Please enable JavaScript.
Coggle requires JavaScript to display documents.
BRASIL: A CONSTRUÇÃO DA REPÚBLICA - Coggle Diagram
BRASIL: A CONSTRUÇÃO DA REPÚBLICA
com o golpe de 15 de novembro de 1889 teve fim o regime monárquico no Brasil e iniciou-se a República. O acontecimento ocorreu sem confrontos armados, mas provocou importantes desdobramentos no país
a República costuma ser dividida em duas fases:
a primeiras, de 1889 a 18894, é chamada de
República da Espada
, em referências aos militares que governaram o país nesse período
a segunda, entre 1894 e 1930, é denominada
República Oligárquica
. Nessa época, o governo foi controlado por uma elite de latifundiários, ligados à produção de café em São Paulo e de gado leiteiro em Minas Gerais
como ministro da Fazenda do Governo Provisório, Rui Barbosa procurou incentivar o desenvolvimento industrial, elevando os impostos sobre os produtos importados e ampliado a oferta de crédito aos industriais brasileiros
para efetuar os empréstimos, a Casa da Moeda aumentou a emissão de dinheiro, porém, empresas foram criadas apenas no papel para receber recursos do governo
com excesso de dinheiro circulando, houve uma forte elevação de preços, que fez a inflação aumentar e assim, ficou conhecido como encilhamento
diante desse cenário, o governo suspendeu as emissões de moeda e cancelou os empréstimos às empresas, levando muitas delas à falência
após o 15 de novembro, três diferentes grupos republicanos passaram a disputar o poder, cada um com suas propostas:
o projeto dos
grandes proprietários de terra
, notadamente os paulistas, que contou com apoio de alguns profissionais liberais, propunha uma República liberal federalista, inspirado no modelo
dos EUA
o projeto
militar
era a favor de uma espécie de ditadura, com um governo centralizador e mantedor da ordem e do progresso, influenciado pela doutrina positivista
o projeto dos
grupos urbanos
, como pequenos proprietários, profissionais liberais, jornalistas, professores e estudantes que inspiravam-se na República Jacobina, implantada na França
durante a
República da Espada
, ocorreu:
o Governo Provisório
a Constituição de 1891
a política econômica de Rui Barbosa
eleição e renúncia de Deodoro da Fonseca
o governo de Floriano Peixoto: o Marechal de Ferro
durante a
República Oligárquica
ocorreu:
coronelismo, voto cabresto e a política dos governadores
café com leite
a política econômica da República Oligárquica
a política externa da República Oligárquica
foi criado um
Governo Provisório
(1889-1891) chefiado pelo
Deodoro da Fonseca
, que foram tomadas as seguintes medidas:
exílio da família imperial para evitar qualquer resistência monarquistas
a convocação de eleições para uma Assembleia Constituinte
separação entre Igreja e Estado
concessão de nacionalidade brasileira a todos os estrangeiros residentes no país
adoção de uma nova bandeira nacional para substituir a do Império
fechamento da Câmara, Senado e Assembleias Provinciais
substituição dos presidentes das antigas províncias
em fevereiro de 1891, a nova Constituição foi promulgada, e falava que:
o Estado brasileiro se organizava em três poderes independentes - o
Legislativo
,
Judiciário
e
Executivo
essa mesma divisão de poderes era respeitada em cada estado
o Poder Executivo nos estados era exercido pelo
presidente do Estado
tinham direito a voto todos os maiores de 21 anos, exceto mulheres, frades, mendigos, analfabetos e soldados
somente o primeiro presidente e o seu vice seriam eleitos de forma indireta
segundo as regras da época, presidente e vice eram escolhidos com votos separados e isso permitiu a eleição de marechal Deodoro da Fonseca a presidente e Floriano Peixoto como vice, cada um pertencia a uma chapa diferente
o novo mandado do marechal foi marcado por uma série de atritos entre o presidente e o Congresso e diante de tantas pressões e temendo uma guerra civil, Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo em 23 de novembro de 1891, sendo substituído pelo seu vice Floriano Peixioto
o novo presidente governou de formas autoritária, com frequente uso de força para repreender seus opositores lhe rendeu o apelido "Marechal de Ferro"
Floriano logo reabriu o Congresso e implantou novas medidas que atendiam às necessidades das camadas populares, como diminuição dos impostos sobre a carne, o controle do valor dos aluguéis e a construção de casas
mesmo sofrendo forte oposição de civis e militares, no início de 1892, levantes armados exigindo novas eleições foram sufocados e seus líderes presos
no ano seguinte explodiu a
Revolta Armada
(1893-1894)
sob o comando do almirante Custódio de Melo e Saldanha da Gama, oficiais da Marinha tomaram alguns navios do Rio de Janeiro para exigir a destruição do presidente
a resposta de Floriano foi dura, foram enfrentamentos durante meses, até a vitória dos governistas em março de 1894
as eleições diretas eram feitas por meio de voto aberto, ou seja, não secreto e assim, os coronéis mandavam seus jagunços vigiarem a votação para pressionar os eleitores a votarem em seu candidato e além disso disso, prometiam vários favores em troca de votos. Com essa prática, ficou conhecido como
voto cabresto
nas grandes cidades e capitais, a situação não era muito diferente
outra prática comum desse período foi chamada
política dos governadores
e por meio dela, os governantes estaduais garantiam a eleição de deputados e senadores que fossem favoráveis ao governo federal e isso ocorria, com a ajuda dos coronéis que controlavam as votações e em troca, o presidente deixava de intervir nesses locais, garantindo maior poder às oligarquias da região
para manter essa política, foi criado um órgão subordinado ao presidente, chamado
Comissão de Verificação
e sua função era dar a palavra final sobre a posse de deputados e senadores eleitos
o governo federal atuou fortemente ao lado de outros países para incentivar a vinda de imigrantes para trabalhar nas lavouras e no final do século XIX e o início do século XX foram de intenso fluxo migratório para o país, tendo até 1910 no Brasil mais de 2,4 milhões de estrangeiros, principalmente italianos, portugueses, espanhóis, alemães e japoneses
no início da República, São Paulo e Minas Gerais representavam as principais forças econômicas do país, sendo os paulistas responsáveis pela maior parte do produção de café e os mineiros pela criação de gado, e assim, focaram conhecidos como
o café com leite
diante do continuado crescimento da produção do café, os preços sofreram grande queda no mercado internacional, o que diminui as receitas obtidas. com com crises e instabilidade social, Campos Sales instaurou um plano econômico:
a obtenção de novos empréstimos externos
a suspensão do pagamento da dívida externa por treze anos
a fixação das rendas da alfândega do Rio de Janeiro como garantia aos banqueiros internacionais
o compromisso de combate a inflação
a crescente produção do café e a queda dos preços atingiu seu auge em 1906 e a solução encontrada pelos presidentes de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro foi propor
ao governo federal que comprasse e estocasse a produção excedente, forçando o aumento dos preços no mercado internacional e assim, ficou conhecido o
Convênio de Taubaté
os projetos de reforma ocorridos desde finais do século XIX, pretenderam transformar as cidade, levando em consideração as necessidades do abastecimento, da circulação de pessoas e dos novos modelos de transporte e a mais conhecida foi a reforma no Rio de Janeiro
construíram aquedutos, criaram rede de esgoto, calçar as ruas, abrir avenidas e aterrar os pântanos e também, demoliu cortiços e prédios antigos e assim, milhares de famílias ficaram sem casa e foram para os morros, onde começaram a construção das comunidades
e durante esse período, ocorreram várias revoltas e elas foram:
em 1910 eclodiu a
Revolta da Chibata
- o uso da chibata era uma prática antiga dentro da Marinha, como forma de os oficiais punirem os subordinados ( a maior parte compostas por negros e mulatos)
liderados por João Cândido e Francisco Dias Martins, os rebeldes tomaram vários navios de guerra e ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro, exigindo uma alimentação de melhor qualidade, aumento dos soldos, anistia aos rebeldes e o fim dos maus-tratos
as exigências foram aceitas e os rebeldes depuseram as armas, mas as mudanças prometidas não aconteceram
duas semanas depois, um novo levante, desta vez entre os fuzileiros navais, foi um pretexto para o governo prender todos os revoltosos, sendo que alguns sofreram tortura, outros deportados para Amazônia e outros ainda mortos
com o desenvolvimento industrial e urbano, muitos bairros operários surgiram em várias cidades brasileiras, habitados em sua maioria por imigrantes estrangeiros
a vida desses trabalhadores era precária em razão dos baixos salários, da jornada de trabalho pesada e da inexistência de benefícios, como descanso semanal, férias e aposentadoria e também, em muitas fábricas, empregavam-se mulheres e crianças, cujos salários eram inferiores aos de homens adultos e para piorar, o ambiente das indústrias era insalubre e muitas vezes perigosos
nesse contexto, surgiram as primeiras associações operárias que se inspiravam nas organizações socialistas e anarquistas da Europa, lutando por direito trabalhistas
em 1907, a luta por uma jornada de trabalho de oito horas motivou uma greve que paralisou a capital paulista
outra greve ocorreu em julho de 1917, mas em vez de negociar, os patrões e governantes reprimiram violentamente os protestos, tratando-os não como uma questão social e política, mas como caso de política
e assim ficou conhecida a
organização operária
ao assumir a presidência, em 1902, Rodrigues Alves estabeleceu como metas do seu mandato a modernização e o saneamento da capital do país e para isso, planejou uma grande reforma urbana
em 1904, foi instituída a vacinação obrigatória contra a varíola, sem antes esclarecer o público sobre sua necessidade, e assim a população se rebelou: ergueram barricadas e houve tiroteios com a polícia, no conflito que ficou conhecido como
Revolta da Vacina
a vacinação obrigatória simbolizava o autoritarismo da República, e por isso foi amplamente rejeitada pela população
hoje vemos episódios que marcaram período da República Oligárquica, como a Guerra de Canudos, a do Contestado, Revolta da Vacina e da Chibata, assim como fenômeno de cangaço, pode ser interpretados como respostas populares à exclusão que tinha sido submetida grande parte da população
tais revoltas, em sua maioria, não propunham uma mudança profunda na estrutura do Estado nem uma revolução social: pretendiam apenas superar as dificuldades imediato das camadas mais pobres. Acabaram todas vencidas pelos representantes dos Estado e dos setores privilegiados, que faziam uso da força policial ou militar para manter as coisas como estavam
enquanto nas cidades as medidas autoritárias do governo e as precárias condições de vida e de trabalho da população geravam greves e revoltas, no campo a situação não era melhor
nesses contexto de dificuldades sociais, surgiram os movimentos messiânicos, que pregavam a vinda de um salvador para resolver os males da população
o
messianismo
é a crença na vinda de um messias, por exemplo, Jesus cristo
e tivemos algumas revoltas no campo:
o cearense Antônio Mendes Maciel, conhecido como Antonio Conselheiro, foi um dos principais líderes messiânicos brasileiros. Depois de exercer diversas profissões, vagou pelo nordeste foi venerado por suas pregações. Em 1893, estabeleceu-se no interior da Bahia e fundou uma velha fazenda de
Canudos
uma pequena comunidade que rapidamente se transformou em um arraial
a pregação de Conselheiro atraiu milhares de seguidores e, em poucos anos, Canudos se transformou em uma comunidade autossuficiente. Como forma de administração, prevalecia na comunidade um sistema de mutirão, em que tudo era feito em conjunto
essa experiência incomodava os latifundiários, que temiam perder seus empregados e, com eles, seu poder. O clero também se assustava, pois via seus fiéis afastado afastarem
além disso, Conselheiro foi rotulado de monarquista, por criticar a separação entre Igreja e Estado promovida pelo governo republicano. Temendo que suas ideias se espalhassem pelo país,as autoridades estaduais e federais organizaram expedições militares para destruir Canudos. As três primeiras foram expulsos pelos habitantes do arraial, que tomaram um metralhadoras e canhões dos soldados e se fortaleceram ainda mais
somente a quarta expedição, composta de cerca de 14.000 homens muito bem armados, conseguiu pôr fim à comunidade. O arraial foi arrasado e os que não morreram na luta foram degolados pelas tropas do Exército. Poucos habitantes foram feitos prisioneiros
e assim, foi a
Guerra de Canudos
(1896-1897)
no início do século XX, o governo concedeu uma extensa área entre Paraná e Santa Catarina a empresa estadunidense Brazil Railway Company. A região, conhecida como Contestado,era assim chamada por ser disputada pelos dois estados. O local seria utilizado para Construção de parte da estrada de ferro que ligaria São Paulo e Porto Alegre
com início das obras, indígenas e camponeses miseráveis que viviam ali foram expulsos. Concluía a obra, a companhia demitiu boa parte dos operários e ampliou a exploração de madeira, desalojando mais uma leva de pequenos agricultores e proprietário
em 1912, operários, camponeses indígenas prejudicados pela empresa se juntaram em torno de um líder messiânico, o beato José Maria. Temendo episódio semelhante ao de Canudos, o governo federal, auxiliado pelos coronéis da região, enviou tropas para expulsar os sertanejos
após diversas batalhas, os rebeldes foram derrotados em 1916 e outra vez, uma questão de caráter social era tratado violentamente com o caso de polícia
o período da República Oligárquica foi marcado por um acelerado processo de urbanização
abrigavam a elite dominante, com projetos modernizadores e civilizatórios, mas o contraste e a desigualdade eram percebidos nas epidemias
esses fatores foram impostantes para eclosão de diversas manifestações durante esse período