Dentre diversas formas que a violência pode assumir, pode-se mencionar: uma forma de dominação, de sobrevivência, de afirmação de ordem institucional-legal (Estado sobre o cidadão – violência simbólica), a contestação desta ordem, a violência criminal e do medo, entre outras.
Sociologicamente falando, a violência pode ser entendida como um instrumento pelo qual se manifestam diferentes conflitos da vida social. E Instrumento este que tem por finalidade servir de meio para se atingir um fim pré-determinado. A violência é dotada de certa racionalidade instrumental, tendo em vista que sem a presença da racionalidade ela não poderia atingir o fim que se destina.
Para Weber tal instrumentalidade é legítima quando praticada pelo Estado – este faz uso dos instrumentos necessários para impor sua dominação perante os indivíduos que estão sob sua égide –, nesse caso a dominação imposta seria do tipo legal. A violência, simbólica, praticada é compreendida como sendo tolerável.
Sendo importante ressaltar que ambas, dominação e violência, não partem do mesmo pressuposto. Enquanto a dominação pressupõe a existência de relações sociais que a legitimem – a violência, enquanto instrumento, não depende de tais relações –. É importante deixar esta diferença evidente.
Para Hannah Arendt a violência é sempre exercida de forma ilegítima – pode até ser justificada, nunca legitimada –, para a autora a violência precisa ser constantemente reprimida pelo poder, sob o risco deste último ser destruído caso não imponha sua dominação e limites.
Ainda seguindo o pensamento da supramencionada autora, as justificações possíveis de serem lançadas acerca da violência devem respeitar certos limites – caso contrário esta corre o risco de deixar a racionalidade que a define de lado e adentrar na ceara da irracionalidade – podendo ser entendida como uma crise nas relações sociais.