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Patologia cardiovascular e respiratória na gravidez - Coggle Diagram
Patologia cardiovascular e respiratória na gravidez
Distúrbios hipertensivos
HTA crónica
Classificação
Com HTA gestacional sobreposta
Com pré-eclâmpsia sobreposta
Com eclâmpsia sobreposta
Definição
HTA existente antes da gravidez, quese desenvolve até às 20ª semana ou que persiste após 12 semanas pós-parto
Diagnóstico
Critérios:
-HTA ligeira/moderada - PAS 140-159 ou PAD 90-109 mmHg
HTA grave - PAS >ou= 160 ou PAD >ou= 110 mmHg
Abordagem
Monitorização da PA, vigilância do crescimento fetal e possibilidade de HTA crónica sobreposta com pré-eclâmpsia/eclâmpsia
Terapêutica
Indicações - PAS >ou= 160 ou PAD >ou= 105 mmHg
Fármacos:
labetalol
nifedipina
metildopa
diuréticos (se prévios à gravidez)
IECAs e ARAs contraindicados!
HTA gestacional
Definição
HTA que se desenvolve após a 20ª semana e normaliza antes das 12 semanas pós-parto
Pré-eclâmpsia
Definição
HTA com proteinúria que se desenvolve após as 20 semanas
Fatores de risco
Nulípara, gestação múltipla, idade materna >ou= 40 anos, AP de pré-eclâmpsia, HTA crónica, DM pré-gestacional, distúrbios vasculares ou do tecido conjuntivo, nefropatia ou DRC, SAAF, obesidade, raça afro-americana, fertilização in vitro
Clínica
Não grave - HTA, proteinúria, edema
Grave - HTA, proteinúria, dor epigástrica/QSD, disfunção hepática e renal, trombocitopénia, restrição de crescimento fetal, cianose/edema pulmonar, distúrbios visuais/do SNC, edema matutino da face/anasarca
Diagnóstico
Critérios:
não grave - PAS >ou= 140 ou PAD >ou= 90 mmHg + proteinúria (excreção proteica >ou= 0,3g/24h)
grave - PAS >ou= 160 ou PAD >ou= 110 mmHg + proteinúria >ou= 5g/L/24h + cratinina sérica >ou= 1,1 mg/dL ou aumento para 2x o basal
HC + EO dirigido aos sintomas de pré-eclâmpsia
Avaliação do peso, edemas periféricos, fundoscopia, ROT aquiliano, reflexo patelar, clónus no tornozelo
Análises - hemograma, plaquetas, TP, aPTT, função hepática, creatinina sérica, ácido úrico, urina 24h, clearance de creatinina, proteinúria total
Estudo fetal - ecografia, estimtiva de peso fetal, avaliação do crescimento, volume de líquido amniótico, perfil biofísico ou CTG
Etiologia
Vasospasmo materno (por fatores vasculares, alt hemostáticas, alt dos prostanóides, alt dos mediadores produzidos pelo endotélio, libertação de radicais livres, antioxidantes e peróxidos lipídicos)
Fisiopatologia
Predisposição genética --> invasão incompleta das artérias espiraladas pelo trofoblasto --> isquémia placentar --> lesão endotelial generalizada --> HTA, proteinúria e edema --> pré-eclâmpsia
Efeitos sistémicos
CV - aumento da PA e DC
Pulmonares - edema pulmonar
Hematológicos - hemoconcentração (aumento do Htc), risco de choque hipovolémico de instalação rápida se hemorragia, coagulopatia, anemia hemolítica microangiopática (--> trombocitopénia, CID), retenção hídrica no 3º espaço
Renais - endoteliose glomerular, diminuição da TFG e aumento da creatinina sérica, proteinúria, diminuição da filtração de ácido úrico
Neurológicos - hiperreflexia, hipersensibilidade, cefaleias, alt visuais (visão turva, escotomas, amaurose)
Fetais - diminuição do tamanho e função placentária, elevada incidência de restrição de crescimento fetal, oligoâmnios, maior mortalidade perinatal, maior incidência de descolamento de placenta, diminuição da oxigenação fetal, FC fetal não tranquilizadora
Abordagem
Avaliação do grau de gravidade:
não grave - repouso, avaliação clínica e laboratorial seriada + avaliação do bem-estar fetal
grave - encaminhamento para centro terciário, avaliação laboratorial diária + parto (imediato ou às 34 semanas)
Indução da maturação pulmonar se necessário (se < 37 semanas)
Terapêutica
Pré-eclâmpsia grave - anti-HTA (hidralazina, labetalol, nifedipina) se PA >ou= 160/110 mmHg, estabilização clínica com sulfato de magnésio (profilaxia de convuçsões), monitorização materno-fetal
Pós-parto - manter sulfato de magnésio para prevenção de convulsões --> vasospasmo reverte em 24-48h pós-parto
Eclâmpsia
Diagnóstico
Critérios - critérios de pré-eclâmpsia + convulsões (mal convulsivo/convulsões tónico-clónicas) não explicadas por patologia neurológica conhecida
Consequências maternas
Lesão músc-esquelética (mordedura da língua), hipóxia, aspiração
Terapêutica
Medidas gerais - proteção da via aérea, proteção da língua, acesso EV, O2 suplementar
Sulfato de magnésio 4-6g EV infusão lenta --> adicionar 2g se nova convulsão
Vigilância do débito urinário, gasimetria, correção metabólica
Síndrome HELLP
Diagnóstico
Critérios - hemólise microangiopática + trombocitopénia + disfunção hepatocelular (
H
emolysis
E
levated
L
iver enzymes
L
ow
P
latelet count)
Epidemiologia
Mais freq em núliparas com PA mais baixa do que na pré-eclâmpsia
Abordagem
Indicação para interrupção da gravidez, se estável e > 34 semanas pondera-se maturação fetal com corticoides
Clínica
Náuseas, vómitos, quadro viral-like --> dor no QSD (associado a disfunção hepática)
Terapêutica
Transfusão de concentrado de plaquetas:
se < 20000/mm3
se cesariana e < 50000/mm3
Doença grave - encaminhamento para centro terciário/UCI, estabilização CV, correção de alt na coagulação e realização do parto
Doença cardíaca
Cardiopatia
Aumento fisiológico do DC --> descompensação de cardiopatias pré-existentes
Classe funcional NYHA
Classe I/II - defeitos do septo, canal arterial patente, doença valvular moderada mitral ou aórtica
Clse III/IV - HTP primária, tetralogia de Fallot não corrigida, síndrome de Eisenmenger, síndrome de Marfan --> gravidez desaconselhada, risco de morte
Abordagem
Seguimento por equipa multidisciplinar (obstetra, anestesiologista, cardiologista)
Evicção de situações de stress - correção de anemia, dx/tx de infeções, diminuição da atividade física, controlo do ganho de peso, descanso adequado
Pré-parto - ponderar anticoagulação, profilaxia de endocardite, monitorização cardíaca invasiva e correção cirúrgica
Ecogardiograma fetal recomendado
Parto - otimização da função cardíaca, epidural recomendada, parto vaginal preferencial mas abreviação do período expulsivo com fórceps/ventosa
Pós-parto - aumento do DC com a involução uterina --> risco de morte materna!
Consequências fetais - baixo peso à nascença, prematuridade, maior risco de doença cardíaca congénita
Doença reumática
Associado a maior taxa de morte fetal
Clínica - estenose mitral em 90% dos casos, com agravamento da obstrução mecânica na gravidez --> doença tromboembólica, endocardite bacteriana subaguda, IC, edema pulmonar
Arritmias
Clínica - taquicardia auricular paroxística é a + comum, suspeitar de cardiomiopatia se estenose mitral + FA/flutter auricular
Miocardiopatia periparto
Raro mas muito grave, idiopático
Diagnóstico - no último mês de gravidez ou primeiros 6 meses pós-parto, dx de exclusão
Terapêutica - repouso no leito, digoxina, eventualmente anticoagulantes
Prognóstico - taxa de mortalidade alta por dilatação do VE após 6-12 meses
Doença respiratória
Asma
Consequências fetais - maior risco se mau controlo da doença
Abordagem
Manutenção de oxigenação fetal adequada (prevenção de hipóxia materna)
Evicção de fatores despoletantes (alergénios, tabaco)
Avaliação do FEV1 - FEV menor associa-se a maior risco de baixo peso e prematuridade
Avaliação ecográfica e do bem-estar fetal a partir das 32 semanas se asma moderada/grave ou se durante recuperação de exacerbação da doença
Clínica - 1/3 agrava, 1/3 melhora, 1/3 mantém-se igual durante a gravidez
Terapêutica
Não descalar fármacos mesmo que melhoria sintomática
Se corticóide sistémico durante a gravidez, admin corticóide EV intraparto e 24h após (prevenção de crise adrenal)
Asma grave - semelhante à tx na mulher não grávida, com O2 suplementar, beta-agonistas, corticóides orais/EV e intubação se necessário
Influenza
Clínica
Tosse seca, febre, mialgias
Consequências maternas - aumento da suscetibilidade a pneumonia, maior taxa de hospitalização e de mortalidade
Prevenção
Vacinação
Quimioprofilaxia se contacto próximo com infetados
Consequências fetais - parto pré-termo, exposição a hipertermia com febre materna
Terapêutica
Tx de suporte + antivirais