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Sépsis e choque sético - Coggle Diagram
Sépsis e choque sético
Etiologia
Infeções adquiridas na comunidade ou nosocomiais (+ freq pneumonia):
Gram+ - S. aureus, S. pneumoniae
Gram- - Klebsiella, E. coli, pseudomonas
Fisiopatologia
reconhecimento do organismo patogénico por leucócitos --> resposta imunitária local (imunidade inata) --> libertação de TNF e citocinas --> reação inflamatória --> hipóxia, hipotensão e hipoperfusão celular --> disfunção de órgão
Diagnóstico
Clínica
Pulmonar - hipoxémia, taquipneia, baixa pO2, ARDS
CV - vasodilatação, hipovolémia, hipotensão, hipoperfusão de órgão, DC baixo, taquicárdia, choque
Suprarrenal - disfunção reversível do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, resistência periférica aos corticóides, hipotensão refratária a fluídos
Renal - necrose tubular aguda, oligúria, azotémia, proteinúria, cilindros urinários inespecíficos, poliúria (fase + avançada)
Neurológico - encefalopatia, delirium, polineuropatia
Coagulação - trombocitopénia, CID
Imunológico - perda de reação de hipersensibilidade tipo tardio, incapacidade de controlo de infeção
Análises
Leucocitose/leucopénia, trombocitopénia, hiperbilirrubinémia, AST/ALT elevadas, hiperuricémia, acidose lática, alcalose respiratória compensatória, hipoglicémia, aumento TP, fibrinogénio baixo, D-dímeros elevados, hemólise ativa
SOFA >ou= 2 pontos em 24
PAS <ou= 100mmHg
Creatinina sérica >ou= 1,2mmHg
Rácio PaO2/FiO2 <ou= 300
Plaquetas <ou= 150000/uL
Glasgow < 15
Bilirrubina >ou= 1,2mg/dL
QuickSOFA com pelo menos 2 alterações
PAS < 100mmHg
taquipneia > 22cpm
alteração do estado de consciência
Rx tórax
Normal/consolidação/sobrecarga/infiltrados difusos (ARDS)
Terapêutica
Ressuscitação:
fluoterapia com cristalóides IV em 3h (NaCl)
normalização dos lactatos
PAM>65mmHg - vasopressor se necessário (noradrenalina)
O2 suplementar - ventilar se necessário
MCDTs para pesquisa do foco infeccioso
Transfusão UCE se Hb<7g/dL e sem sinais de isquémia miocárdica, hipoxémia ou hemorragia aguda
evitar colóides, gelatinas e vasopressina
Controlo de infeção:
AB empírico de largo espetro IV na 1ª hora (pipe-tazo nos gram+, vanco para MRSA, tx combinada nos neutropénicos e em pseudomonas)
hemoculturas (idealmente antes do AB, mas não deve atrasar AB!)
descalar AB após identificação do agente
controlo subsequente do foco assim que possível
reavaliação diária para ajuste de AB
Suporte respiratório:
O2 suplementar adequado
Ventilação se sinais de exaustão, hipoxémia, hipoventilação ou acidémia
ARDS - ventilar a 6ml/kg com PEEP alto, decúbito ventral
testar desmame de ventilador frequentemente
não colocar catéter na artéria pulmonar
Medidas de suporte:
acessos periféricos e centrais prontos a usar
hidrocortisona desnecessária se restante tx atinge objetivos
minimizar sedação no doente ventilado
controlo glicémico apenas se duas medições >180mg/dL
profilaxias de TVP (enoxa) e úlcera de stress em doente com risco de hemorragia GI
Epidemiologia
Grupos de risco:
predisposição para infeção (HIV, DPOC, neoplasias, DM, neutropénia, cirrose, alcoolismo crónico, imunossupressão)
predisposição para falência de órgãos (status funcional, tempo até tratamento)
extremos da idade
sexo masculino
raça negra
terapêutica imunossupressora
Definição
Sépsis - resposta prejudicial do hospedeiro à infeção que leva a disfunção aguda de órgão
Choque sético - sépsis + PAM > 65mmHg à custa de vasopressor + hiperlactacidémia > 2mmol/L após ressuscitação com fluídos