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A POLÍTICA EXTERNA DOS ANOS 1920 - os sucessores de Barão (1912-1930), o…

- - - - No telegrama, ele pergunta qual a posição dos EUA sobre o que o BR deve fazer diante do conflito
    - - consequência + importante: Domício da Gama não cumpre a ordem de Lauro Muller (não consulta os EUA) - posição de que não devemos ser subservientes aos EUA.
      - consequência historiográfica: esse documento, episódico, foi transformado em ícone p/ dizer que a PE pós-Barão era subserviente - todos os autores usarão o telegrama p/ fazer a interpretação de que era uma política externa americanista subserviente. (Caio Prado Júnior, Amado Cervo, Afonso Arinos...)
        
        Eugênio Vargas Garcia -> argumenta que, na verdade, a PEB pós-Barão foi medievalizada - ideia de "idade das trevas" (ninguém estuda muito, ninguém sabe de nada, há um obscurecimento) - como ninguém estuda, ela tem que ser esteriotipada (espalham que foi um "americanismo subserviente, pouco pragmático e jurisdicionista") - SE PERGUNTAREM DA PEB PÓS RIO BRANCO, USAR A INTERPRETAÇÃO DE VARGAS GARCIA - FOI OBSCURECIDA, MEDIEVALIZADA. PERÍODO POUCO ESTUDADO.
  - - - 1906 - Convênio de Taubaté - 3 estados do BR (SP, MG e RJ) decidem que vão tirar café de circulação, comprando parte do estoque e colocando em circulação novamente qdo o preço aumentasse - VALORIZAÇÃO ARTIFICIAL DO PREÇO DO CAFÉ
        
        Governo Rodrigues Alves, liberal, vai contra. Mas a constituição, federalista, permitia que os estados fizessem isso. Depois, governo acata.
      - Para financiar a medida, recorrem a empréstimos -> Rotschild recusam -> governo recorre a um banco alemão.
      - 1914 - Ocorrerá de novo. Na década de 1920, de novo.
      - Na década de 1920 (gov. Arthur Bernardes), acaba a política de valorização 'ad hoc' com apoio do gov federal. SUBSTITUÍDA, EM SP, POR UMA POLÍTICA PERMANENTE DE VALORIZAÇÃO ARTIFICIAL DO CAFÉ - "A defesa permanente do café"
      - Com Vargas, será institucionalizada novamente pelo gov. federal.
    - - A economia, embora seja liberal, permite que o dono faça o que quiser com o produto
      - Competência: um juiz americano não tem competência p/ dar ordens a um país.
  - - - Alguns autores, como Moniz Bandeira, defendem que era uma tentativa de fazer frente aos EUA (mas não foi isso) (pode citar na prova a título de fazer o debate historiográfico)
    - - Não terá muitos efeitos, porque o governo Huerta cairá nas semanas semanas seguintes. Mesmo assim, foi bom pra diplomacia ABC (concertação, posição única etc).
      - Argentina, BR e Chile são convidados a mediar um imbróglio entre México x EUA
        
        Contexto: durante a revolução mexicana, EUA invadiram o México 2 vezes
    - - 1916 - novo governo argentino, mudança radical de posição (Hipólito Yrigoien)
      - Será "ressuscitado" com Getúlio Vargas e Juan Domingo Perón
  - - - Principal motivo: constituição proibe o BR de entrar em guerras (de conquista, mas ñ importava, BR não foi atacado)
        
        Inimigos de Lauro Muller, entre eles Rui Barbosa: BR deveria entrar na guerra, com uma postura de neutralidade benigna - apoia, manda arma, soldado, mas não declara guerra formalmente
      - Rui Barbosa mobiliza a opinião pública contra o Lauro Muller. Lauro pede demissão.
        
        Antecedente: navios do BR começam a ser torpedeados em 1917. Opinião pública ataca a posição de neutralidade do governo.
    - - Papel da opinião pública (pós-torpedeamentos)
      - Pressão anglo-francesa (Eugênio Vargas Garcia)
        
        Ingleses e franceses tinham interesse que o Brasil rompesse relações com a Alemanha e, depois, declarasse guerra.
        
        Sistema de comércio feito por comissários -> se BR rompe com a ALE, comissários alemães no BR poderão ser substituídos por comissários ingleses e franceses
      - Navios "surtos" (Eugênio Vargas Garcia)
        
        Marinheiros alemães que não estavam envolvidos no esforço de guerra não querem voltar da casa -> p/ não atravessarem o canal da mancha e serem capturados por ING ou FR -> escolhem ficar em países neutros até a guerra acabar
        
        Mais de 40 navios alemães ficam no porto do RJ - parados, ocupando espaço, tendo problemas de manutenção, criando questões burocráticas e logísticas, NUM MOMENTO EM Q O BR ESTÁ DESESPERADO PARA AUMENTAR A CAPACIDADE DE TONELAGEM DE NAVIOS E FRETAMENTOS - só marinha do BR ñ era suficiente p/ transportar produtos
        
        BR quer pegar os navios surtos dos portos pra aumentar sua capacidade -> incorporam eles à marinha brasileira, argumentando que o navio estava 'surto' (alega posse fiscal dos navios)
        
        O BRASIL ARRENDA 37 DOS 40 NAVIOS ALEMÃES PARA A FRANÇA, por um preço altíssimo (aí tinha navio alemão bombardeando a própria Alemanha kkkk)
        
        Depois da guerra, dá um problemão: navio é alemão ou é brasileiro?
        
        Imbróglio com ING e FR - Alemanha devendo a eles -> BR consegue ficar com os navios (EUA defendiam que fosse do BR, BR topa aceitar os navios como parte de indenização de guerra alemã ao país)
      - Americanismo (BR não entrava na guerra porque EUA não entrava) - principal motivo
        
        quando EUA entra (telegrama zimmerman + bombardeio submarinos +...), BR entra
        
        telegrama Zimmerman - telegrama enviado pelo ministro das RE alemão, Arthur Zimmerman, ao embaixador alemão no México. Orientava a formação de uma aliança militar, com o México, contra os EUA.
        A proposta garantia ao México a recuperação de suas antigas terras tomadas pelos EUA.
        
        "No começo de fevereiro nós planejamos começar uma irrestrita guerra submarina. A despeito disso, é nossa intenção nos empenharmos em manter os Estados Unidos da América neutros.
        No caso disso não ser bem sucedido, nós propomos uma aliança com as seguintes bases ao México: que nós façamos guerra juntos e façamos paz juntos. Nós forneceremos um generoso suporte financeiro, e no nosso entendimento o México virá a reconquistar os territórios perdidos do Novo México, Texas e Arizona. Os detalhes do assentamento são deixados para você.
        Você está instruído a informar o Presidente [do México] sobre acima na maior confidência assim que for certo que irá haver uma deflagração de guerra nos Estados Unidos e sugerir ao Presidente, em sua própria iniciativa, o convite ao Japão para imediatamente aderir a esse plano; ao mesmo tempo, oferecer-se para mediar as conversas entre Japão e nós mesmos.
        Por favor chame a atenção do Presidente que o emprego implacável de nossos submarinos agora oferecem a perspectiva de forçar a Inglaterra a declarar paz em alguns meses."
- - - - Navios (são nossos ou não? no final, ficamos com os navios como indenização de guerra)
      - Café
        
        Br vendia café p/ Ale. Ale pagava depositando o dinheiro em bancos ingleses. Ingleses confiscam o dinheiro, dizendo que é dinheiro alemão. Governo br diz que é dinheiro nosso
        
        BR consegue receber no final
- - - - V Conferência Interamericana, em Santiago (1923) - CONFUSÃO
        
        Argentinos temiam que o BR ultrapassase sua frota naval (lembrar: BR modernizando marinha) - acusam BR de belicismo
        
        Conferência Preparatória de Valparaíso (proposta por Afrânio de Melo Franco, não ocorre): tentativa de não levar a questão da marinha para a conf. interamericana
        
        Durante a conferência: ARG propõe limitar o poderio naval brasileiro
        
        Inspiração: conferência naval de Washington (1920) (que limita o poderio naval do Japão)
        
        Brasil recusa as propostas de limitação argentinas
        
        Manoel Gondra (PAR) propõe um Acordo de Solução de Controvérsias p/ congelamento da questão (Pacto Gondra) - todo mundo aceita
        
        pelo pacto: se algum país declarar guerra ao outro, tem q esperar 6 meses pra q haja uma comissão independente p/ investigar -> só dps de 6 meses os conflitos poderiam começar
        
        Brasil em isolamento
        
        Representante BR: Afrânio de Melo Franco
      - Missão Montagu (1923)
        
        Lord Montagu (inglês) - propõe uma reorganização das finanças do BR, inclusive com o fim da política de valorização artificial do café
        
        Governo Arthur Bernardes ñ segue. Fica mais impopular ainda.
      - Retirada da Liga das Nações (1926) - conduzida por Afrânio de Melo Franco
        
        BR era membro NP do Conselho da Liga. Todos os anos era reconduzido, apesar de ser NP.
        
        Para que a Alemanha pudesse entrar no Conselho, o Brasil tinha que aceitar (era por consenso) - BR coloca como condição: só aceito ALE como membro permanente se o BR for tb - não é levado a sério
        
        BR veta a participação da Alemanha como membro permanente. Imediatamente, há uma articulação pra tirar o BR do Conselho. Sabendo q isso vai acontecer, BR declara que sairá da Liga.
        
        Motivos da retirada - debate historiográfico
        
        Razões internas - diversionismo (historiografia tradicional) - cortina de fumaça para desviar a atenção do tenentismo
        
        Razões sistêmicas (idealismo x realismo)
        
        Misperception (Eugênio Garcia)
        
        Fragilidade Institucional da Liga - culpa compartilhada (Norma Breda)
      - Política externa:
        
        Chanceler - Felix Pacheco
        
        Principal diplomata: Afrânio de Melo Franco
      - Questão de Letícia (1922 em diante)
        
        Peru cede o território de Letícia p/ Colômbia (Tratado de Salomon-Lozano - 1922). Decisão impopular. População de Letícia não aceita.
        
        Há uma resistência armada da população de Letícia. Colômbia reprime. Conflito
        
        Posição BR: neutralidade absoluta. Essa questão só será resolvida durante a Era Vargas (pelo Afrânio, inclusive, que será mediador da questão)
  - - - Recusa da embaixada alemã (tenho dinheiro pra fazer embaixada não)
    - - Representante: Afrânio de Melo Franco, de novo
      - Principal alvo: EUA, por conta do Big Stick
      - BR defendendo os EUA (mostra a tendência ao americanismo)
    - - Bolívia tentando tomar o Chaco do Paraguai (havia suspeitas de que tinham descoberto petróleo lá)
      - 1928 - Rafael Franco, militar responsável pelas fronteiras do Paraguai, reage e reprime os bolivianos. É preso pelo governo paraguaio, vira herói nacional no Paraguai e dps virará presidente
      - 1933 - Guerra do Chaco