrer com um produtor doméstico. Nenhuma firma estrangeira podia comprar uma firma coreana.
AUTONOMIA ESTATAL E SEUS FUNDAMENTOS
A autonomia do Estado coreano
Não apenas formular e implementar políticas sem a interferência dos interesses econômicos, mas fazê-lo em COORDENAÇÃO com os agentes econômicos.
Alta qualificação dos quadros burocráticos:
VALORIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
(tradição cultural confuciana) - meritocracia + alta remuneração
Hierarquia entre os segmentos da administração econômica: centralidade ao Conselho de Planejamento Econômico (EPB) e à assessoria econômica da Presidência da República.
EPB - formulação dos planos de desenvolvimento, autorização aos projetos de investimento e aprovação das operações de crédito. Auditar e supervisionar as firmas devedoras.
APOIO DO GENERAL PARK CHUNG HEE ao EPB. Quando tomam o poder em 1961, os militares elegem o desenvolvimento como prioridade. SUSTENTARAM A EQUIPE ECONÔMICA.
Estado autônomo e disciplinador, mas decididamente pró-capitalista
. Histórico divergente, contudo
Antes de 1961, Estado coreano
Adm reservada aos poderosos
Favores às empresas condicionadas à propina
Estado não-desenvolvimentista. "Estado predador"
INFLUÊNCIA DOS E.U.A
Coreia do Sul - fundamental na luta anticomunista e posto chave para a reconstrução do Japão
Estratégia norte-americana: tornar a Coréia um exportador de bens primários e mercado acessível aos manufaturados japoneses. Encontra resistência do presidente Syngman Rhee.
Syngman Rhee: plano de industrialização do país > inflação ascendente > aceita as receitas de austeridade e liberalização > protestos > GOLPE MILITAR em 1961.
Comitê Cojunto EUA-Coriea de Cooperação Econômica (1963)
Mostra a mudança de atitude por parte dos EUA
Surgem os projetos de REORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E AS LINHAS MESTRAS DA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO PUXADA PELAS EXPORTAÇÕES
Normalização das relações com o Japão - Tratado de Normalização (1965)
TRABALHO, COERÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Imagem do trabalhador na literatura: dedicação, industriosidade, disciplina, docilidade - atribuída à
herança cultural confuciana
desigualdade como parte da ordem natural das coisas > reforço da autoridade empresarial
Em parte verdade
Jornadas de mais de 10h por dia (1970-1987)
Grande sacrifício do trabalhador (nº de acidentes de trabalho crescente no período considerado)
Conformidade do trabalhador com a carga de trabalho
- "por favor, nos deixem trabalhar só doze horas por dia"
Entretanto, a explicação é limitada: número de greves cresce consideravelmente em 20 anos...
Maleabilidade do trabalhador no processo de industrialização coreano com base nas condições do mercado de trabalho
Reserva abundante de mão-de-obra no início da industrialização
Evolução dos salários ao longo do tempo
Aumento da produtividade > Aumento da lucratividade > Aumento salarial > aumento da produtividade...
TRABALHADOR OBEDECE PELOS PRÓPRIOS INCENTIVOS RECEBIDOS
DISPOSIÇÃO + REGULARIDADE = PRODUTIVIDADE > GANHOS SALARIAIS > + PRODUTIVIDADE.... MAS O QUE EXPLICA AS GREVES?
SEGMENTAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO
Causa a não-identificação de classe
Segmentação:
Indústrias leves (pequenas) e pesadas (chaebols)
Mulheres (indústrias leves) e homens (pesadas)
MOVIMENTO OPERÁRIO DOS ANOS 70 > jovem ateia fogo ao seu próprio corpo "não somos máquinas, deixem-nos descansar aos domingos"
Estado como gestor das relações de trabalho
- formava equipes, dava incentivos materiais, levantava a auto-estima dos trabalhadores ("guerreiros")
A cultura é um repertório mobilizado pelos agentes para lidar com os problemas que enfrentam
CONTEXTO DAS REFORMAS
UMA NOVA ERA
Entra em crise em 1980, se recupera em 1981.
Anos 90: reformas liberalizantes. MAS POR QUÊ?
A LENTA DISSOLUÇÃO DO PADRÃO COREANO DE DESENVOLVIMENTO
Redução na capacidade do Estado de disciplinar os grandes grupos econômicos e de subordiná-los às suas diretivas
ORIGEM DA CRISE: comportamento quase suicida de tão ambicioso do Estado e de grandes grupos
Plano de desenvolvimento para a indústria química e pesada
Implementá-la em curto espaço de tempo (Doutrina Guan à espreita)
Estado induz a adesão dos grandes grupos ao plano
: promessas de ganhos vultuosos, multiplicação dos incentivos
promessas de lucro + efeito econômico imediato das vantagens concedidas =
CHAEBOLS SE LANÇAM EM FORTE CONCORRÊNCIA NOS NOVOS SETORES
> CORRIGEM PARA CIMA AS METAS ORIGINAIS (já ambiciosas)
CONTRAPARTIDA: GERAÇÃO DE CAPACIDADE OCIOSA EM VÁRIAS INDÚSTRIAS + PRESSAO SOBRE OS MERCADOS DE BENS E DE TRABALHO > AUMENTO DE PREÇOS
Economistas do EPB já previam a necessidade de reestruturar várias indústrias e frear o crescimento.
Plano antiinflacionário de 1789
Rejeitado pelos chaebols > defendiam uma mudança de adm econômica, iniciada pelo setor privado.
demandavam aumentos de preços para os seus produtos, liberalização financeira, privatizzação de bancos comerciais e não-intervenção do Estado