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Patologia gastrointestinal, renal e cirúrgica na gravidez - Coggle Diagram
Patologia gastrointestinal, renal e cirúrgica na gravidez
Gatrointestinal
Náuseas e vómitos
Mais comum no 1ºT, qualquer momento do dia, com impacto nas AVD
Evolução - surge antes das 9 semanas --> pico entre 7-12 semanas --> desaparece às 16 semanas
Fatores de risco - multiparidade, mola hidatiforme, AF ou AP de hiperemese gravídica
Gravidade:
leve - apenas náuseas
moderado - náuseas + reflexo do vómito (+ alguns episódios de vómito)
grave - náuseas + vómitos + desidratação
Hiperemese gravídica - forma + grave, associada a cetonúria, desidratação, perda de peso significativa (> 5% do peso pré-gestacional), aumenta o risco de RN com baixo peso
Diagnóstico - de exclusão, pouco provável se presença de dor abd, febre, cefaleia, alt neurológicas ou bócio
Terapêutica
Medidas gerais
dieta polifracionada
dieta rica em hidratos de carbono e proteína, pobre em gordura
ingestão de pequenas quantidades de líquidos frios, com gás ou azedos
ingestão de líquidos preferencialmente entre as refeições
repouso no leito
mudanças de posição lentas
apanhar ar fresco sempre que necessário
evicção de comidas fortes com cheiros
não lavar os dentes após as refeições
Farmacológica - vit B6 + doxilamina, em casos graves bloq do recetor H1 da histamina, fenotiazidas ou benzamidas
Colestase intra-hepática gravídica
Clínica - prurido generalizado com afeção das palmas e plantas + aumento dos ácidos biliares
Mais comum na 2ª metade da gestação, resolve após o parto, pode recorrer nas gestações seguintes
Diagnóstico - aumento rápido dos ácidos biliares, moderado das aminotransferases e bilirrubina total e direta
Terapêutica - ácido ursodesoxicólico (diminuição da concentração de ácidos biliares e alívio do prurido), indução do parto às 37 semanas
Seguimento - vigilância fetal pré-parto, amniocentese às 36 semanas para avaliação da maturidade pulmonar
Esteatohepatite aguda gravídica
Causa + comum de insuf hepática aguda na gravidez, + freq no 3ºT
Etiologia - infiltração adiposa microvesicular nos hepatócitos
Clínica - náuseas e vómitos persistentes, mal-estar, anorexia, dor abd, edema, icterícia progressiva, encefalopaiia hepática (pode aparecer associado a HTA, proteinúria e edema --> dx diferencial com pré-eclâmpsia grave!)
Diagnóstico
Análises - aumento das aminotransferases, bilirrubina, TP, leucócitos, creatinina, níveis de amónia, diminuição do fibrinogénio e plaquetas, glicémia, acidose lática e CID
Biópsia hepática - geralmente não necessária, mas mostra esteatose microvesicular característica
Ecografia - pode ser útil mas não se faz por rotina
Terapêutica - cuidados intensivos de suporte + indução do parto rápida
Renal
ITU
Tipos
Cistite
Clínica - disúria, polaquiúria, urgência miccional, hematúria, urina turva/com odor forte, dor suprapúbica
Pielonefrite
Clínica - febre, dor lombar, mal-estar geral, calafrios, náuseas e vómitos, desidratação
Causa major de mortalidade materna (por choque sético), aumenta atividade uterina e risco de parto pré-termo, necessita de internamento
Diagnóstico - urina II, urocultura
Terapêutica:
hidratação EV +AB EV (cefalosporina ou ampi-genta)
tocólise se contrações uterinas
antipiréticos se febre
Complicações - obstrução do TU, cálculos urinários, abcesso renal, sépsis, SDRA --> suspeitar se sem melhoria em 48-72h pós início de AB
Prevenção - profilaxia com nitrofurantoína se ITU repetitivas ou após pieonefrite na gravidez
Seguimento - avaliação radiológica pós-parto (pesquisa de anomalias do parênquima renal ou ureteres), avaliação urológica completa 6 semanas pós-parto se sintomas recorrentes ou falência da tx empírica
Bacteriúria assintomática
Terapêutica:
ampicilina, cefalexina ou nitrofurantoína (empírico 3 dias ou standard de 7-10 dias)
DGS - fosfomicina 300mg toma única ou amoxiclav 500+125 mg 3id 5-7 dias (evitado no 1ºT)
Diagnóstico - urocultura (>10^5 CFU/mL) em todos os trimestres
Fisiopatologia - estase urinária por diminuição de progesterona e compressão das estruturas pelo útero + aumento da excreção de glicose na urina + aumento do pH urinário por aumento de excreção de bicarbonato --> facilitação do crescimento bacteriano
Nefrolitíase e cálculos urinários
Clínica - dor lombar, mal-estar, microhematúria, cólica renal (menos comum na gravidez)
Terapêutica - hidratação + vigilância
Complicações - infeção/obstrução urinária completa --> eventual drenagem por stent ureteral ou nefrostomia percutânea
Doença renal pré-existente
Prognóstico:
gestação sem complicações - creatinina < 1,5 mg/dL
aumento de incidência de deterioração da função renal - creatinina 1,5-3 mg/dL
pior prognóstico - creatinina > 3 mg/dL, presença de HTA
bom prognóstico - gravidez após > 2 anos do transplante renal
Complicações - aumento da proteinúria, aumento do risco de complicações hipertensivas e restrição de crescimento fetal
Cirúrgica
Patologias gerais
Apendicite
Clínica - dor abd (+ acima do que o normal, no QID), leucocitose
Terapêutica - apendicectomia por via aberta ou laparoscopia
Colelitíase
Clínica - assintomática, cólica biliar, complicações (obstrução da via biliar comum, colangite ascendente, pancreatite, abd agudo)
Prognóstico - melhor se colecistectomia antes do surgimento de complicações graves
Terapêutica:
expectante nas assintomáticas
hidratação, controlo da dor e restrição dietética na cólica biliar
cirurgia imediata se complicações (pode ser laparoscópica)
Lesão inestinal
Trauma
Etiologia - acidentes de viação, violência física
Complicações - lesões/morte materna, descolamento de placenta, rutura uterina, hemorragia materno-fetal, rutura prematura de membranas, parto pré-termo, lesão fetal direta
Abordagem:
avaliação de sinais vitais
avaliação obstétrica e fetal - doppler, CTG, ecografia
trauma minor - monitorização eletrónica fetal 2-6 horas
trauma major - monitorização fetal contínua pelo menos por 24 horas
hemorragia materno-fetal - determinação do Rh materno, admin de dose standard de Ig Rh a todas as grávidas Rh-, manobras de reanimação se necessário (cesariana emergente se > 4 min de reanimação sem sucesso --> reanimação materna pós-parto)
Patologias específicas da gravidez
Gravidez ectópica
Torsão anexial
Diagnóstico de massas anexiais por ecografia
Prognóstico - maioria das massas é benigna e resolve espontaneamente, 4-7% das massas complexas persistentes são malignas, > tamanho associado a > probabilidade de torção do ovário ou rutura de quisto
Terapêutica - expectante se massas benignas, cirurgia no 2ºT com melhores resultados
Descolamento de placenta
Rutura uterina
Abordagem geral
Exames radiológicos - ponderar risco de radiação/benefício do diagnóstico
Pré-op - monitorização da FC fetal e integração com estadio da gestação para avaliar necessidade de intervenção
Consideração das necessidades maternas e fetais na cirurgia, e as alt fisiológicas da gravidez (menor reserva respiratória, atraso no esvaziamento gástrico)
Evição de posição supina --> preferência pelo decúbito lateral (prevenção do síndrome de hpotensão supina)