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Cuidados Paliativos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (Comunicação (A…
Cuidados Paliativos na Unidade
de Terapia Intensiva (UTI)
Introdução
Em muitos casos, o tratamento adicional não atinge os objetivos de tratamento do paciente.
A morte é inevitável e retardada somente com elevados custos psicológicos, sociais e financeiros para todas as partes envolvidas nestes processo (paciente, família e profissionais de saúde).
A equipe multidisciplinar da UTI deve reavaliar continuamente a evolução clínica de seus pacientes, o que inclui redefinir os objetivos do
tratamento e considerar a provisão de cuidados paliativos.
Tomada de decisão
A organização mundial da saúde concluiu que apenas 14% dos pacientes em todo o mundo que necessitam de cuidados paliativos recebem este tipo de atenção.
A finalidade primária da UTI não deve ser apenas promover tratamento agressivo, ela deve também ajudar pacientes e familiares a tomarem decisões sábias, no que se refere ao final da vida.
É obrigatório que os intensivistas recebam treinamento para cumprirem este papel, que é atual e fundamental.
Os cuidados paliativos na UTI dão suporte aos pacientes e familiares, podendo proporcionar um ambiente mais confortável, a melhor cura e maior conscientização a respeito da terminalidade da vida.
A constituição brasileira declara que a dignidade humana na morte é um direito primário.
A diretiva antecipada de vontade (resolução 1.995/2012 do cfm) é um documento legal e ético que permite aos profissionais de saúde respeitar a vontade de uma determinada pessoa.
Este documento permite que alguém faça suas próprias escolhas com relação a futuros tratamentos, como de receber ou recusar um tratamento, caso se encontre incapacitado de comunicar-se ou expressar sua vontade.
Comunicação
A comunicação com o paciente e seus familiares pode ser dificultada na UTI, em razão da severidade da doença, de complicações médicas, do elevado risco de óbito e do limitado conhecimento médico da família.
É útil explicar os padrões de organização e os cuidados da UTI, além de esclarecer os papéis dos membros e a hierarquia da equipe.
Os elementos chave são: identificar as pessoas da equipe médica e da família (em geral quem toma as decisões médicas); estabelecer um horário regular para encontros diários; definir os principais problemas inicialmente e à medida que ocorre a evolução clínica; identificar e respeitar as preferências do paciente quanto ao tratamento e comunicar-se de forma concisa e consistente.
A comunicação efetiva pode facilitar o andamento dos cuidados.
Os familiares apreciam saber que seus entes queridos receberam as opções terapêuticas mais bem indicadas.
A definição de morrer com dignidade reconhece incondicionais valores humanos intrínsecos, como conforto físico, qualidade de vida, autonomia, propósito, preparação e conexão interpessoal.
O foco se torna aliviar o sofrimento, em vez de curar a doença do paciente.
Os cuidados de conforto enfatizam a qualidade dos últimos dias de vida, em vez de sua quantidade.
A retirada de suporte avançado de vida deve ser feita com o envolvimento da equipe multidisciplinar e da família.
Devem ser assegurados todos os esforços para evitar desconforto, manter a analgesia, e controlar os sintomas, como dor, agitação e dispnéia.
A espiritualidade é parte vital da integridade humana e desempenha papel importante no processo de cura.
Controle dos sintomas
Os opióides ainda são a principal opção para controle da dor em pacientes críticos.
A dispnéia é tratada pelo cuidado adequado da doença de base, como uso de diuréticos e agentes inotrópicos para insuficiência cardíaca, suspensão da hidratação endovenosa e oferecimento de terapia não farmacológica.
O posicionamento do paciente com doença pulmonar unilateral (mudança para decúbito específico) pode ser uma importante medida não farmacológica.
Nutrição e hidratação artificiais
Nutrição e hidratação artificiais não melhoram os desfechos de pacientes em fase final de vida e, às vezes, podem piorar o desconforto deles.
Podem causar náuseas e aumentar o risco de aspiração.
São intervenções clínicas que podem ser suspensas ou retiradas a qualquer momento durante o tratamento.
Diálise
Deixar de fazer ou retirar a diálise é apropriado em casos específicos.
Pacientes com capacidade de decidir que, plenamente informados e por escolha voluntária, recusam a diálise ou solicitam que ela seja descontinuada.
Pacientes que não mais têm capacidade de decidir e que previamente indicaram recusa da diálise em uma diretiva oral ou escrita.
Pacientes que não mais têm capacidade de decidir e cujo representante legalmente aceito recusa a diálise ou solicita que ela seja descontinuada.
Pacientes com comprometimento neurológico irreversível e profundo.
Extubação paliativa em adultos
Preparo da equipe de profissionais de saúde, todas as ações devem ser em benefício da dignidade do paciente.
Preparo do paciente e da família: melhorar a flexibilidade das visitas de familiares ao paciente. Descontinuar os monitoramentos (como monitor cardíaco e oximetria de pulso), tratamentos e medicamentos desnecessários.
Remover a alimentação enteral 12 horas antes da
extubação e retirar os bloqueadores neuromusculares por pelo menos 2 horas.
Elevar a cabeceira do leito para 35 - 45°, reduzir a fração inspirada de oxigênio para a do
ar ambiente, utilizar máscara de oxigênio com umidificação
após a extubação e observar os sintomas de ansiedade, dispneia e agitação.
Toda a equipe que tomar parte do procedimento
deve estar próxima ao paciente, manter acesso venoso para administrar medicamentos para conforto do paciente e manter um equipamento de sucção para qualquer
secreção oral após a extubação
Cuidados paliativos e hospice
Cuidados paliativos se destinam a qualquer paciente em qualquer estágio de uma doença grave, e podem ter lugar juntamente do tratamento curativo.
Os cuidados de hospice devem proporcionar tratamento especializado, controle da dor e suporte emocional e espiritual expressamente adaptados às necessidades e aos desejos do paciente.
Os cuidados de hospice objetivam em cuidar, e não em curar.
Condutas fisioterapêuticas
Melhorar o condicionamento respiratório através de técnicas e exercícios respiratórios, para evitar possíveis complicações.
Exercícios passivos, mobilizações, alongamentos para manter a flexibilidade dos tecidos e evitar contraturas, além de estimular a troca de decúbito para evitar úlceras de pressão.