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Patologia infecciosa na gravidez - Coggle Diagram
Patologia infecciosa na gravidez
Estreptococcus do grupo B
Epidemiologia
30% das grávidas colonizadas
Clínica
Infeção de início precoce (1ª semana de vida, + freq se pré-termo) ou tardio (> 6 dias de vida), com sépsis, pneumonia ou meningite no RN
Febre materna pós-parto por endometrite ou meningite
Rastreio
Em todas as grávidas com colheita de exsudado vaginal e retal entre as 35-37 semanas
Prevenção
Profilaxia AB intraparto e/ou após rotura de membranas se rastreio positivo
Considerar profilaxia se grávida com bacteriúria por strepto B durante a gravidez ou RN anterior com infeção precoce
Profilaxia AB em grávida sem rastreio - se parto pré-termo, rotura prematura de membranas pré-termo, rotura de membranas prolongada (>18h), febre intraparto (>ou= 38ºC)
Hepatite
A
Diagnóstico - ac anti-VHA (IgM)
Clínica - sem efeitos específicos na gravidez ou no feto, amamentação contraindicada
Prevenção - Ig VHA pré e pós exposição na gravidez
B
Rastreio - AgHbS no 1ºT e às 32-34 semanas em todas as grávidas
Clínica - maior risco de infeção fetal no 3ºT, amamentação pode provocar infeção, propensão para infeção crónica
Prevenção:
vacinação na gravidez se Ag HbS negativo + fatores de risco
Ig VHB se exposição
Ig VHB + vacina nas primeiras 12h de vida em RN de mães positivas (amamentação segura segundo a DGS)
Terapêutica - tenofovir se carga viral > 6-8 log 10 cópias
C
Diagnóstico - ac anti-HCV (IgG), RNA viral
Rastreio - se AP de drogas EV, HIV, transfusão sanguínea/transplante de órgão antes de Julho de 1992, transfusão de concentrados de fatores de coagulação antes de 1987, diálise, sinais/sintomas de doença hepática, presença de DST
Transmissão vertical (2-8% dos casos) - maior risco se co-infeção HIV, rotura de membranas prolongada ou monitorização fetal invasiva
D
Clínica - só há infeção na presença de VHB, pode ser crónico (grave em 70-80% dos casos)
Diagnóstico - ag VHD, ac anti-VHD (IgM) na fase aguda
Prevenção - semelhante à do VHB
E
Clínica - taxa elevada de hepatite fulminante na grávida e maior mortalidade, mais grave se co-infeção HIV
Diagnóstico - ac anti-VHE em mulheres expostas (viagens)
HPV
Clínica:
materna - lesões genitais aumentam durante a gravidez --> cesariana se lesões extensas
fetal - papilomatose laríngea se transmissão vertical
Terapêutica - geralmente adiada até ao pós-parto, mas pode fazer-se laser, criotx, ácido tricloroacético (podofilina, 5-fluoracilo e IFN contraindicados)
Rastreio - colpocitologia
Clamídia
Rastreio - precoce e repetição no 3ºT se fatores de risco (em Portugal só rastreio de grupos de risco)
Clínica:
materna - assintomática, cervicite mucopurulenta, uretrite, endometrite pós-parto, infertilidade
fetal - conuntivite purulenta pós-parto, pneumonia (1-3 meses de vida)
Diagnóstico - cultura, IFD, ELISA, sonda de DNA, PCR
Terapêutica - azitromicina, amoxicilina, tetraciclinas ou quinolonas
Seguimento - repetição do teste 3-4 semanas após tx
Herpes
Tipos:
HSV 1 - herpes labial, gengivoestomatite, queratoconjuntivite, herpes genital (cada vez + freq)
HSV 2 - herpes genital
Episódio:
primário - sem evidência de infeção prévia (maior risco fetal)
primeiro episódio não primário - AP de infeção prévia por outro tipo de HSV
recorrente - AP de infeção prévia pelo mesmo tipo de HSV
Diagnóstico
EO - vesículas ulceradas --> evolução para crostas
MCDTs - cultura, PCR, serologias para HSV 1 ou 2
Terapêutica
Aciclovir se sintomas graves durante a gravidez ou supressão de crises em grávidas com infeção recorrente (a partir das 36 semanas), cesariana se lesões herpéticas ou suspeitas no colo uterino, vagina ou vulva no momento do trabalho de parto ou da rutura de membranas
Rubéola
Clínica
Adultos - assintomático (50% dos casos), febre, rash, artralgias, linfadenopatias, conjuntivite
Grávida - maior risco de aborto espontâneo se infeção no 1ºT
Síndrome de rubéola congénita (infeção no 1ºT) - doença cardíaca congénita, défice cognitivo, surdez, cataratas
Diagnóstico
Serologias IgG/IgM na fase aguda/convalescença
Rastreio
Serologia em todas as grávidas, pré concecional, no 1ºT e às 18-20 semanas se não imune
Prevenção
Vacinação pré-concecional (incluído no PNV) --> gravidez > 1 mês após
Evicção de contacto com infetados durante a gravidez + vacinação na alta pós-parto se IgG negativa durante a gravidez
HIV
Clínica
Sem efeito específico na gravidez, mas pode afetar curso de outras infeções (vaginose, candidíase, herpes genital, HPV, sífilis, CMV, toxoplasmose, VHB e VHC)
Transmissão vertical
25% se não tratado, 8% se monotx, 1-2% se HAART
Fatores de risco - carga viral materna alta, corioamnionite, rotura de membranas prolongada, monitorização fetal invasiva, episiotomia, ventosa, fórceps
Rastreio
Ac anti-HIV 1 e 2 no 1ºT e às 32-34 semanas em todas as grávidas
Diagnóstico
ELISA --> Western-blot se ELISA+
carga viral RNA - se ELISA e western-blot discordantes
teste rápido HIV - para grávidas em trabalho de parto com estado serológico desconhecido
Terapêutica
HAART, amamentação contraindicada, cesariana se carga viral > 1000 cópias/mL
Sífilis
Clínica
infeção por transmissão vertical a partir das 16 semanas, pode haver aborto espontâneo, morte fetal e neonatal se grávida não tratada
síndrome de sífilis congénita (sintomas a partir dos 10-14 dias) - rash maculopapular, corrimento nasal, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, corioretinite --> dentes de Hutchinson, nariz em sela, tíbia em sabre
Rastreio
VDRL no 1ºT e às 32-34 semanas em todas as grávidas
Diagnóstico
Testes não treponémicos (VDRL, RPR) --> confrirmação com testes treponémicos se positivo
Terapêutica
Penicilina - vigiar reação de Jarisch Herxheimer (pode causar parto pré-termo ou sofrimento fetal)
Seguimento
Avaliação dos títulos VDRL durante 1 ano --> aumento de 4x ou sintomas persistentes/recorrentes implica repetição da tx
Gonorreia
Rastreio - precoce se fatores de risco ou sintomas + repetição no 3ºT se alto risco
Diagnóstico - PCR de exsudado vaginal, endocervical e urina (notificação obrigatória!)
Terapêutica - ceftriaxone + azitromicina (tetraciclinas e quinolonas contraindicadas)
Clínica - oftalmopatia gonocócia do RN se transmissão intraparto
Prevenção - pomada oftálmica de eritromicina ou tetraciclina à nascença
CMV
Diagnóstico
Deteção de IgM e IgG --> se +, teste de avidez de IgG (determina tempo de evolução da infeção)
Amniocentese - confirmação de infeção fetal
Clínica
Infeção fetal + freq se infeção materna primária, 1% da infeção ocorre in utero
assintomáticos, petéquias, hepatoesplenomegália, icterícia, microcefalia, coriorretinite, sequelas a longo termo em 25% dos casos (surdez, défice cognitivo)
Terapêutica
Antivirais no RN
Toxoplasmose
Transmissão vertical
Mais freq no 3ºT, mais grave se no 1ºT
Clínica
infeção congénita - défice cognitivo, cegueira, epilepsia
Rastreio
Pré-concecional e/ou no 1ºT + repetição no 2º e 3T se não imune
Diagnóstico
Demonstração de seroconversão - IgG > IgM, avidez de IgG baixa se infeção nos últimos 5 meses
Terapêutica
Espiramicina (diminui probabilidade de infeção fetal), pirimetamina ou sulfadiazina (diminui gravidade das manifestações)
Prevenção
Evicção de carne crua, legumes crus não lavados, contacto com fezes de gato ou solo contaminado
Varicela
Clínica
Síndrome de varicela congénita (infeção na 1ª metade da gravidez) - hipoplasia dos membros, corioretinite, microcefalia
Adultos - pneumonia (+freq e grave na gravidez), encefalite
Infeção neonatal potencialmente fatal se infeção materna 5 dias antes do parto a 2 dias após
Abordagem pós-exposição
Serologias IgM e IgG
Admin Ig até 96h pós-exposição - diminui gravidade da infeção materna
Terapêutica
Aciclovir oral nas primeiras 24h se sinais/sintomas
Prevenção
Vacina pré-concecional (> 1 mês antes!)
Parvovírus
Abordagem pós-exposição - serologia com IgM+ ou seroconversão
Clínica - aborto espontâneo, hidrópsia fetal, morte fetal
Seguimento - ecografia (avaliação de hidrópsia fetal, placentomegália, distúrbios do crescimento fetal, doppler da ACM)
Terapêutica - transfusão intrauterina se hidrópsia ou anemia fetal grave, sem tx específica
Zika
Clínica
fetal - malformações (microcefalia), restrição de crescimento fetal, morte fetal in utero
materna - assintomática, febre, rash, artralgias, cefaleias, conjuntivite
Diagnóstico
Serologia, PCR
Prevenção
Evicção de viagens para zonas endémicas, medidas de proteção contra picada do mosquito Aedes
Seguimento
Vigilância ecográfica apertada