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Perturbação afetiva bipolar - Coggle Diagram
Perturbação afetiva bipolar
Epidemiologia
Risco de 0,3-1,5% ao longo da vida
Maior risco de história familiar
Surgimento aprox aos 18 anos (média)
Freq comorbilidade com perturbações de ansiedade, abuso de substâncias e patologia CV
Clínica
Mania
Humor - elacionado ou irritável, varia ao longo do dia
Postura/comportamento - roupas coloridas, aumento de atividade, desinibição sexual, atividades por terminar, aumento de apetite, menor necessidade de dormir, acordar cedo com energia, decisões irrefletidas, gastos excessivos
Discurso e pensamento - rápido, alto débito, fuga de ideias, ideação delirante de grandeza, mística, persecutória, de referência, experiências de passividade, sintomas de 1ª ordem de Kurt-Schneider (10-20% dos episódios maníacos)
Perceção - alucinações, congruente com o humor (vozes que falam sobre poderes especiais, conteúdo religioso)
Ausência de insight
Estupor maníaco - raro, mudo e imóvel, expressão facial que sugere elação, rápida sucessão de pensamentos típica da mania após recuperação, há memória do sucedido
Estados afetivos mistos
Sintomas maníacos e depressivos simultaneamente - aumento da atividade e do débito do discurso, pensamentos depressivos
Perturbação de ciclação rápida
Episódios maníacos, depressivos ou mistos 4ou+ vezes/ano, com intervalo de dias-semanas, muitas vezes autolimitado com remissão em 2 anos
Ciclotimia
Instabilidade do humor persistente, com muitos períodos de elação ou depressão ligeira
Depressão
Início + precoce na perturbação bipolar, + grave, + freq psicótica, com lentificação psicomotora, despertar precoce e agravamento matinal
Hipomania
Humor - elevado durante alguns dias, aumento de energia, atividade e disposição
Comportamento - aumento da sociabilidade, desinibição comportamental e sexual, diminuição da necessidade de dormir, alt do funcionamento notória pelos outros mas sem comprometer o funcionamento social/profissional
Pensamento - sem sintomas psicóticos
Diagnóstico
Critérios
DSM-5:
1 único episódio maníaco é suficiente
Bipolar tipo I - 1ou+ episódios maníacos
Bipolar tipo II - hipomania + 1 episódio depressivo major
ICD-10:
2ou+ episódios, com pelo menos 1 sendo mania ou hipomania
HC
Avaliação da gravidade com recurso a informação de familiares, avaliação da necessidade de internamento
Prognóstico
Melhor prognóstico se bipolar tipo II
Alcance de estabilidade com bom funcionamnto social e profissional a 5 anos em menos de 20% dos doentes
Pior prognóstico se défice cognitivo persistente e instabilidade do humor
Maior mortalidade por doença CV (medicação, tabagismo)
Diagnóstico diferencial
Esquizofrenia - conteúdo das alucinações e delírios não muda e é persistente independentemente do nível de atividade
Lesão cerebral (lobos frontais) - doente com > 50 anos, sem AP de doença mental, com infeção HIV, TCE, patologia do lobo frontal
Excitabilidade induzida por tóxicos - avaliação toxicológica na urina permite confirmar diagnóstico
Depressão recorrente - distinção difícil, porque os períodos de hipomania podem não ser vistos como doença e sim como períodos inter-episódios depressivos recorrentes
Perturbação borderline da personalidade - sem alt do pensamento ou energia vital, instabilidade afetiva marcada, mudanças de humor em horas
Etiologia
Genética - aumento do risco se familiares em 1º grau afetados, herdabilidae de 85%, ação combinada de múltiplos genes
Fatores ambientais - abuso sexual na infância (FR para psicose), eventos de vida que diminuiem nº de horas de sono, altos níveis de emoção expressa
Neurobiológica - distúrbios das vias dopaminérgicas, aumento do nível de glutamato
Neuroendócrina - hipersecreção de cortisol, período pós-parto com aumento do risco para psicose
Estrutural - diminuição do hipocampo, diminuição progressiva do tamanho cerebral com a evolução da doença, alargamento dos ventrículos laterais, anomalias da substância branca, atrofias locorregionais nas áreas pré-frontal e temporal, redução das células da glia, défice de interneurónios GABA
Neuropsicológica - défice cognitivo (embora moderado)
Terapêutica
Episódio maníaco
Objetivos - redução da atividade, melhoria dos sintomas psicóticos, do sono e aumento do aporte de fluídos
Fármacos:
antipsicóticos típicos - cloropromazina, haloperidol
antipsicóticos atípicos
- aripiprazol, olanzapina, asenapina, quetiapina, risperidona
lítio
carbamazepna
valproato
- + eficaz nos sintomas disfóricos e ciclação rápida
BZD - lorazepam, clonazepam
Eletroconvulsivoterapia - taxa de resposta de 80% nos episódios maníacos, também eficaz nos estados mistos
Terapêutica pelo menos 6 meses, desmame só após 8 semanas livre de sintomas
Episódio depressivo
Fármacos:
antidepressivos standard - + eficazes no tipo II, SSRI com menos risco de viragem maníaca
lítio - previne episódios depressivos
antipsicóticos atípicos
- quetiapina, iurasidona, olanzapina + fluoxetina
anticonvulsivantes -
lamotrigina
, valproato
Eletroconvulsivoterapia - na depressão resistente
Suspensão de antidepressivos após 12 semanas - reduz risco de instabilidade do humor na bipolar tipo I
Tx de manutenção
Lítio - previne recaídas, previne mortalidade por suicídio
Valproato - mais eficaz na prevenção de recaídas se associado a lítio, mas dá queda de cabelo, tremor e ganho de peso
Lamotrigina - previne episódios depressivos, mas não protege da mania
Carbamazepina - para doentes com resposta fraca ao lítio, tem efeito de indução hepática que reduz concentração de outros fármacos
Antispicóticos típicos - dão discinésia tardia
Psicoterapia
Cognitivo-comportamental
Terapia de base familiar
Interpessoal e dos ritmos sociais
Psicoeducação de grupo