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PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA - Parte 2 - Catarina Barros (READ (1971)…
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA - Parte 2 - Catarina Barros
Continuando com seus estudos, READ (1975) identificou que "crianças que ainda não sabiam escrever já eram capazes de identificar e nomear as letras do alfabeto e relacionar o nome das letras com os sons das palavras".
FERREIRO & TEBEROSKY consideram que a criança vê a escrita como um objeto simbólico substituto da realidade que remete diretamente ao significado, e não
como uma transcrição da fala.
READ (1971) inspirou outras pesquisas.
1) PRÉ-FONÊMICO (também conhecido como Pré-Letrado ou Pré-Comunicativo com garatujas e desenhos em sua comunicação).
2) NOME-DE-LETRA (também conhecido como Alfabético ou Semi-Fonético estabelecendo relação inicial entre letras e sons consonantais, depois grafias de palavras simples com vogais na posição medial).
3) DENTRO-DAS-PALAVRAS (também conhecido como Fonético com palavras grafadas de acordo com o som das letras).
4) JUNTURA SILÁBICA (Também conhecido como Transição com palavras polissilábicas e generalizações de afixos, com passagem da ortografia inventada para a padrão, baseado em observações, comparações e memória visual.)
"ESTUDOS DE VÍRGINIA" propõem estágios de desenvolvimento da leitura, com a seguinte divisão:
5) CONSTÂNCIA DERIVACIONAL (Também conhecido como Correto. Mostra independência do aprendizado de palavras polissilábicas, com parte das palavras relacionadas ao significado.
CONCLUSÃO: "Crianças jovens são capazes de construir conhecimento sobre as relações entre sons e letras sem instrução explícita." A escrita espontânea da criança são experimentos sistemáticos, traduzindo escritas guiadas fonologicamente.
LINNEA EHRI (1975) encontrou resultados similares aos "Estudos de Virgínia" , tendo a seguinte divisão:
1) PRÉ-ALFABÉTICA (= Pré-Fonêmico & Pré-Letrado) sem a presença da relação grafema-fonema, o aprendizado dá-se com a ajuda de pistas contextuais, configuração visual geral de uma palavra escrita e falada, com interpretações e diferentes maneiras de escrever a mesma letra.
2) ALFABÉTICA PARCIAL - A criança presta mais atenção ao início e ao final da palavra, ao som que ela representa. Acaba se equivocando com palavras parecidas na escrita.
3) ALFABÉTICA PLENA - A criança já sabe ler de forma automatizada, fazendo associação completa de letra-som / escrita-pronúncia, compreendendo seu significado e armazenando na memória.
O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA - TREIMAN & RODRIGUEZ(1999) testaram a leitura em PRÉ-LEITORES de cinco anos
e em LEITORES NOVATOS de cinco anos e meio. Foi usado condições VISUAIS e FONÉTICAS (subdividida em: nome e som.) - RESULTADO: PRÉ-LEITORA (razoável em nomear letras/nomes e fracas na relação visual/sons. As crianças se baseavam na pista fonológica nome da letra e não na pista som do fonema.) LEITORES NOVATOS (identificavam mais nomes e sons de letras, saindo melhor na condição nome do que som. Apresentaram habilidade na relação grafema-fonema.)
ESTADO LOGOGRÁFICO - "As crianças usam os nomes das letras como pistas para identificação
das palavras desde as primeiras oportunidades"
"A chave para levar a criança ao primeiro estágio da leitura por pistas fonéticas pode ser o aprendizado das letras do alfabeto e não necessariamente o aprendizado do princípio alfabético"
A FRAGILIDADE DA HIPÓTESE SILÁBICA - Ferreiro e Teberosky consideram que a escrita tem conexão com a linguagem, representando partes sonoras da fala. Esta é o caminho de abertura para o início do período que corresponde à fonetização da escrita, tendo hipóteses silábicas de valor sonoro.' - A criança abandona a fase silábica quando compreende o princípio alfabético da relação letra-som.
A escrita vai além da transcrição da língua oral. Ela é uma forma alternativa ou paralela de linguagem relacionada à fala e à leitura. Na fase silábica, a escrita está ligada diretamente a linguagem, representando partes sonoras da fala, marcando o início da fonetização da escrita. (FERREIRO & TEBEROSKY)
A Hipótese Silábica é mais consistente na escrita do próprio nome do que outros nomes. A escrita silábica tem valor sonoro, dá-se então a importância do conhecimento das letras.
No estágio PRÉ-SILÁBICO em que a criança não realiza associações letra-som, é importante o conhecimento da escrita do nome próprio para a aquisição das relações grafo-fonológicas. A criança considera seu nome e demais palavras escritas de maneira holística. As crianças usam os nomes das letras como pistas para a
identificação das palavras desde as primeiras oportunidades. A correspondência letra-som é facilmente interpretada quando existe o conhecimento do som da letra.
FERREIRO & TEBEROSKY concluem que é preciso haver o foco em 'como se aprende' em vez de 'como se ensina'. Que deve haver uma separação entre 'decifrado' e 'sentido, pois muitas crianças leem palavras individuais e não interpretam os textos. Portanto os métodos de alfabetização que enfatizam a correspondência escrita-som, são insuficientes e produzem leitores mecânicos.
FERREIRO & TEBEROSKY Consideram ainda que "esse ecletismo entre o construtivismo cognitivo piagetiano, uma concepção socioculturalista da linguagem escrita e a inatista da linguagem natural em que os resultados práticos não tem contribuído para melhorar a qualidade na educação.