aretha - Formação do absolutismo inglês. No início do século XVI, a Inglaterra estava dividida, basicamente em três grandes grupos sociais. No topo da pirâmide social inglesa, encontravam-se o alto clero e a nobreza à parte. Eram os cardeais, arcebispos, bispos, abades, e vários outros funcionários eclesiásticos importantes. A nobreza por sua vez dívia-se em uma aristocracia de origem feudal, basicamente antiga, que disputava o poder com os monarcas. Eram duques, marqueses, condes, viscondes, e barões,. Entre os séculos XV e XVII, ela tendeu a se fragilizar até desaparecer, esvaziada de seus poderes tradicionais, primeiro pelos monarcas absolutistas, depois pela burguesia representada pelo Parlamento. A segunda parte da nobreza, inferior, era a chamada gentry, a pequena nobreza. Era uma aristocracia de formação mais recente, cujo poder ligava-se mais à sua condição econômica favorável, por suas conexões com as mais poderosas familias burguesas, do que a seus privilégios ancestrais. A gentry tendeu a explorar suas terras de um modo novo, mais conectado às exigências da economia de mercado, apoiando o cercamento dos cam- pos comunais e inserindo-se na economia burguesa. Seus títulos de nobreza eram recentes e concedidos diretamente pelos monarcas absolutistas, de quem era, a princípio, dependente. Abaixo do clero e da nobreza, encontrava-se o restante da lação. Eram burgueses, artesãos, camponeses e servos. Constituíam a base da sociedade e tinham poucos direitos políticos e priviléģios. Desde o século XII, a monarquia inglesa era de certa forma marcada pela limitação dos poderes dos reis.Os monarcas, que eram advindos da nobreza, não podiam, por exemplo, criar novas leis ou aumentar os impostos sem a aprovação do Grande Conselho, órgão controlado pela nobreza e pelo clero. Do ponto de vista econômico, a Inglaterra dependia fortemen- te da agricultura, com o comércio ocupando posição secundária. Somente no século XVI, a Inglaterra iniciou seu processo de ex- pansão comercial e colonial, primeiramente buscando novas rotas de comércio com o Oriente e, depois, explorando outras partes do mundo, como a América. Todas essas características sofreram grandes transformações entre os séculos XVI e XVII. Nesse período, a monarquia inglesa se fortaleceu e conseguiu superar os privilégios da nobreza e do cle- ro, criando um regime absolutista. Com isso, os reis passaram a ter maiores poderes para interferir, de maneira mais direta, na economia e em diversos outros aspectos da sociedade. Esse processO Ocorreu lentamente, sobretudo durante a dinastia dos Tudor, inicia- da com a subida ao trono de Henrique VII, em 1485, e continuada por seus sucesso- res, Henrique VIII (que governou de 1509 a 1547) e Elizabeth I (de 1558 a 1603). Com o apoio do Parlamento, pouco a pouco, os reis foram concentran- do cada vez mais o poder. A nobreza enfraqueceu, e a burguesia comer- cial se fortaleceu devido às medidas mercantilistas colocadas em prática pelos Tudor. Entre essas medidas, estavam a moderniza- ção da frota marítima inglesa, a expansão do comércio, o povoamento de territórios americanos e o aperfeiçoamento técnico das atividades agrícolas,-