HIV (vírus da imunodeficiência humana)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Vírus HIV descoberto em 1980 e é diferente da AIDS (acquired immune deficiency syndrome). Diferença consiste em que HIV é a infecção pelo vírus e o portador vive saudável com o tratamento de antirretroviral (quando chega a níveis indetectáveis ele não transmite I=I). AIDS é quando não existe o tratamento antirretroviral feito pelo portador do vírus e este desenvolve a síndrome.

De 1980 a 2019 foram detectados mais de 900.000 mil casos de AIDS no Brasil

HIV

Família: RETROVIRIDAE

Subfamília: LENTIVIRUS

Alvos do HIV

Linfócitos TCD4 que coordenam as respostas imunológicas do corpo humano

Glóbulos brancos reduzindo a resposta imune

Com o sistema imunológico comprometido, o vírus favorece outras infecções por bactérias, vírus e fungos

TRANSMISSÃO

Por transfusão de sangue

Relação sexual desprotegida (fluidos corporais)

Materiais perfuro-cortantes não esterilizados

Transmissão vertical (mãe para o filho) durante a gravidez e amamentação

OBS = O vírus não é transmitido através do beijo, abraço, carícias e aperto de mão; picadas de insetos; saliva, lágrima, espirro e suor; copos, talheres e pratos; banheiro, vaso sanitário e piscina.

OBS 2 = O índice de acidente ocupacional de contaminação por picadas de agulhas infectadas é de 0,3% e de contato acidental com fluidos corporais ou com a pele ferida é de 0,09%

DIAGNÓSTICO

Teste rápido feito a partir da coleta de sangue do indivíduo, que detecta os anticorpos contra HIV em até 30min. É oferecido gratuitamente pelo SUS e podem ser feitos de forma anônima

Exame convencional de sangue é recomendado caso o teste rápido acusar positivo para o HIV

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Janela Imunológica

Intervalo de tempo entre a infecção e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Infecção é detectada com pelo menos 30-60 dias do suposto contágio

Se um teste for feito durante a janela imunológica, pode apresentar um falso negativo como resultado

Se o indivíduo estiver realmente infectado, ele pode transmitir o HIV durante a janela imunológica

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

HIV em 3 níveis

Infecção assintomática

Infecção aguda

Infecção sintomática

Ocorre de 2-8 semanas após o contágio. Com sintomatologia de dor de garganta, febre, cefaleia, mialgia, dor articular como outras viroses. Pode ocorrer alterações bucais como: eritemas e ulcerações. Diminuição dos TCD4 e aumento dos TCD8. E essa fase desaparece dentro de poucas semanas.

Ocorre após o 6o mês de infecção e se estende até o indivíduo se tornar sintomático ou imunodeficiente quando este não faz a terapia antirretroviral.

Evolução do quadro sem terapia antirretroviral = desenvolvimento da AIDS

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS = AIDS (repercussões orais)

Nesta fase, o portador da infecção pelo HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos e de intensidade variável

Candidíase

Candidíase em pacientes imunossuprimidos é bastante agressiva.

É uma infecção fúngica e é a manifestação oral mais comum

Ocasiona uma redução no paladar e olfato

Leucoplasia Pilosa Oral

Placa branca na lateral da língua

Não removível a raspagem

Está associada a infecção pelo EBV (epstein-barr)

Sarcoma de Kaposi

Neoplasia multifocal com origem nas células endoteliais vasculares caracterizada por múltiplas lesões arroxeadas de pele e de mucosa oral (80%)

15-20% dos pacientes com AIDS apresentam sarcoma de kaposi

Lesões orais atingem: palato duro, gengiva e língua. E formam máculas vermelhas e marrons que com o tempo se tornam nódulos ou placas

Linfadenopatia generalizada persistente (LGP)

Linfonodos aumentados

Envolve 2 ou mais locais extrainguinais

Linfoma não-Hodgkin

É a segunda neoplasia mais comum em pacientes com AIDS

Agressivo e de alto grau

PROBLEMAS GENGIVAIS

Eritema gengival linear

Gengivite necrosante

Sangramento espontâneo, dor, ulcerações, necrose e destruição da papila interdental. Causando febre, halitose, linfadenopatia, mal-estar, inapetência.

Periodontite necrosante

Perda rápida e progressiva da inserção periodontal

DOENÇAS PERIODONTAIS

Estomatite necrosante

Destruição total maciça

OUTRAS COMPLICAÇÕES

Hiperpigmentação de pele, unha e mucosas ocasionada pelos medicamentos antirretrovirais por pacientes com AIDS

Herpesvírus simples

Possuem padrão atípicos das lesões comuns em não portadores

Lesões disseminadas

Papiloma vírus humano (HPV)

Lesões benignas e múltiplas na mucosa oral

Histoplasmose: infecção fúngica que causa úlceras na mucosa oral

Ulcerações aftosas recorrentes com proporções muito maiores em pacientes imunossuprimidos

Molusco contagioso: é uma infecção cutânea causada pelo poxvírus e são caracterizados por pápulas cerosas em forma de cúpula na pele da face.

Carcinoma de células escamosas surge precocemente após a queda de imunidade causada pelo vírus do HIV

TRATAMENTO

Terapia antirretroviral altamente ativa (haart)
Com o uso de inibidores (nucleosídeos de transcriptase reversa; não nucleosídeos da transcriptase reversa; inibidores de protease; de fusão; da integrasse; de entrada)

Medicamentos distribuídos pelo SUS gratuitamente desde 1996

Feito com 3 medicamentos antirretrovirais e com companhamento médico

PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO (PEP-HIV)

Caracterizada pelo uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV em situações como: violência sexual ou simplesmente relações sexuais desprotegidas. E também por acidentes ocupacionais com instrumentos perfuro-cortantes ou em contato direto com materiais biológicos.

Os medicamentos precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para impedir a infecção pelo vírus, com orientação médica.

O ideal é que o indivíduo comece a tomar a medicação em até 2 horas após a exposição ao HIV e no máximo 72 horas.

Sua eficácia pode diminuir a medida que as horas passam

PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO (PREP-HIV)

Caracterizado pelo uso preventivo dos medicamentos antes da exposição ao vírus reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar.

A população prioritária da PREP-HIV

Homens que fazem sexo com homens (HSH)

Pessoas trans

Trabalhadores(as) do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada e outra não)

É IMPORTANTE QUE SE FAÇA PREVENÇÃO COMBINADA COM OUTRAS DOENÇAS TAMBÉM

NA ODONTOLOGIA
É importante que o profissional esteja 100% equipado com os EPIs e em caso de acidentes ocupacionais, este deve imediatamente iniciar o tratamento profilático com antirretrovirais

INFECÇÕES VIRAIS

Aléxia Bruna Tavares Barreto - PATOLOGIA ORAL - Amanda Gonzaga