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Aula 3 - Signo - Coggle Diagram
Aula 3 - Signo
Tema 1 - Como se estruturam os elementos da semiótica
Os fenômenos têm três propriedades formais que
lhes dão capacidade para funcionar como signo
Sua mera e simples qualidade
Sua existência (o mero fato de existir)
Seu caráter de lei
Essas três propriedades são comuns a todas as coisas
Signo
Qualquer coisa que representa uma outra (objeto) e que produz um efeito interpretativo (interpretante) na mente
Tudo pode ser analisado semioticamente
Um suspiro, uma música, um teorema, uma partitura, um livro, publicidades impressas ou televisivas, um filme etc.
Por termos os signos de primeira categoria (sentimentos e emoções), de segunda categoria (percepções, ações e reações) e de terceira categoria (discursos e pensamentos abstratos), o sentir, o reagir, o experimentar e o pensar estão intimamente ligados
Na perspectiva semiótica há:
Signos de segunda categoria (existência), por exemplo, percepções, ações e reações
Signos de terceira categoria, tais como discursos e pensamentos abstratos
Signos de primeira categoria (qualidade), tais como os sentimentos e emoções
O signo é composto por seu fundamento, o objeto e o interpretante
Encontramos qualidades, singularidades e leis, sendo que cada um dos elementos gera três níveis, tal como podemos ver na figura a seguir
Cada tipo de signo traz à mente objetos de espécies diferentes daqueles revelados por outro tipo de signo
Tema 2 - O fundamento do signo
Quando uma qualidade funciona como signo, temos um qualissigno
A sensação que a cor verde nos causa, antes que pensemos sobre a existência dessa cor
O que um fenômeno precisa ter para que possa funcionar como signo?
A cor funciona como signo pelo fato de produzir uma cadeia associativa que nos lembra das matas, da bandeira do Brasil ou de uma planta
Quali(dade)ssigno
O qualissigno possui aspectos sensoriais que podem ser percebidos pelos órgãos dos sentidos
Ao olhar para uma maçã vermelha, mas com tonalidade escurecida, antes mesmo de pensarmos na maçã, podemos ter a sensação de que ela não está própria para o consumo. Isso foi percebido pela visão e pelo odor
Sin(gular)signo
Um sujeito emite sinais para uma infinidade de direções: seu modo de vestir, de falar, suas escolhas, o jeito de olhar, de andar etc. Isso são suas singularidades
O fato de existir também pode fazer, daquilo que existe, signo
Todo existente é uma síntese de determinações. Existir significa ocupar um lugar no tempo e no espaço; ação, reação e conexão
Aquilo que existe aponta para vários outros existentes, em infinitas direções
Cada uma das direções para a qual o existente aponta é uma de suas possíveis referências
Smartphones: embora sejam produzidos em série, o que levaria muita gente a pensar que são todos iguais, isso é uma falácia. Cada smartphone tem sua singularidade, expressa por marcas de uso, presença de riscos, diferenças de medidas etc.
Legissigno
Sendo a lei uma abstração, ela só funciona quando encontra um caso singular sobre o qual agir
A bandeira do Brasil só representa o país Brasil por uma força de lei, por convenção. Sem isso, a bandeira jamais teria esse poder de representação
As palavras de determinado idioma
Convenções socioculturais
Tema 3 - O objeto do signo
O objeto do signo é aquilo a que o signo se refere
Como são três os tipos de propriedades referentes ao fundamento – qualidade, existência e lei –, são também três os tipos de relação que o signo pode ter com o objeto
Ícones
Índices
Símbolos
Ícones são qualissignos que se reportam a seus objetos por similaridade. Só podem sugerir algo porque a qualidade que o ícone exibe se assemelha a outra qualidade
O que dá fundamento ao índice é a sua existência concreta. O índice é uma característica do signo que está fundada em uma relação de proximidade com o objeto representado: um indício da existência do signo
O que dá fundamento ao símbolo é uma lei, uma convenção
Praça do Três Poderes
As palavras etc.
A bandeira do Brasil representando o país Brasil por força de convenção
Peirce detectou que o objeto do signo é dividido em dois
Objeto dinâmico
O objeto dinâmico diz respeito ao modo como o signo representa aquilo a que ele se refere
Objeto imediato
A maneira como o signo representa, indica, sugere, evoca aquilo a que ele se refere é o objeto imediato
Tema 5 - Semiose ou a ação do signo
Quando lemos um signo e este gera um efeito na mente do intérprete, ocorreu a semiose
Se o interpretante não foi gerado, o signo não foi percebido
Semiose diz respeito à ação completa do signo, ou seja, é o processo em que algo que funciona como um signo causa uma significação (aprendizado, entendimento etc.)
Não há critério estabelecido que possa decidir como determinada semiose funciona ou funcionará. Tudo depende do contexto de sua atualização. Assim, para que uma mensagem seja adequadamente interpretada, é importante que se conheça o seu interlocutor
No caso do design, isso tem um impacto altamente significativo. Ora, se não conhecermos o público a que determinado resultado do design está voltado, as chances de o processo fracassar são grandes. Isso vale para a publicidade, o marketing, a arquitetura etc.
Definição de uma pá: “instrumento que consta de uma parte larga e achatada e de um cabo mais ou menos longo, que serve para diversos usos” (Priberam, 2019)
Outra pessoa pode ver nela uma obra de arte (Duchamp). O interpretante gerado por Duchamp foi totalmente novo!
Outra pessoa pode chegar a outros interpretantes, pois o processo de semiose é infinito
Uma pessoa pode olhar para uma pá e chegar à conclusão de que ela serve para cavar um buraco
Eis a importância do que Peirce abre, ao nos mostrar uma possibilidade de entender o fenômeno em um processo de semiose, nas experiências do cotidiano, sendo a realidade o referencial
Tema 4 - O interpretante do signo
O interpretante é o efeito interpretativo que o signo produz em uma mente interpretadora. Na semiótica de Peirce, vamos encontrar três tipos de interpretantes
Imediato
O interpretante imediato diz respeito ao potencial interpretativo do signo, ainda no nível abstrato, antes de o signo encontrar um intérprete
Por exemplo: um livro em uma estante tem um potencial para ser interpretado, antes mesmo que qualquer pessoa o tenha aberto para ler
Dinâmico
O interpretante dinâmico diz respeito ao efeito que o signo efetivamente produz na mente do intérprete
Por exemplo: uma pessoa pegou o livro na estante e o leu. O efeito que a leitura causou na mente dessa pessoa constitui o interpretante dinâmico
Esse interpretante é sempre plural, pois o signo não se esgota em um único interpretante. Ainda, o mesmo signo pode produzir diversos efeitos em uma pessoa (ao mesmo tempo ou com o passar do tempo)
Final
O interpretante final diz respeito ao efeito que o signo produziria em qualquer mente se a semiose fosse levada ao infinito
Chegaríamos ao interpretante final se o signo produzisse todos os interpretantes dinâmicos possíveis
Como isso não é possível, podemos perceber que o interpretante final está sempre em um processo evolutivo infinito
O interpretante do signo é o terceiro
elemento da tríade do signo