Seja qual for o rumo escolhido, há dois riscos políticos de fraturação que valerá a pena acautelar. O primeiro risco político reporta-se ao Brexit e ao que poderíamos designar “a teoria do precedente”, isto é, a escolha deliberada de uma linha de negociação apenas com o intuito de impedir ou condicionar novos pedidos de saída. O segundo risco político relaciona-se com a teoria da “Europa a várias velocidades ou círculos concêntricos”, no que diz respeito, por exemplo, ao mercado único, moeda única, segurança e defesa e imigração. A perceção imediata, sobretudo para os países do leste europeu e em especial o grupo de Visegrado, é a de “uma teoria dos clubes” ressentida por eles como discriminatória, uma espécie de balcanização do projeto europeu. Por isso, seria preferível uma via de “integração diferenciada e inclusiva” de acordo com o ritmo e a vontade própria de cada Estado-membro. A proposta de um orçamento para a zona euro deve acautelar, também, esta eventualidade.