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Eficácia da acupuntura como tratamento auxiliar para dor de cabeça crônica…
Eficácia da acupuntura como tratamento auxiliar para dor de cabeça crônica 
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No Brasil, a prevalência de dor de cabeça é mais alta, variando de 43 a 93%.
As dores de cabeça crônicas requerem tratamentos contínuos com medicamentos como beta-bloqueadores, antidepressivos e anticonvulsivantes.
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Esse medicamentos nem sempre são bem tolerados e há necessidade de terapias complementares para o tratamento.
A acupuntura tem uma longa história no tratamento de muitas condições dolorosas. É destacada como uma terapia eficaz e não medicamentosa para o tratamento de enxaquecas, além de ser segura, econômica e ter poucos efeitos adversos.
O principal objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da acupuntura como tratamento auxiliar para dor de cabeça crônica, utilizando um novo método placebo.
MATERIAIS E MÉTODOS
Ensaio clínico randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, com pacientes em tratamento na Clínica de dor crônica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão.
Pacientes incluídos: sexo feminino, com idades entre 18 e 60 anos, com dor de cabeça crônica em uso de medicamento prescrito pelo especialista em dor, que nunca havia sido submetido a tratamento com acupuntura.
Critérios exclusão: pacientes com hipertensão arterial descompensada ou grave, pacientes com diagnóstico de cefaleia secundária e pacientes em tratamento com fisioterapia ou outro tratamento auxiliar não medicamentoso.
As mulheres incluídas foram divididas em dois grupos: acupuntura verdadeira (Grupo 1) e acupuntura falsa (Grupo 2). Cada paciente foi alocado em um dos grupos de estudo por sorteio.
Amostra do estudo: 34 pacientes (Grupo 1, n= 17; e Grupo 2, n= 17).
Coleta de dados: Dados relacionados a características pessoais (idade, cor de pele e escolaridade) e dor (Escala numérica verbal, número de ataques, e número de analgésicos utilizados) foram obtidos no registros de dores de cabeça da Clínica de Dor Crônica.
Dados relacionados à qualidade de vida foram coletados utilizando o Versão brasileira do questionário de qualidade de vida SF-6D.
A escala verbal numérica (VNS) foi utilizada para quantificar a intensidade da dor. Os números da VNS considerados para análise foram aqueles indicados pelo paciente (antes do tratamento) e na última consulta (após o tratamento), denominados VNS0 e VNS1, respectivamente.
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RESULTADOS
A amostra estudada foi composta por 34 pacientes [Grupo 1 ( n = 17) e Grupo 2 ( n = 17)]. A idade média dos pacientes do grupo 1 foi de 35,5 (± 11) anos e do grupo 2 foi de 40 (± 10,5) anos.
No grupo 1, 70,5% dos pacientes tinham entre 8 e 12 anos de estudo. No grupo 2, esse percentual foi de apenas 47%.
Nos dois grupos, a cor predominante da pele era parda, com 52,9% no Grupo 1 e 64,7% no Grupo 2.
A dor de cabeça mais frequente nos dois grupos foi de enxaqueca sem aura: 58,82% no Grupo 1 e 52,94% no Grupo 2, seguida por dor de cabeça devido ao uso excessivo de medicamento: 17,64% no Grupo 1 e 35,29% para o Grupo 2.
A intensidade média da dor baseada na VNS antes da intervenção no grupo 1 foi de 8,17 (± 1,01) e no grupo 2 foi de 7,82 (± 1,07). Não houve diferença estatisticamente significante ( p = 0,2460).
Após as sessões de acupuntura , observou-se VNS médio de 3,76 (± 1,98) no Grupo 1 e 5,88 (± 1,11) no Grupo 2. Essa diferença foi estatisticamente significante ( valor de p = 0,0010).
Quando comparadas, a intensidade da dor antes e após o tratamento nos dois grupos apresentou diferenças significativas ( valor de p = 0,0003)
Houve diminuição estatisticamente significante no uso de analgésicos nos dois grupos: no Grupo 1 ( valor de p = 0,0102) e no Grupo 2 ( valor de p = 0,0054).
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DISCUSSÃO
A forma mais prevalente de dor de cabeça encontrada no presente estudo foi a enxaqueca. Em um estudo realizado em seis países da América Latina, a enxaqueca foi a forma mais prevalente de dor de cabeça.
Observa-se que a enxaqueca geralmente afeta pessoas de 30 a 50 anos, o que também ficou evidente no estudo.
Ao comparar o índice basal de dor entre os dois grupos selecionados, ocorreu ausência de diferença estatística, permitindo concluir que os pacientes iniciaram o tratamento com a mesma intensidade de dor.
Tanto o número de crises quanto o número de analgésicos utilizados durante o primeiro e o segundo mês de tratamento foram significativamente menores no grupo de acupuntura verdadeira.
Uma revisão do Instituto Cochrane mostrou que a acupuntura na enxaqueca é igualmente eficaz ou até mais eficaz que a medicação preventiva e tem menos efeitos adversos.
Um estudo prospectivo, randomizado e controlado com 401 pacientes com queixas de dor de cabeça crônica na Inglaterra e no País de Gales comparou acupuntura com medicamentos e cuidados de rotina. O grupo de acupuntura teve uma melhoria mais acentuada na escala de sintomas, 22 dias a menos de dor de cabeça, usou 15% menos medicamentos e teve 25% menos visitas ao médico.
Para estudos sobre os efeitos da acupuntura, até o momento, não foi estabelecido um modelo universalmente aceito de acupuntura falsa (placebo).
O placebo utilizado neste estudo foi o mascaramento não invasivo, ou seja, não houve contato da agulha com a pele dos pacientes. Portanto, não houve estimulação das terminações nervosas periféricas, que pode ocorrer em outros métodos placebo.
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