É chamado calazar clássico, quando a doença segue curso subagudo ou crônico, apresentando-se com febre insidiosa sem características marcantes, palidez, emagrecimento, adinamia, hepatoesplenomegalia e atrofia da musculatura abdominal. Na ausência de tratamento, a doença progride com sangramentos devido à plaquetopenia e infecções decorrentes da imunossupressão.
pós a infecção, caso o indíviduo não desenvolva a doença, observa-se que os exames que pesquisam imunidade celular ou humoral permanecem reativos por longo período. Isso requer a presença de antígenos, podendo-se concluir que a Leishmania ou alguns de seus antígenos estão presentes no organismo infectado durante longo tempo, depois da infecção inicial. Esta hipótese apoia-se no fato de que indivíduos que desenvolvem alguma imunossupressão podem apresentar quadro de Leishmaniose Visceral muito além do período habitual de incubação
O diagnóstico é feito com base no quadro clínico e epidemiológico. As alterações laboratoriais encontradas são pancitopenia com anemia normocítica e normocrômica, leucopenia, trombocitopenia e ausência de eosinófilos no sangue periférico. A inversão albumina/globulina é característica. Também podem ser encontradas outras alterações inespecíficas, como elevação das aminotransferases hepáticas e bilirrubinas e diminuição da atividade de protrombin
O diagnóstico parasitológico é o padrão ouro para a leishmaniose visceral, sendo feito através do encontro de formas amastigotas do parasita na medula, no aspirado esplênico ou em qualquer outro órgão do sistema retículo endotelia
O diagnóstico sorológico baseia-se na presença de resposta humoral específica, sendo encontrados anticorpos antileishmânia com títulos elevados em pacientes imunocompetentes com calazar. Pode ser feito também o diagnóstico molecular através do PCR
Deve ser feito diagnóstico diferencial com outras doenças que apresente febre e hepatoesplenomegalia ou pancitopenia, como esquistossomose mansoni, malária, mononucleose infecciosa, toxoplasmose, doença de chagas aguda, leucemias e artrite reumatoide de início sistêmico.
Tratamento
O tratamento inclui cuidados gerais, como uso de analgésicos e antitérmicos, hemotransfusões e antibioticoterapia. A medicação de escolha é o antimoniato de N-metil glucamina, apresentado em ampolas de 5 ml contendo 81 mg de antimônio pentavalente por ml. A dose recomendada é de 20mg/kg/dia de 20 a 40 dias consecutivos, por via intramuscular ou intravenosa. Trata-se de uma droga cardiotóxica, hepatotóxia e nefrotóxica. É contraindicada em gestantes, cardiopatas, pacientes com insuficiência renal e em uso de beta bloqueadores
Os critérios de cura são clínicos e devem ser observados: curva térmica normal, redução da hepatoesplenomegalia e melhora dos parâmetros hematolígicos. A cura é completa com negativação do parasitismo
Profilaxia
Proteção contra o vetor transmissor através do uso de repelentes, bem como por meio do controle químico. Além disso, a vacinação e do diagnóstico dos cães infectados, interrompendo a cadeia de transmissã