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Comércio e finanças - Coggle Diagram

- - - - International Monetary Fund, funciona desde 1945, sediado em Washington, decisões tomadas na Assembleia de Governadores, representante brasileiro é o min. da Economia, não é necessário ser da ONU para ser membro
      - Objetivos: auxiliar membros em relação a possíveis crises em seus BPs; promover a cooperação monetária e fornecer estabilidade ao sistema financeiro
      - Brasil faz parte e se empenha na reforma da instituição (detém a décima maior cota desde 2016, ano da implementação da última reforma)
      - É órgão especializado da ONU, diretor-gerente é costumeiramente um europeu
      - Cada país tem uma cota (Direitos Especiais de Saque, ou DES) proporcional ao montante de contribuição (EUA tem, basicamente, poder de veto quanto à reforma do sistema)
      - Grupo dos 10 (G10): constituído em 1962 por 10 países que desejavam estabelecer um fundo adicional (General Arrangements to Borrow, GAB) caso os recursos do FMI não fossem suficientes; hoje tem 11 membros, é um fórum de cooperação e consulta em matérias econômicas, monetárias e financeiras
    - - BIRD
        
        International Bank for Reconstruction and Development, sediado em Washington, decisões tomadas também segundo o sistema de cotas, é necessário ser do FMI para ser membro
        
        Concebido para ajudar na reconstrução da Europa após a WWII (função tomada pelo Plano Marshall) e para servir de provedor de recursos para investimentos em países em desenvolvimento
        
        Também é agência especializada da ONU, presidente é costumeiramente um norte-americano
        
        O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, 1959) foi uma resposta à política de empréstimos do BIRD, que não atendia aos interesses dos latino-americanos
      - Corporação Financeira Internacional (CFI, 1956): financiamento de obras de infraestrutura em PEDs
      - Associação Internacional de Desenvolvimento (AID, 1960): oferta de recursos sem juros para países de menor desenvolvimento relativo, conforma, junto com o BIRD, o que se costuma chamar de Banco Mundial
      - Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimento (ICSID, 1965): solução pacífica de controvérsias entre investidores e receptores (Brasil não faz parte)
      - Agência Multilateral de Garantias de Investimento (AMGI, 1988): provê seguros, sobretudo em relação a riscos políticos, aos fornecedores de empréstimo privados
    - - Todas as demais moedas seriam cotadas em dólares sob um regime de bandas (dólar passava a ser a única moeda conversível em ouro, a uma taxa fixa)
      - FMI permitia alguns países depreciarem seu câmbio para além da banda permitida
      - Crise
        
        EUA passa a registrar recorrentes déficits comerciais para manter a oferta de dólares em alta no exterior, acaba gerando desconfiança e enfraquecimento do dólar
        
        Títulos da dívida norte-americana em dólares excediam a quantidade de ouro armazenada pelo Fed, levando à inflação e à uma recessão na década de 1970
        
        Choque Nixon (1971): Fed desvaloriza o dólar frente ao ouro e às demais moedas e presidente americano determina o rompimento com o sistema
        
        Acordo Smithsonian: firmado durante reunião do G10 (já tinha 11 membros), é acordada a revogação de algumas medidas protecionistas de Nixon e a afirmação da desvalorização do dólar
        
        Choques do petróleo em 1973 e 1979
  - - - Plano Baker (1985): EUA propõem novos empréstimos sob condições de reformas liberalizantes (fracassa devido ao prazo curto de pagamento)
      - Consenso de Cartagena (1984): visava a promover discussões para a adoção de uma posição concertada entre os latino-americanos em relação à dívida (Brasil fez parte)
      - Plano Brady (1989): proposta de renovar as dívidas dos devedores por meio da troca por bônus novos, conseguiu flexibilizar o ônus e resolver grande parte dos problemas dos PEDs em relação às suas dívidas externas
    - - Japão (1991): bolha especulativa e juros próximos de zero gera uma situação de armadilha de liquidez, gerando crise que se estende até 2003
      - Europa (1992): sistema monetário europeu evitava uma variação brusca entre as moedas mas a reunificação alemã, a expansão fiscal e restrições monetárias geraram pressões negativas sobre as economias, o que foi superado a partir de 1998 com o início da implementação do euro
      - México (1994): decisão do governo de desvalorizar o peso abaixo das expectativas gera especulação (crise tequila), resolvida com intervenção do Tesouro dos EUA e do FMI
      - Ásia (1997): países desenvolvidos praticando baixas taxas de juros implica deslocamento de capital rumo aos PEDs, o que gera crise cambial na Tailândia, que se espalha para vizinhos
      - Rússia: contexto da dissolução da URSS, alto endividamento, inflação, desemprego e baixo crescimento, leva à eleição de Putin em 1999 e a um processo de reestruturação econômica
      - Brasil: depois dos ataques especulativos sobre asiáticos e Rússia, real passa a sofrer com isso também, já que sua cotação era segurada por uma âncora monetária do Plano Real
      - Argentina
        
        Adotou o currency board em 1991, já enfrentando desemprego e estagnação ao final da década, o que se somou a uma crise política
        
        Governo declara a moratória em 2001 e entra em profunda recessão (tentou renegociar a dívida em 2005 e 2010 mas alguns fundos, os holdouts, ainda se recusavam)
        
        Questão dos holdouts foi solucionada em 2016 sob o governo Macri, contudo a inflação e a desvalorização do peso levou à outro empréstimo com o FMI em 2018, que gerou nova moratória em 2020
      - Empresas dot-com: boom especulativo no final da década de 1990 gera hipervalorização de muitas empresas com estrutura digital nos EUA, o que acaba mostrando-se insustentável em 2000, com o crack da bolsa
- - - - Houve recuo de cerca de 12% na posição de IDP do país em 2020 (grande responsável foi a deterioração cambial), e grande recuo nas entradas líquidas de IDP no país
      - Renda: após 4 anos consecutivos de crescimento, caiu significativamente, sobretudo devido à diminuição de lucros reinvestidos (lucros remetidos perfazem a grande maioria da renda total)
      - Europa detém quase 70% do IDP total no Brasil, principais investidores imediatos do continente são Países Baixos (42%), Luxemburgo (13%) e Espanha (13%). Países Baixos e Luxemburgo detém empresas intermediárias que canalizam os fluxos, não são grandes controladores finais
      - Principais investidores imediatos no mundo: 1) Países Baixos; 2) Estados Unidos; 3) Espanha. Principais controladores finais: 1) Estados Unidos, 2) Espanha; 3) França
      - Setores: empresas que prestam serviço financeiro e atividades auxiliares receberam 1/5 do IDP total
      - Comex: empresas de IDP responderam por mais da metade do fluxo comercial do Brasil (destaque ao setor de alimentos industrializados) gerando um saldo superavitário
    - - Em relação à posição de IDE por participação no capital, 1/3 dos investimentos foram destinados a empresas que prestam serviços financeiros
      - Posição total de IDE foi a maior já registrada na série (US$ 448 bi), vem apresentando aumento quase que contínuo desde o início da década
      - Renda: caiu em relação ao ano anterior, sobretudo graças à diminuição de lucros reinvestidos (houve grande expansão de lucros remetidos, indica intensificação da descapitalização)
      - Principais destinos do IDE brasileiro são Caribe e Europa com destaque para: 1) Ilhas Cayman, 2) Ilhas Virgens Britânicas, 3) Países Baixos
      - Paraísos fiscais foram responsáveis por grande parte do fluxo de IDE brasileiro por participação no capital, com destaque para aumento nas Bahamas em relação ao ano anterior
- - - - Temporárias: ameaças críticas ao balanço de pagamentos e indústria nascente (há que ser aprovada pelos demais membros)
      - Permanentes: exceções gerais (para proteger valores, saúde e as vidas humana, animal e vegetal; recursos de valor artístico, histórico, arqueológico), waiver (suspensão temporária das obrigações, deve ser acordada pelos membros da OMC), segurança nacional e integração regional
      - PEDs: não reciprocidade (podem acessar mercados sem ter que abrir os seus), cláusula de habilitação (permite o tratamento mais favorável a PEDs, normalmente é realizado sobre o Sistema Geral de Preferências, SGP, criado no âmbito da UNCTAD para facilitar o acesso de PEDs a mercados desenvolvidos), tratamento especial e diferenciado (TED, diversas medidas para facilitar a adesão aos acordos da OMC)
      - Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC): criado em Belgrado em 1988 sob a égide da UNCTAD, visa a promover e ampliar laços entre PEDs, ajudando-os a identificar complementaridade entre eles (Brasil sediou a Rodada São Paulo de 2004-10)
    - - Acionáveis (caixa laranja): para serem considerados ilegais, é necessário que o prejudicado comprove o nexo causal entre a prática e o dano percebido (é o caso de subsídios domésticos)
      - Proibidos (caixa vermelha): são considerados ilegais, já que visam a favorecer um dos agentes em detrimento do outro (é o caso dos subsídios a exportações e importações)
    - - Tema da redução de barreiras tarifárias foi o principal durante as cinco primeiras rodadas (contexto internacional ia se complexificando, comércio internacional ia ganhando mais relevância, globalização)
      - Rodada Genebra (1947): redução de tarifas, 23 países
      - Rodada Annecy (1949): redução de tarifas, 13 países
      - Rodada Torquay (1951): redução de tarifas, 38 países
      - Rodada Genebra (1956): redução de tarifas, 26 países
      - Rodada Dillon (1960-1): redução de tarifas, 26 países
      - Rodada Kennedy (1964-7): metas progressivas de redução de tarifas, medidas antidumping, 62 países
      - Rodada Tóquio (1973-9): grande reforma no sistema, promove exceções para PEDs, facilita o uso de restrições não tarifárias em caso de risco de descontrole no BP, também tratou de redução tarifária, 102 países
      - Rodada
        Uruguai
        (1986-94)
        
        Agricultura: foi possível discutir a reforma do comércio agrícola (antes as potências agricultoras obstavam sempre as discussões), contexto de estabelecimento do Grupo de Cairns (1986), que visa a buscar maior acesso a mercados e redução de subsídios em relação ao comércio agrícola (Brasil fez parte). Brasil também atuou junto ao G10 da Rodada Uruguai, que visava a liberalizar o comércio agrícola
        
        Resultou na Ata Final das negociações (Ata de Marraquexe) e no tratado constitutivo da OMC (Tratado de Marraquexe, assinado nessa cidade, fez com que a organização entrasse em vigor já em 1995)
      - Acordos de redução tarifárias começaram e ser seguidos pela disseminação de barreiras não tarifárias
  - - - Acordos e instrumentos a eles relacionados contidos nos Anexos 1, 2 e 3, são integrados por todos os membros da OMC sob o princípio do single undertaking (só é possível se submeter a um deles caso se submeta a todos)
      - Anexo 1A: GATT-1994 (regras gerais de comex, lista as exceções), acordos sobre agricultura, barreiras sanitárias e fitossanitárias (SPS, determina procedimentos de avaliação e determinação de riscos), barreiras técnicas (TBT), medidas de investimento (TRIMS, abrange somente investimentos relativos ao comércio de bens), entre outros
      - Anexo 1B: Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS, não abrange serviços de autoridades governamentais, inclui validação de diploma/conhecimento adquirido/requisitos cumpridos/licenças)
      - Anexo 1C: Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) (Brasil foi um dos primeiros a ter lei interna conforme o TRIPS em 1996)
      - Anexo 2: Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias (DSU)
      - Anexo 3: Mecanismo de Exame de Políticas Comerciais (TPRM, serve para observar as práticas empregadas pelos membros)
    - - Conferência Ministerial: é o órgão supremo da organização, formada por chanceleres ou mins. do Comércio de cada um dos membros, toma as decisões mais importantes da OI
      - Conselho
        geral
        
        Reunião como Órgão de Revisão de Política Comercial
        
        Reunião como Órgão de Solução de Controvérsias: mecanismo para dirimir conflitos em matéria comercial
        
        Corpo diretor da OMC, posiciona-se acima de vários comitês e grupos de trabalho sobre temas específicos
      - Órgão de Revisão de Políticas Comerciais: tem por fim averiguar as práticas e a política comercial adotada pelos membros da OMC, realizando visitas periódicas nos países
      - Conselho de Comércio de Bens, Conselho de Comércio de Serviços e Conselho de Direitos de Propriedade Industrial relacionados com o Comércio (Conselho TRIPS): cada um garante a adequada aplicação dos acordos da OMC em sua área de atuação
      - Secretariado da OMC: cargo atualmente ocupado pela ex-ministra das finanças nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala (primeira mulher, primeira africana a ocupar o cargo)
      - Membros: 164 efetivos e mais 24 observadores
      - Processo decisório: para derrogação temporária de obrigações e interpretação de medidas é necessário 3/4; para modificação de acordos e acessão de membros é necessário 2/3; para modificações no funcionamento da OMC ou no processo decisório, é necessário consenso invertido; para outras questões, caso não haja consenso, a decisão pode ser tomada por votação majoritária
    - - Singapura (1996): introdução de novos temas relacionados ao comex por iniciativa de países desenvolvidos (temas de Singapura, envolviam compras do governo, concorrência, investimento e facilitação do comércio)
      - Seattle (1999): esperava-se o lançamento da Rodada do Milênio, para suceder a Rodada Uruguai, mas não se realizou (protestos antiglobalistas e impasse quanto aos moldes do sistema multilateral de comércio)
      - Doha
        (2001)
        
        Contexto dos atentados de 9/11, desejo dos EUA de reforçar a cooperação multilateral, foi marcada pelo compromisso com a liberalização comercial e o crescimento econômico, enfatizando as necessidades de PEDs
        
        Rodada
        Doha
        (2001-atual)
        
        Prevista para durar até 2005, ficou conhecida como "Rodada do Desenvolvimento" por dar prioridade a temas sensíveis a PEDs. Temas tratados: agricultura, bens não agrícolas (NAMA), serviços, práticas desleais e leais, meio ambiente, negócios, tratamento especial aos PEDs e propriedade intelectual (todos os temas regidos pelo single-undertaking)
        
        Três pilares do mandato agrícola (tema agrícola foi um dos grandes empecilhos à conclusão das negociações): acesso a mercados, eliminação de subsídios à exportação e eliminação de subsídios ao setor interno
        
        Brasil seria um dos grandes beneficiários se a Rodada se concretizasse, já que setor agrícola ainda é muito protegido (Brasil articulou-se com PEDs em defesa de seus interesses)
        
        Emperrada por: mandato agrícola, definição de modalidades de liberalização, acesso ao mercado para NAMAs
      - Cancún (MC5, 2003): não contou com uma definição concreta de objetivos, o G20 Comercial, ou agrícola, foi criado às suas margens (PEDs em defesa do cumprimento dos três pilares do mandato agrícola acordados em Doha)
      - Genebra (2008): falha em estabelecer objetivos claros, a despeito da defesa por países como o Brasil de que era necessário um esforço de liberalização do sistema multilateral de comércio no contexto da crise de 2008 e do recrudescimento do autoritarismo
      - Bali
        (2013)
        
        Roberto Azevêdo tinha acabado de ser eleito diretor-geral, Conferência abordou temas do famigerado Pacote de Bali (incluiu liberalização comercial, agricultura e desenvolvimento)
        
        Acordo sobre Facilitação de Comércio (TFA ou AFC): negociado em 2013, foi incluído no Anexo 1A da OMC em 2014, tendo entrado em vigor em 2017 (Brasil ratificou em 2016), visa a reduzir custos de exportação e a agilizar processos aduaneiros. É encarado como uma relativização (ou superação) do princípio do single undertaking, assim como grandes acordos regionais, a exemplos do RCEP, do TPP e do TTIP, já que outros temas negociados desde Doha e que não tinham atingido consenso não foram inclusos
      - Nairóbi (2015): acordo para vedação de subsídios à exportação de produtos agrícolas (governo brasileiro ficou feliz), reforma agrícola mais importante da história da OI. EUA, UE, CHI e outros ampliaram o Acordo de Tecnologia da Informação (ITA) no mesmo ano, para liberalizar a comercialização de 201 produtos (Brasil não participou)
      - Buenos Aires (MC11, 2017): não houve avanços substanciais, além da decisão dos membros de não impor tarifas ao comércio eletrônico internacional até a próxima MC
      - MC12: focada em agricultura (isentou o Programa Mundial e Alimentos de restrições à exportação, determinou medidas contra a insegurança alimentar e a revitalização do SPS), reforma da OMC (compromisso de acordá-la até a MC13), subsídios à pesca (procurou-se avançar na eliminação de subsídios ilegais), comércio (renovação da moratória sobre direitos aduaneiros de transações eletrônicas), saúde (adoção de mecanismos de flexibilização do TRIPS, compromisso com prevenção a pandemias futuras)
    - - Atualmente se negocia na OMC subsídios à pesca, iniciativas plurilaterais sobre comércio eletrônico e facilitação de investimentos
      - Comércio eletrônico: tem sido negociado por cerca de 80 países (incluindo Brasil) devido à incapacidade de negociação multilateral (Brasil apresentou proposta de acordo para regular o setor em 2019)
      - Acordo sobre Comércio em Serviços (TiSA): negociado entre vários países, incluindo EUA e UE, visa a ser posteriormente multilateralizado (negociações estão suspensas)
      - Protocolo de Emenda ao TRIPS sobre medicamentos essenciais (aprovado em 2005, entrou em vigor em 2017, Brasil já ratificou): visa a facilitar o acesso a medicamentos essenciais por licenciamento compulsório
      - Tratamento Especial e Diferenciado (TED ou S&DT): mecanismo que permite tratamento mais vantajoso a PEDs, prevê maior flexibilidade para implementação de acordos, exceção a determinadas regras, assistência técnica e medidas para ampliação do comércio
    - - É um dos pilares do sistema multilateral de comércio contemporâneo, visa a promover segurança e previsibilidade ao comércio internacional
      - Órgão de Solução de Controvérsias (OSC): integrado por todos os representantes da organização, é o responsável por administrar o sistema, aceita participação de agentes não governamentais, sua competência não pode ser excluída, decisões são compulsórias e há quem entenda que se sobrepõem às decisões de outros tribunais (Varella)
      - O sistema permite a adoção de acordo inter partes a qualquer momento com fins a solucionar a contenda
      - Processo: Consultas para esclarecimentos => painéis de especialistas independentes => entrega de relatórios ao OSC (para vetar o relatório precisa de consenso invertido, ou seja, veto de todos) => imposição da decisão às partes => apelação do derrotado (Órgão Permanente de Apelação, é o que está paralisado) => novo relatório ao OSC (para vetar precisa de consenso normal) => implementação => autorização de medidas compensatórias caso o derrotado recuse a decisão final
      - Brasil
        
        Caso de medidas antidumping :flag-br::flag-us: (BRAxEUA, 2008): EUA havia implementado medidas antidumping sobre sucos de laranja brasileiros. OSC acatou decisão favorável ao Brasil, EUA não apelou
        
        Engajamento no OSC faz parte dos objetivos gerais de fortalecer o sistema multilateral de comércio e de promover o contínuo aprimoramento das regras comerciais internacionais
        
        Já participou em 33 casos como demandante, 16 como demandado e 147 como terceira parte, maioria deles envolvendo a aplicação ilegal por parceiros de subsídios, medidas antidumping, barreiras sanitárias, fitossanitárias e técnicas e medidas sobre propriedade intelectual
        
        Casos Embraer-Bombardier :airplane: :flag-br::flag-ca: (BRAxCAN, 1996-2007): Canadá e Brasil venceram disputas um contra o outro sobre subsídios dados pelos governos às respectivas empresas nacionais do ramo da aeronáutica. Decidiram não implementar as sanções e negociaram o Acordo Setorial sobre Créditos à Exportação para Aeronaves Civis (2007) (Brasil iniciou outra disputa em 2017 sobre o mesmo assunto)
        
        Brasil et al contra CE :flag-br::flag-eu: (açúcar, 2002): CE subsidiava o açúcar produzido internamente, gerando vantagens aos exportadores europeus. Decisão foi favorável ao Brasil, CE foi forçada a rever seu regime
        
        BrasilxEUA :flag-br::flag-us: (algodão, 2002-14): um dos casos mais longos do mecanismo, EUA concedia subsídios aos cotonicultores nacionais. Americanos resistiram a implementar a decisão favorável ao Brasil mas fez um acordo-quadro que previa revisão das políticas nacionais e indenização (recursos destinados ao Instituto Brasileiro do Algodão e a programas de cooperação com África, MERCOSUL e HAITI)
        
        Caso do frango salgado :chicken: :flag-br::flag-eu: (BRAxCE, 2003): CE aumentou tarifas sobre frango brasileiro, OSC adotou decisão favorável ao Brasil. Após negociações bilaterais, foram adotadas quotas de importação para produtos brasileiros
        
        Caso dos pneus :flag-br::flag-eu: (BRAxCE, 2005): Brasil passou a proibir importação de pneus reformados, devido a impactos ambientais e questões de saúde pública. OSC adotou decisão favorável à CE porque Brasil permitia importação desses pneus de países do MERCOSUL. Medidas para homogeneizar o comércio foram adotadas por meio de ADPF ajuizada junto ao STF, eliminando-se a exceção ao MERCOSUL
        
        Caso BrasilxUnião Europeia&Japão :flag-br::flag-eu::flag-jp: (medidas tributárias, 2014-19): países abriram disputa sobre medidas tributárias brasileiras relacionadas à Lei de Informática, Programas de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico das Indústrias de Semicondutores (PADIS) e de Equipamentos para a TV digital (PATVD), entre outros. Após adoção de decisão favorável à UE e ao Japão, Brasil negociou bilateralmente para implementar as medidas
        
        Caso BrasilxIndonésia (carne e frango, 2015-2020) :chicken::meat_on_bone: :flag-br::flag-id:: Brasil solicitou devido às restrições à entrada de produtos brasileiros na Indonésia. Apesar da decisão favorável ao Brasil, este teve que solicitar abertura de painel de implementação em 2019 e Indonésia segue praticando medidas controversas
      - Tem analisado temas inéditos relacionados ao comércio, como exploração de recursos naturais (caso Raw Materials, China) e medidas de incentivo à sustentabilidade ambiental (caso Geração de Energia Renovável, Canadá)
      - Características: abrangência, exigibilidade, automaticidade, duplo grau de julgamento, retaliação cruzada (em outras áreas), soluções políticas (semijudiciais)
      - Engessamento: Brasil e outros países criaram um arranjo de apelação plurilateral provisório (MPIA) para contornar a inoperância do OPA (EUA vetou nomeação de juízes do mecanismo, que ficou impossibilitado de operar a partir de 2019, alegando que as decisões do OPA têm excedido seu caráter interpartes)
    - - Blocos econômicos são interpretados como propostas para amplificar o comércio entre os países e aumentar a concorrência multilateral, não erigir barreiras
      - Artigo XXIV do GATT permite a integração regional (relativização da cláusula de nação mais favorecida)
      - Fato de o volume comercial ser o maior da história hoje, mesmo com tantos acordos regionais, corrobora o fato de que a integração é benéfica ao comércio
- - - - Washington (2008): foco na crise financeira, defesa de regulação mais efetiva, defesa de reforma da governança do FMI e do BIRD, compromisso com o livre comércio
      - Londres (2009): criação do FSB, capitalização de recursos junto ao FMI e a bancos multilaterais de desenvolvimento (contudo, ausência de soluções concretas)
      - Pittsburgh (2009): defesa da reforma do FMI e do BIRD, reconhecimento do G20 como principal foro para assuntos econômicos
      - Toronto (2010): luta contra a corrupção, dívida nos países desenvolvidos, defesa da reforma do sistema financeiro internacional
      - Seul (2010): infraestrutura, maior rigidez na capitalização bancária
      - Cannes (2011): emprego, combate à corrupção, meio ambiente, commodities e energia
      - Los Cabos (2012): defesa da reforma do FMI, desenvolvimento sustentável, segurança alimentar e commodities
      - São Petersburgo (2013): corrupção, emprego e crescimento, clima e cooperação tributária
      - Brisbane (2014): crescimento e maior participação da mulher na força de trabalho
      - Antália (2015): terrorismo, refugiados, clima, segurança alimentar
      - Hangzhou (2016): crescimento econômico, refugiados
      - Hamburgo (2017): combate ao protecionismo, acordo de Paris (EUA criticou o acordo isoladamente), saúde, terrorismo
      - Buenos Aires (2018): questões de gênero, segurança alimentar e desenvolvimento
      - Osaka (2019): Declaração de Osaka (proteção da propriedade intelectual, reforma do sistema de cotas do FMI, monitoramento do impacto de criptoativos, igualdade de gênero, reforma da OMC)
      - Roma (2021): primeira presencial desde o início da pandemia, tratou de mudanças climáticas, como um prólogo para a COP-26, sobretudo em relação à insuficiência das medidas para conter a elevação da temperatura média global (acordou-se suspender o financiamento à geração de energia por carvão mineral até o fim de 2021), também tratou-se da pandemia e da necessidade de distribuir melhor o estoque de vacinas, principalmente em direção aos países de menor desenvolvimento relativo. Além disso, tratou-se da reestruturação da dívida dos países de menor renda (o grupo já havia declarado uma moratória temporária para ajudar estes países)