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Escolas de morfologia urbana - Coggle Diagram
Escolas de morfologia urbana
Morfologia Urbana como campo disciplinar emergente - Anne Vernez Moudon 1997 (Letícia Vicente)
Introdução
"Morfologia urbana é o estudo da cidade como habitat humano" p. 41
Foco da morfologia:
análise dos processos materiais
concretização de processos sociais (resultado tangível)
Principais elementos da análise morfológica:
edifícios
jardins
ruas
parques
monumentos
organismos que passam por transformações ao longo do tempo; moldam e são moldados por espaços abertos
O que é analisado pela morfologia urbana?
evolução da cidade
constituição inicial do assentamento
processos de transformação
Construção da cidade:
ação individuais
grupos
contexto temporal
contexto social
contexto cultural
contexto econômico
ISUF:
International Seminar on Urban Form
criado em 1996
reconhecido pelo grupo como campo interdisciplinar
Três escolas de morfologia urbana
ISUF reconheceu atuação de campos da morfologia na
Inglaterra, Itália e França
Investigadores pioneiros:
Inglaterra
M. R. G. Conzen, geógrafo alemão com atuação na Inglaterra
J. W. R. Whitehand:
compilou trabalhos de Conzen e incluiu conceitos da economia urbana na morfologia
investigou a relação entre a cidade, seus moradores e a indústria da construção
formou o Urban Morphology Research Group na University of Birmingham
Continuidade da tradição inglesa:
Peter Larkham
Karl Kropf
Keith Lilley
Itália
Saverio Muratori, arquiteto italiano
Gianfranco Caniggia:
deu continuidade à tradição de Muratori (processual tipológica)
assim como Muratori era arquiteto da prática
Continuidade da tradição italiana:
Giancarlo Cataldi
Gian Luigi Maffei
Maria Grazia Corsini
Paolo Maretto
Giuseppe Strappa
Terceira escola (Versalhes)
emerge na França no final da década de 1960
Nomes:
arquitetos Philippe Panerai e Jean Castex e o sociólogo Jean-Charles Depaule
Escola surge como reação ao modernismo (assim como a escola italiana)
Se beneficiou do debate sobre a vida urbana como de Henri Lefebvre e André Chastel
Continuidade da tradição francesa:
Michael Darin
Lucien Bonillo
ISUF: uma geneologia
Primeira reunião 1994:
antes disso existia pouco contato entre as escolas
Criação do ISUF:
elaborada por contatos pessoais
tentativa de elo internacional
Grupo Conzeniano:
construiu a base entre geógrafos britânicos e norte americanos
criou contato também com investigadores na Irlanda, Alemanha,
Polónia, Espanha e Áustria
atuou na prática do planejamento britânico
conservação urbana
gestão da paisagem
patrimônio
Difusão das ideias Muratorianas:
aumento da popularidade a partir da tradução do trabalho de Aldo Rossi nos anos 80
retorno aos "tipos tradicionais"
apesar dele vir a rejeitar a morfologia urbana frente a arquitetura moderna
Contribuição prática italiana:
reabilitação do centro histórico de Bolonha - Caniggia como consultor
Caniggia foi convidado por Ivor Samuels para visitar a Oxford Polytechnic no final dos anos 80
Caniggia visitou a Universidade de Washington e a o Instituto Federal Politécnico de Zurich (em seminário das ideias de Lynch)
A escola de Versalhes:
criou contato no mundo Latino e Árabe
não conseguiu traduzir para o inglês
Panerai e Castex conseguiram projeção por lecionar nos EUA
Três primeiros encontros do ISUF na Suíça
"[...] primeira conferência aberta em Birmingham em 1997, e a criação da revista Urban Morphology." p. 45
As bases teóricas
Pontos de convergência entre disciplinas e investigadores / base comum:
1) "Primeiro, é consensual que a cidade pode ser ‘lida’ e analisada através da sua forma física. Para além disso, existe um amplo reconhecimento de que, no seu nível mais elementar, a análise morfológica é baseada em três princípios." p. 45
"i. A forma urbana é definida por três elementos físicos fundamentais: edifícios e os espaços abertos relacionados com estes, parcelas ou lotes, e ruas." p. 45
"ii. A forma urbana pode ser compreendida em diferentes níveis de resolução. Normalmente, reconhecem-se quatro níveis, que correspondem ao edifício/parcela, à rua/quarteirão, à cidade, e à região." p. 45
"iii. A forma urbana só pode ser compreendida na sua dimensão histórica uma vez que os elementos que ela compreende sofrem uma contínua transformação e substituição." p. 45
Unidade de plano (Conzen) ou tecido (escola italiana):
"são conjuntos de edifícios, espaços abertos, parcelas e ruas, que formam um todo coeso, ou porque foram todos construídos num mesmo tempo ou com as mesmas condicionantes, ou porque sofreram um mesmo processo de transformação" p. 46
Diferentes intenções na construção da teoria:
i. Propósitos descritivos e explicativos, modo como as cidades são construídas e o porquê (geógrafos da escola de Birmingham e cientistas sociais da escola francesa)
ii. Propósitos prescritivos: focam no modo como as cidades deveriam ser construídas (escola italiana e alguns teóricos da francesa)
iii. Avaliação entre o que deve ser construído e o que é construído. Impacto das ações sobre a vida das cidades (escola francesa)
Questões e potencial
Interdisciplinaridade:
precisa lidar com as disputas de poder entre as áreas
O ISUF almeja construir a base de uma ciência da cidade
foco em estudar as formas físicas e processos que constroem a cidade
Desafios:
interface com disciplinas que interferem na cidade mas não se pautam na avaliação do processo, como a engenharia
Críticas:
por um lado acham que o modo empírico e indutivo é fraco na construção de uma teoria
por outro acham que a morfologia não dá conta de questões do comportamento humano (criticam um determinismo físico da morfologia)
Defesa:
acreditam que a morfologia vê o mundo físico inseparável dos processos de transformação
Limitação:
foco do estudo nas cidades europeias históricas
o que dificulta aplicações práticas no mundo atual
necessidade de estudar cidades de culturas não europeias e de contexto atual
Acreditam que os estudos da Europa, América do Norte e Austrália validam os elementos básicos da forma urbana
processos de formação e transformação partilhados (instrumental universalizante)
Novas tecnologias: Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
permitem ligação entre atributos espaciais e dados qualitativos
abrem novas possibilidades de explicar a forma urbana e ampliar a escala
Diferentes abordagens em morfologia urbana - Vítor Oliveira, 2018 (Leonardo Arruda; Felipe Almeida)
Capítulo 1: Diferentes abordagens sem morfologia urbana
Morfologia urbana como ciência que estuda a forma física das cidades, assim como os principais processos e atores responsáveis pela transformação de sua forma (p. 9)
Abordagens em morfologia urbana
Tipo-morfológica
Principais nomes
Muratori
Tentou estabelecer uma classificação universal das estruturas construídas pelo homem
Caniggia
Contribuição a morfologia urbana e a tipologia do edificado; difusão da abordagem tipo-morfológica na Itália; Desenvolve uma metodologia de interpretação da cidade e seus componentes
Desenvolvimento
Década de 1940, perspectiva teórica-operacional
Década 1950, forte ligação entre investigação e prática de arquitetura e planejamento
Década 1960, território e civilização são os temas fundamentais
Histórico-geográfico
Década de 1960, M. R. G. Conzen
Publicação do livro "Alnwick, Northuberland - a study in town-plan analysis
“A mensagem fundamental do livro é que as inúmeras características morfológicas dos lugares, em todas as escalas, podem ser reduzidas a um sistema lógico de explicação, o que pode levar a uma compreensão incisiva e matizada da relação entre as comunidades urbanas e o tecido físico que elas criam, e recriam, à medida que as necessidades sociais mudam ao longo do tempo” (p. 10)
Aspecto-chave, divisão da paisagem urbana em três elementos
Plano de cidade
Organização topográfica de uma área construída, contém três elementos
Rua e sistema de rua
Quadra e sistema de quadra
Planta de implantação dos edifícios
Tecido edificado
Uso do solo
Sintaxe espacial
Estruturada a partir da relação entre espaço e sociedade
Espaço e movimento são dois aspectos fundamentais
“[...] defendem o estabelecimento de uma teoria que sustente uma autonomia descritiva do espaço, permitindo a consideração de uma variedade morfológica mais ampla de modo a refletir as diferentes relações entre espaço e sociedade. Em síntese, é proposta uma nova visão da arquitetura e da cidade, enfatizando os espaços urbanos por onde as pessoas se movimentam e onde as atividades sociais e econômicas se realizam” (p. 11)
Autômatos celulares
Abordagem quantitativa da forma física da cidade
Remonta as teorias de Von Neumann sobre automatos autoreproduzidos e Ulam sobre os conceitos de vida artificial com a idealização de sistemas biológicos
Existem cinco componentes básicos nos modelos de AC, os quais são: as células, os estados das células, a vizinhança, as regras de transição e o tempo (p. 11)
Capítulo 6: Estudos comparativos e diferentes abordagens
Dinamismo na formulação e consolidação de novas abordagens
Não permitiu a formulação de uma metaestrutura compartiva que possibilite entender:
Quais abordagens usar face à natureza de um determinado caso em análise
Em que momentos ou perante que aspectos de um determinado caso fará mais sentido usar cada uma das abordagens escolhidas
Se é possível combinar diferentes abordagens
A formulação de uma metaestrutura compartiva requer:
Fase 1: estudos comparativos, de uma mesma abordagem em diferentes contextos culturais ou diferentes abordagens em um mesmo contexto cultural
Fase 2: efetiva integração das diferentes abordagens
Capítulo 2: A ABORDAGEM HISTÓRICO-GEOGRÁFICA (ESCOLA CONZENIANA)
OS ANTECEDENTES DE M. R. G. CONZEN
Johannes Fritz
Otto Schlüter
Friedrich Ratzel
Hugo Hassinger
Walter Geisler
Hans Dörries
Hans Bobek
Rudolf Martiny
M. R. G. Conzen
Herbert Louis
AS IDEIAS DE M. R. G. CONZEN
Alnwick, Northumberl – a study in town-plan analysis
Motivações:
Como é que o plano de uma cidade existente adquire a sua complexidade geográfica
Que conceitos podem ser deduzidos de uma investigação sobre uma cidade em particular para a análise dos planos de cidade em geral
Que contribuições dá o desenvolvimento do plano para a estrutura regional de uma cidade.
O livro é uma tentativa de explicar a estrutura atual de um plano de cidade a partir de uma análise do seu desenvolvimento
O livro divide-se em três partes.
A primeira parte discute o objetivo, o âmbito e o método de análise do plano de cidade
A segunda parte analisa o crescimento da área construída de Alnwick de acordo com cinco períodos morfológicos
A terceira parte do livro analisa o plano de cidade existente em Alnwick. Catorze tipos principais de unidades de plano e 49 subtipos
Na ‘Conclusão’, Conzen abre duas linhas de investigação
necessidade da teoria de análise do plano ser relacionada com uma investigação completa sobre os padrões de uso do solo e sobre os tipos edificados
necessidade de estender a teoria de modo a abranger diferentes tipos funcionais de cidades e cidades de diferentes áreas culturais
Cintura periférica
o conceito de cintura periférica foi primeiro reconhecido em Berlim em 1936 por Louis
O conceito baseia-se no reconhecimento de que o crescimento de uma área urbana é descontínuo
O crescimento de uma cidade é composto por um conjunto de expansão da área residencial separados por momentos de pausa onde este uso do solo está ausente.
Uma cintura periférica tende a formar-se na franja urbana durante um período em que a área construída não está a crescer ou que está a crescer muito lentamente.
A cintura periférica inclui no seu interior áreas relativamente abertas, muitas vezes cobertas de vegetação, como parques, campos desportivos, equipamentos públicos e terrenos de diversas instituições
Ciclo de parcela burguesa
a ‘parcela burguesa’ representa a posse de um cidadão proeminente num assentamento medieval
‘ciclo’ consiste no preenchimento progressivo, com edifícios, das traseiras da parcela, terminando numa ‘libertação’ de edifícios e, posteriormente, num período de pousio urbano antes do início de um novo ciclo de desenvolvimento
Região morfológica
Uma região morfológica é uma área que tem uma unidade em relação à sua forma que a distingue das áreas envolventes
paisagem urbana é estratificada, refletindo os ‘resíduos’ distintivos dos últimos períodos e dando origem a uma hierarquia de regiões morfológicas
APLICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS DE CONZEN
Cintura periférica
Whitehand publicou a primeira aplicação do conceito numa conurbação multinuclear (Whitehand, 1967)
Whitehand explora a relação entre este conceito morfológico e conceitos da economia urbana
Ciclo de parcela burguesa
Slater continuou a linha de investigação sobre parcelas
a análise metrológica pode ser usada para reconstruir as ‘histórias’ dos limites das parcelas
Região morfológica
Grã-Bretanha (Conzen, Whitehand, Jones, Jones, Baker, Slater, Barrett, Bienstman, Larkham, Morton, Birkhamshaw)
Outros países na Europa (Kropf, Barke, Bienstman. Whitehand, Oliveira et al.)
Ásia (Zhang, Whitehand, Gu, Zhang)
América do Norte (Whitehand)
Oceania (Gu)
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE REGIÃO MORFOLÓGICA À CIDADE DO PORTO
Vitor Oliveira em co-autoria com Cláudia Monteiro e Jenni Partanen
A Rua de Costa Cabral
Aplicação do conceito de região morfológica centrou-se na parte sul e mais antiga desta rua e nos doze quarteirões que a conformam
A área de estudo contém uma considerável variedade morfológica, incluindo frentes edificadas continuas, frentes edificadas descontínuas
O ponto de partida para a identificação das regiões morfológicas de Costa Cabral foi a estrutura histórico-geográfica da paisagem urbana
recursos: plantas, documentação de arquivo e pesquisa de campo
objetivo: compreender o processo de desenvolvimento das ruas, parcelas e edifícios, não só no interior da área de estudo mas também na sua envolvente.
hierarquia de quatro ordens de regiões
João Silva Leite; Rui Justo.
Typo-morphology: From research to architectural education
, 2017. (Romario).
1. Introdução
O método da análise tipo-morfológica: instrumento de leitura da cidade, um processo de classificação e organização de diferentes elementos;
Ruas, praças, quarteirões, prédios, lotes, entre outros;
Estudos de caso: a quadra e a rua;
Tecido urbano: tensão entre as transformações e resistências;
Decodificação da estrutura física e espacial;
A sistematização dos conhecimentos relativos a este processo de mudança e às intervenções ocorridas no tecido construído;
O método de análise tipo-morfológica é uma ferramenta clássica de leitura da cidade.
Objetivo do artigo
Articulação da formação em arquitetura + pesquisa --> pensar e projetar a cidade contemporânea.
1º. Explicar a pesquisa com método de análise tipo-morfológica
2º. Mostrar a utilidade da metodologia na compreensão do desenho
2. A leitura tipo-morfológica
Análise MORFOLÓGICA
Leitura a partir da decomposição morfológica.
Análise TIPOLÓGICA
Processo de classificação que busca diferenciar os TIPOS,
Abordagens
ESCOLA ITALIANA
Resultado de um processo evolutivo moldado pelas mudanças das tipologias
ESCOLA INGLESA/ALEMÃ
Utiliza a estrutura dos lotes, a rua e os edifícios como elementos básicos para a compreensão da forma urbana.
ESCOLA FRANCESA
Seus estudos fornecem ferramentas de trabalho para guiar o desenho.
3. Quadra Urbana
Estabelecer de forma ordenada o conhecimento sobre os processos, regras e modelos que constroem a cidade;
Compreensão das múltiplas possibilidades de design ;
Objetivo da seção
Revelar o quadro metodológico que contribui para a identificação de diversos tipos de quadras.
ANALISE MORFOLOGICA
A abordagem individual do objeto de estudo;
DECOMPOSIÇÃO
Decompor a através do estudo dos diferentes elementos que lhe dão forma e das relações que se estabelecem entre eles.
EVOLUÇÃO
Analisar a ação do tempo sobre o objeto;
Reconstituição dos seus processos evolutivos.
ANALISE TIPOLÓGICA
Leitura comparativa;
Redução a elementos essenciais;
Revelar a tipologia.
4. A RUA
Processo de tipificação: decodificar elementos, suas principais características e compreender as configurações urbanas;
Urban layout: um sistema de circulação primária + vias conexão complementares;
Análise tipo-morfológica.
5. TIPO-MORFOLOGIA: UMA FERRAMENTA PARA A CIDADE
Ferramenta didática para entender a forma urbana e arquitetônica;
Instrumento para gerar novas formas;
Análise e elaboração de projeto;
Conhecer as mudanças e resistências.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer elementos principais que podem ajudar em futuros processos de desenho;
O tipo não é um modelo a ser repetido; é uma abstração mental;
Desenho: novos paradigmas + características tipológicas.