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Avaliações Pedagógicas para Surdos - Coggle Diagram
Avaliações Pedagógicas para Surdos
bem como análise documental, utilizando-se como fonte as avaliações de conteúdos processo de coleta de dadosCompreendeu a realização de entrevistas semiestruturadas com professores ouvintes bilíngüe Conteúdos pedagógicos desenvolvidas e propostas por esses profissionais para os alunos surdos
Destaca-se que as professoras ouvintes
bilíngues atuam em conjunto em uma
sala de aula bilíngue multisseriada, formada
por alunos surdos que se encontram em
diferentes anos do ensino fundamental I, ciclo I e ciclo II, cuja língua de instrução e de interação é a Libras
Durante a aplicacao das avaliacoes toda
a instrução referente aos exercícios
propostos é dada em Libras
A gente sempre tenta priorizar a questão
visual, porque esse é um
sentido neles que é bem aguçado, então
nós priorizamos uma
avaliação que tenha mais leitura do que escrita,
pelo menos nesse
momento que eles estão passando por uma
etapa de letramento, então
mesmo em uma prova de Português, ao invés
de eu pedir para que
eles escrevam palavras que eles conhecem daquele
tema, a gente dá o
texto e eles podem pintar no texto aquela palavra,
dá mais segurança
para os alunos, mostra o que eles aprenderam
e acaba não sendo
cruel para eles, porque o Português ainda é
mais complicado nesse
processo de escolarização. (Relato do professor).
As avaliações nós preparamos quase que
individualmente, porque no
meu caso é quarto e quinto, então em uma
avaliação de matemática
são duas avaliações de matemática,
para o quarto ano e para o
quinto ano, então é preciso pensar muito
no aluno para elaborar essa
prova, eu não posso copiar e colar qualquer
exercício, então eu acho
que o professor tem que ter em mente para
quem é essa avaliação,
qual o objetivo dessa avaliação e porque
também que eu vou fazer
essa avaliação. (Relato do professor).
O foco da avaliação da escrita dos surdos
deverá valorizar o conteúdo,
suas tentativas de produzir significados na
escrita, mesmo que as
palavras sejam inadequadas e nem sempre
redigidas da maneira
convencional. Em relação à forma ou estrutura
do texto,
é fundamental que sejam utilizados critérios
diferenciados de avaliação
em relação aos possíveis “erros” apresentados.
as adaptações e adequações
realizadas foram dirigidos a diferentes alunos, considerando-se a trajetória de cada
aluno, as habilidades e dificuldades observadas e o ciclo/ano em que se encontra. Desse
modo, pode-se observar que os referidos exercícios apresentam finalidades similares,
assim como avaliar a aquisição e o desenvolvimento
de habilidades de leitura, escrita e
interpretação, adequando-se contudo, às especificidades
de cada aluno. Os exercícios
propostos partem de um tema e objetivos comuns,
mas são explorados de diferentes
formas, requerendo diferentes estratégias para a
realização dos mesmos.
A prova dos alunos tem muito desenho,
tem muita figura, ela tem
vários esquemas. Nós também recorremos
bastante a questões de
múltipla escolha, especialmente em provas de Geografia,por
exemplo, quando vai trabalhar a questão dos estados, a gente coloca por exemplo
um mapa, tem os estados e é preciso nomear, então
a gente coloca
alternativas, as questões de múltipla escolha
que é também uma
estratégia de leitura para eles, então a cada
bimestre a gente vai
aprofundando mais nessa questão, vai tirando
esses apoios e exigindo
um pouquinho mais gradualmente. (Relato do professor).
Para o aluno surdo, por exemplo, é preciso
entender que a experiência
educacional, antes de tudo, é visual. Portanto,
entender a avaliação a
partir da especificidade surda é oferecer
estratégias, métodos, recursos
e práticas que contemplem sua língua natural -
língua de sinais - e sua forma
de expressão nos instrumentos e espaços avaliativos.
Nota-se o desejo de serem contemplados nos
cursos de formação inicial e
continuada de professores conhecimentos para
atuar na educação de surdos, como
questões linguísticas e culturais relativas à surdez
Verificou-se ainda, que em muitos exercícios
os enunciados e textos continham
os nomes dos colegas de classe ou professoras e experiências vivenciadas pela turma, a
fim de torná-los mais significativos aos alunos e de auxiliá-los na construção de sentidos em circulação nos textos. O aluno surdo não fala a língua que precisa aprender
a ler e a escrever e por isso demanda algum léxico
familiar para enfrentar o desafio da
leitura, e as professoras demonstram compreender isso
Assinala-se também, a
carência de modelos educacionais bilíngues no sentido de fomentar reflexões e elucidar
parâmetros para uma prática docente mais efetiva conforme essa perspectiva
Nosso trabalho é mesmo um desafio e é uma tentativa e erro, é um pensar, um repensar constante sobre a prática. (Relato do professor).
Uma proposta muito rica e que exige de nós professores um compromisso grande estudo por que não é fácil.
prática docente apresenta-se como
um desafio, sobretudo em virtude do pouco
conhecimento sobre a surdez e de suas
implicações educacionais, evidenciando as
fragilidades da formação inicial, bem como a
necessidade e a relevância da formação continuada em serviço.
Na correção da avaliação nós não colocamos
uma nota, porque nós
somos uma sala multisseriada, então os
parâmetros são um pouco
diferentes para a questão da avaliação, a
nossa nota bimestral não é
só a nota daquela avaliação que ele fez,
é uma nota do percurso que
ele teve no bimestre, o desenvolvimento dele.
(Relato do professor).
Na avaliação é para ver o conhecimento do aluno,
as dificuldades que
ele tem e os avanços, comparar isso de bimestre
a bimestre, mas
também perceber onde é que a gente como professora também está
errando, então a avaliação é tanto para o aluno
como para nós
professores, a gente sempre pensa assim.
(Relato do professor).
O aluno surdo pode mostrar mais e melhor o que
sabe, pois é considerada sua
especificidade linguística, as professoras exploram
a dimensão visual dos exercícios,
bem como são aceitos desenhos ou outros modos
de registros para sua resolução, desse
modo, o Português não constitui-se um entrave para
o aluno expressar o que sabe.
Para o professor, ver como o seu aluno está lendo
ou escrevendo é fundamental
para orientar suas ações. O ensino do Português
como segunda língua é algo defendido,
mas como fazer e que efeitos isso tem para os
alunos é algo a ser construído na relação
pedagógica e a avaliação pode ser um instrumento importante para orientar o professor.