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HPV - PAPILOMAVÍRUS HUMANO - Coggle Diagram
HPV - PAPILOMAVÍRUS HUMANO
CARACTERÍSTICAS GERAIS
O HPV é um DNA-vírus que pode induzir uma grande variedade de lesões proliferativas na região anogenital, além da pele
Os tipos de HPV que infectam o trato genital são divididos em dois grupos. Essa divisão é feita de acordo com o risco oncogênico e o tipo de lesão
Baixo risco oncogênico: detectados em lesões anogenitais benignas e lesões intraepiteliais de baixo grau.
Alto risco oncogênico: detectados em lesões intraepiteliais de alto grau
A infecção por um genótipo de HPV não impede a infecção por outros tipos de HPV
O HPV é o principal fator de risco para o câncer de colo uterino, o qual é a terceira causa de morte em mulheres no Brasil
EPIDEMIOLOGIA
Aproximadamente 1% a 2% da população apresentam verrugas genitais e 2% a 5% das mulheres apresentam alterações do Papanicolau provocadas por infecção pelo HPV
A faixa etária de maior acometimento situa-se entre 20 e 40 anos, com o pico de incidência entre 20 e 24 anos, tanto na população feminina como masculina
A maioria das infecções por HPV em mulheres (sobretudo quando adolescentes) tem regressão espontânea
A prevalência nacional de HPV entre as pessoas testadas foi de 54,6%
Hoje, já se sabe que existem mais de 200 tipos de HPV, em que desses uns 40 tipos, aproximadamente, infectam o trato anogenital e, no mínimo, 20 tipos estão associados ao carcinoma de colo de útero
IST mais frequente no mundo
FATORES DE RISCO
Número de parceiros sexuais
Início precoce da atividade sexual
Tabagismo
Contraceptivos orais
Pacientes imunossuprimidos ((AIDS, corticoterapia, quimioterapia, imunossupressão)
Outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
Não fazer exames de rotina
PATOGENIA
O HPV tem preferência por células da mucosa, principalmente a que reveste a vagina e o colo do útero
Quando o vírus entra na célula hospedeira, tentando integrar o seu material viral ao DNA celular, dá início a mutiplicação celular, com o DNA viral, podendo se tornar ativo ou não no organismo, o que dependerá do sistema imunológico do hospedeiro.
DIAGNÓSTICO
Colonoscopia
Empregado para estudar as variações fisiológicas ou patológicas da mucosa e tecido conjuntivo do trato urogenital, por meio de lentes de aumento (colposcópio) e uso de corantes específicos
Anuscopia
Exame no qual se utiliza um pequeno espéculo rígido inserido poucos centímetros no interior do ânus, de modo a avaliar problemas do canal anal, como hemorróidas, fissuras anais, papilas, condilomas e lesões do canal anal)
Histopatologia
Padrão-ouro para a determinação da necessidade de
tratamento das lesões do trato anogenital
Biologia molecular
Existem três testes de detecção do HPV, que têm aplicabilidade clínica
Captura híbrida
Reação em cadeia da
polimerase (PCR)
Hibridização in situ
Exame físico
O diagnóstico da forma cínica (condiloma acuminado) é clínico podendo ser confirmado com biópsia
Colpocitologia oncótica de colo uterino (Papanicolau)
Esfregaço em lâmina com material oriundo da raspagem da superfície da mucosa cervical, fixação imediata e coloração pela técnica descrita por Papanicolau
A principal alteração celular observada é a coilocitose, modificação que se manifesta em células superficiais e intermediárias, com halo claro que circunda o núcleo de contornos irregulares
ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS
Os papilomavírus pertencem à família Papilomaviridae e são estritamente espécie-específicos, denominados de acordo com o seu hospedeiro.
O genoma viral pode ser dividido em três regiões
Região early (precoce)
Contém estruturas proteicas necessárias à replicação viral e com propriedades de transformação oncogênica
Região late (tardia)
Apresenta genes que codificam proteínas do capsídeo viral
Região regulatória
Controla os elementos de transcrição e replicação.
O HPV é um vírus pequeno, que possui uma dupla fita de DNA com aproximadamente 8.000 pares de base que codificam 9 genes.
MANIFESTACÕES CLÍNICAS
Forma clínica
Paciente apresenta microlesões que são diagnosticadas por meio de exame de Papanicolaou e/ou colposcopia (lesões acetobrancas), com ou sem biópsia
A lesão intraepitelial escamosa de baixo ou alto risco é detectada com mais frequência
Forma subclínica
É a forma mais comum de apresentação é conhecida como verruga genital ou condiloma acuminado.
Presença de lesões exofíticas, com superfície granulosa, podendo ser de apresentação única ou múltipla, restrita ou disseminada, da cor da pele, eritematosas ou hiperpigmentadas
Forma latente
Paciente infectado pelo HPV, mas são assintomáticos
Não desenvolvem lesões e podem permanecer assim durante toda a vida, ou podem, anos depois, vir apresentar a doença com condilomas ou alterações celulares do colo uterino
PAPEL CARCINOGÊNICO
O HPV tem a capacidade de codificar 8 proteínas maiores, das quais as oncoproteínas E6 e E7 estão presentes nos tipos de HIV de alto risco, sendo associadas as funções de transformação e imortalização
A E6 liga-se e inativa a proteína supressora tumoral do hospedeiro (p53), evitando, dessa maneira, o reparo do defeito genético e apoptose
E7 liga-se e inativa a proteína supressora tumoral pRB, liberando, assim, os fatores de transcrição E2F, que participam do estímulo à síntese de DNA na célula do hospedeiro.
Quando ocorre progressão de lesão de baixo para alto grau também ocorre alteração na relação infecção-hospedeiro, e o vírus, anteriormente na forma epissomal (circular), passa para linear e se incorpora ao DNA da célula epitelial.
TRANSMISSÃO
Também existe a transmissão vertical (mãe e feto), que pode ocorrer durante o parto
Contato pele com pele durante relações sexuais (vaginal, anal e oral)
Outra forma mais rara é pelo contato com verrugas de pele e compartilhamento de roupas íntimas ou toalha
COMPLICAÇÕES
Papiloma de Laringe
Dificuldade terapêutica nos imunodeficientes
Câncer anal
Câncer do colo de útero
Câncer genital de orofaringe
Referências
VERONESI. Ricardo e FOCACCIA, Roberto. Tratado de Infectologia Editora Atheneu; 2015
CARVALHO, Newton Sergio de et al . Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 30, n. esp1, e2020790, 2021 .
INCA. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2018: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA 2017. ISBN: 978-85-7318-362-7.