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A Psicologia redescobrirá a sexualidade?, Paulo Marcel Santos do Vale -…

- - - - Os discursos dessa época, tratavam a sexualidade como um impulso natural, um poder que se impunha à civilização e a cultura, diferente entre homens e mulheres, sendo normatizada quando heterossexual.
        
        Os hormônios e natureza sexual serviriam para justificar os comportamentos da "natureza rebelde" da adolescência. A sexualidade natural e normal também definiriam as famílias desestruturadas e explicariam comportamentos desvirtuados a serem tratados ou prevenidos.
        
        O sexo desejável é tido como o "mais saudável" e essa normatização é basada na reinterpretação da teorização sexológica do século XX
  - - - O instinto ou impulso sexual começa a ser questionado pelos novos movimentos feministas e homossexual, redefinindo o gênero, a identidade sexual, questiona o determinismo biológico, enfim, mostravam que a construção da vida cotidiana, histórica e social poderia ser re-inventada.
        
        Antes, através do sexo/gênero, a sociedade transformou a sexualidade biológica em produto da atividade humana, satisfazendo as necessidades sexuais. Agora, sexo e gênero passam a serem vistos como coisas distintas, teorizadas de formas diferentes.
        
        O construcionismo social surge para compreender atitudes relacionadas ao corpo e à sexualidade. Sexo passa a definir as diferenças anatômicas básicas (diferenciando homem de mulher), gênero, a diferenciação social entre homens e mulheres e sexualidade, uma descrição para crenças, comportamentos, relações e identidades.
        
        Questiona-se a caracterização binária, como parte de uma especifidade histórica e cultural.
        
        A atividade sexual poderia configurar outras atividades sociais: "Qualquer coisa pode ser sexualizada, nada seria intrinsecamente sexual".
        
        A sexualidade vai além da dimensão reprodutiva e psíquica.
        
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  - - - Os sujeitos são plurais, e se multiplicam para interagir em diferentes scripts e diferentes cenas.
        
        Personalidade múltipla: a cada relação que estabelecemos em nossas vidas, desenvolvemos uma personalidade, havendo vários "outros generalizados".
        
        A sexualidade como atividade social, também resulta do conflito ou sinergia do "outro generalizado".
        
        Na esfera da sexualidade, em um mesmo cenário estrutural-econômico e cultural,existem o que pode se chamar de "subculturas sexuais". Dentro de uma grande cultura, há pessoas que se subdividem em cenários diferentes e específicos, ou seja, a mesma pessoa de um cenário encenará scripts distintos a depender do palco, do ator, sentido e dinâmica da cena.
        
        A cena, o contexto, as relações do momento, tudo vai determinar como o indivíduo se comporta diante daquela situação específica, já que o self é um contante vir a ser, se redescobrir diariamente, através das experiências cotianas. Principalmente, com as novas possibilidades nos contextos sexuais, que antes eram reprimidas.