Cinco Livros do Povo, “introdução ao estudo da novelística no Brasil” emprega o termo novelística num sentido especializado e prolonga, segundo o crítico Wilson Martins (1921-2010), “um interesse cujo fastígio ocorrera vinte anos antes”2, o que se verifica também no caso de outros folcloristas do período. Propõe, na introdução, uma classificação das modalidades populares e/ou tradicionais de literatura e, na sequência do estudo, uma investigação sobre as leituras praticadas durante o Brasil Colônia com base num levantamento feito em documentos do Santo Ofício, que permitem identificar livros censurados ou não no período. Os cinco livros referidos no título correspondem a pequenas novelas populares e continuamente reimpressas: Donzela Teodora, Imperatriz Porcina, Roberto do Diabo, Princesa Malagona e João de Calais, das quais Cascudo aproxima ainda a longa História do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de França. São histórias exemplares, de origem erudita, pertencentes às novelísticas francesa, italiana, espanhola e portuguesa, e procedentes dos séculos XV ao XVIII.