Para Marx (1996, p. 165), A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece com uma ‘imensa coleção de mercadorias’ e a mercadoria individual como sua forma elementar. [...]. A mercadoria é, antes de tudo, um objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. A natureza dessas necessidades, se elas se originam do estômago ou da fantasia, não altera nada na coisa. Aqui também não se trata de como a coisa satisfaz a necessidade humana, se imediatamente, como meio de subsistência, isto é, objeto de consumo, ou se indiretamente, como meio de produção. (p. 148)
Contudo, convém destacar que para que a mercadoria se realize, é necessário o trabalhador e o processo de trabalho. (p. 148) :star:
a força de trabalho possui uma qualidade ímpar, que a diferencia de todas as outras mercadorias: ela é a única capaz de criar valor, ou seja, é a única mercadoria capaz de gerar outras mercadorias. Nesse sentido, a força de trabalho humano, ao ser utilizada, produz mais valor que o necessário para reproduzi-la gerando um sobrevalor. Esse valor excedente chama-se mais-valia e é apropriado pelo capitalista
(NETTO; BRAZ; 2012). (p. 148) :star:
Desta maneira, evidencia-se que a força de trabalho dura mais tempo que o necessário, pois se não houvesse possibilidade de ganho o capitalista não investiria na compra da força de trabalho. (p. 148) :star:
Percebe-se que existe uma tentativa de convencer os trabalhadores que o salário é a remuneração justa pela mão de obra do operariado, entretanto, o que realmente importa para o capitalista é o excedente produzido e para alcançá-lo utiliza-se tanto da extensão da jornada de trabalho quanto da intensificação do processo produtivo por meio das inovações tecnológicas (NETTO; BRAZ, 2012). (p. 148) :star: