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PROB 5 - PSORÍASE E FARMACODERMIAS (FARMACODERMIAS/RMA (Conceito…
PROB 5 - PSORÍASE E FARMACODERMIAS
PSORÍASE
Epidemiologia
:female_sign: = :male_sign:
2 picos de incidência: entre 20 e 30 anos e após 50 anos
(mais frequente na 3ª década e de pior prognóstico se ocorrer antes dos 30)
Fisiopatologia
Histopatologia
Paraceratose + Acúmulo de neutrófilos dentro da camada córnea (microabscesso de Munro)
Acantose (espessamento da camada espinhosa) regular dos cones interpapilares
Papilomatose c/ capilares dilatados e tortuosos c/ atrofia epidérmica suprapapilar - Orvalho sangrante
Pústula espongiforme de Kogoj (pequenas coleções de polimorfonucleares imediatamente abaixo do estrato paraceratótico)
Predomínio da resposta Th1
:arrow_up: secreção de IFN-gama, TNF-alfa, TGF-alfa e IL-8
Estimula a proliferação de queratinócitos e sinoviócitos
O ciclo evolutivo das cél epidérmicas é mais rápido do que na pele normal e, devido à sua imaturidade, há grande produção de escamas (paraceratose)
Depósitos de imunoglobulinas e frações do complemento na epiderme
Ac contra a camada córnea
Clínica
Lesões eritematoescamosas, em placas, de limites precisos e, por vezes, circundados por halo periférico claro (halo de Woronoff)
As escamas são, geralmente, argênticas (prateadas)
Tamanho e formas variáveis
Simetria é regra (mas pode ser lesão única e isolada)
Locais: face extensora dos membros (cotovelos e joelho), tronco, região sacra e couro cabeludo
(pode ter casos c/ localização em áreas de flexão - psoríase invertida)
Lesões nas mucosas são raras
(queilite, glossite, língua geográfica e fissurada, blefarite, conjuntivite e ceratite)
Manifestações
Ungueal
Leito ungueal: onicólise, onicorrexe, ceratose subungueal, hemorragia em estilha e mancha de óleo/salmão
Pode acometer uma ou todas as unhas
Raramente, é a única manifestação da psoríase
Matriz ungueal: depressões puntiformes (pittings ungueais)/unha em dedal, leuconíquia (manchas brancas) ou esfarelamento
Vulgar ou em placas
Lesão típica
Gutata ou eruptiva
Início abrupto, c/ lesões pequenas e arredondadas, predominando em tronco
Frequentemente, ocorre 2 a 3 sem após estreptococcia do TRS, em adultos jovens e crianças
33% dos pctes evoluem p/ psoríase em placa em 10 anos
Pustulosa
Pústulas estéreis
Pode ser generalizada (doença de von Zumbusch) - morfologia anular de início súbito, febre, comprometimento geral e leucocitose que pode ser letal - ou localizada
Impetigo herpetiforme é considerado uma variante de psoríase pustulosa generalizada que ocorre na gravidez; tireodectomias e inibidores de TNF-alfa tbm podem desencadear quadro semelhante
Eritrodérmica
É qnd > 80% do tegumento está comprometido, podendo alterar a termorregulação, hemodinâmica, equilíbrio hidreletrolítico e proteico
Geralmente, é secundária e costuma decorrer de tto intempestivos (altas concentrações de coaltar) ou pela retirada do corticosteroide (rebote)
Descamação discreta + Eritema dominante
Linear ou zosteriforme
Difícil diferenciação c/ os nevos zosteriformes
Invertida
Qnd as lesões situam-se nas áreas flexoras (HIV-infectados e melanodérmicos)
Mínima
Pequenas lesões persistentes ou intermitentes, eritematoescamosas ou vesículas e/ou pústulas, em um ou vários dígitos
Ceratodérmica
Palmas e plantas descamativas podem ser única manifestação ou participar do quadro
Artropática
Artrite crônica inflamatória soronegativa - mono ou oligoartrite assimétrica que afeta art IFD ou IFP, de fácil controle e bom prognóstico
As lesões de pele antecedem em 70% das vezes o acometimento articular, em 20% dos casos são concomitantes e raramente (10%) podem preceder as lesões cutâneas
Os surtos de agudização da artrite se correlacionam c/ a piora das lesões cutâneas em até metade dos casos
Ocorre em 10 a 15% dos pctes c/ psoríase
É impossível prever qual se complicará c/ artrite
(forma ungueal é a mais comum)
Prurido (devido à quantidade de mastócitos presentes no infiltrado inflamatório), queimação e dor
Fenômeno de Köebner (reprodução da lesão em locais de traumatismo)
Diagnóstico
Clínico
QC
Sinal da vela - escamas esbranquiçadas destacam-se c/ a raspagem
Sinal do orvalho sangrento ou de Auspitz - superfície vermelho brilhante c/ pontos hemorrágicos após retirada das escamas
Geralmente, não requer complementação laboratorial
Inespecífico, exceto
Leucocitose: apresentações pustulosas extensas/agudas
Hipocalcemia: impetigo herpetiforme
DD:
Pitiríase rósea de Gibert, sífilis X Psoríase em placas
Dermatite seborreica X Psoríase no couro cabeludo
Eritrodermias X Psoríase eritrodérmica
Disidrose e dermatofitose X Pustulose palmoplantar
TTO
O objetivo é o controle clínico da doença, c/ remissão prolongada
Óleos ou outros emolientes p/ ajudar na remoção das escamas
Regimes rotatórios de medicamentos, visando reduzir efeitos colaterais cumulativos
De acordo c/ a classificação da forma, extensão e gravidade da psoríase e do comprometimento da qualidade de vida
TTO tópico
Formas localizadas (psoríase leve a moderada)
Corticoides tópicos (betametasona 0,05%)
Coaltar (alcatrão) - preparações 2-5% em vaselina ou óxido de zinco 20%
Antralina (ditranol) 0,1-0,5% em veículo aquoso, aplicar por 20-30 min e retirar, 1x/dia
Calcipotriol (análogo da vit D) a 0,005% 1x/dia
Tazaroteno (retinoide) em gel 0,1%
Facial: tacrolimus ou pimecrolimus como alternativas p/ corticoides
Fototerapia
Doença moderada a grave ou refratária às medidas tópicas
Adjuvante ou p/ alívio sintomático
Aplicação da radiação ultravioleta nas lesões psoriásicas
PUVA (Psoraleno + UVA)
Aplicação de doses progressivas (2-3x/sem) de radiação UVA, após ingestão de Metoxipsoraleno (fotossensibilizante)
Inibe a síntese do DNA da lesão, determinando progressiva regressão
Após cada aplicação, é essencial a proteção contra a luz solar por 24h
Múltiplas sessões podem aumentar o risco de envelhecimento cutâneo e CEC
Método de Goeckerman (coaltar + UVB)
Pomada de coaltar aplicada em todas as lesões, seguida de doses diárias de UVB
Eficácia semelhante à PUVA
TTO sistêmico
Pctes refratários ou c/ contraindicação à fototerapia e nos casos graves e extensos de psoríase (eritrodérmica, pustulosa generalizada, artropática)
Acitretina
: retinoide. Psoríase pustulosa generalizada (0,5-1 mg/kg/dia por 3-4 meses). Pode ser usado em combinação c/ PUVA (RePUVA). Teratogênico
Metotrexate:
inibidor da síntese de DNA. 15mg/sem.
A partir de 1,5g, deverá ser considerada a realização de biópsia hepática p/ prevenir a grave hepatotoxicidade.
Leucopenia, mucosite, intolerância gastrointestinal
Ciclosporina:
imunossupressor que inibe a produção de IL-2 pelos linf T. Pode substituir o metotrexate em casos selecionados. Dose inicial 2,5-3 mg/kg/dia.
A função renal deve ser monitorizada e a droga suspensa se houver aumento de > 50% da creatinina
Biológicos:
bloqueiam moléculas/citocinas da ativação inflamatória mediadoras da resposta Th1. Etanercept, infliximab e adalimumab
Apremilast:
inibidor de fosfodiesterase tipo 4, capaz de reduzir algumas citocinas envolvidas na patogênese da psoríase
O uso de
corticosteroide
pode levar ao rebote da psoríase se não usado adequadamente, sendo em geral
evitado
. Só é recomendado em casos de emergência em que não se disponha de outro recurso
Esclarecer que trata-se de uma doença crônica, não contagiosa, s/ comprometimento sistêmico e de evolução imprevisível, s/ cura definitiva
FARMACODERMIAS/RMA
Conceito
Doenças tegumentares e/ou sistêmicas desencadeadas, direta ou indiretamente, de diferentes maneiras, pelo uso de remédios
A maioria das reações é evitável e dose-dependente
Classificação
Tipo A: 80% dos casos. Previsíveis e dose-dependentes
Tipo B: imprevisíveis, não dependem da dose e compreendem as reações de hipersensibilidade e as idiossincráticas não imunes
Epidemiologia
Representam 3 a 6% de todas as admissões hospitalares, sendo que 5 a 30% dos hospitalizados vêm a apresentar farmacodermias, enquanto os que foram hospitalizados por causa da farmacodermia adquirem outra em 30% dos casos
Pctes em tto p/ AIDS são mais suscetíveis à farmacodermias
São menos frequentes em crianças (imaturidade imunológica e ausência de exposição prévia), c/ tendência a aumentar c/ a idade, prevalecendo em idosos apesar da falência imunológica (aqui está mais relacionado c/ a farmacocinética e c/ a polifarmácia)
Fisiopatologia
Mecanismos desencadeadores
Não imunológicos
Interações medicamentosas
Qnd uma subst interfere na excreção de outra
(probenecida reduzindo a excreção de penicilina pelo rim)
Subst inibe ou estimula enzimas importantes na degradação de outra (rifampicina ou griseofulvina diminuindo a eficácia de pílula anticoncepcional)
Medicamentos competindo pelo mesmo local
Alterações metabólicas
Qnd o fármaco altera o status nutricional ou metabólico
Retinoides sistêmicos levando ao aparecimento de xantomas;
hidantoína interferindo na absorção de folato e desencadeando estomatite aftosa
Exacerbação de doença preexistente
Lítio e betabloqueadores desencadeando psoríase
Alterações do equilíbrio ecológico
Candidíase e diarreia decorrentes de alteração da flora intestinal após uso prolongado de ATB
Mecanismos farmacológicos
Decorrem de ação farmacológica direta de determinada subst (urticária não alérgica provocada pela degranulação dos mastócitos, liberando histamina em decorrência do uso de opiáceos, atropina, AAS)
Efeito colateral
É decorrente da ação secundária e não terapêutica do medicamento (ex.: eflúvio anágeno e alopecia secundários ao uso de citostáticos)
Fotossensibilidade
Fototóxico:
a subst absorve a radiação, produzindo lesões cutâneas diretas somente nas áreas expostas (semelhantes à queimadura solar). Dose dependente e ocorre poucas horas após a exposição (tetraciclinas, quinolonas, tiazídicos, sulfas)
Fotoalérgico:
desencadeado por mecanismo imunológico tipo IV, ocorrendo 24 a 48h após a reexposição ao fotoalérgeno e acomete tbm áreas não expostas. Não é dose-dependente (clorpromazina, sulfas, salicilamidas)
Superdosagem, idiossincrasia, intolerância, teratogenicidade, reação de Jarisch-Herxheimer
Imunológicos
Alergia medicamentosa
Reações alérgicas
(classificação de Gell e Coombs)
Tipo I - anafilática
Imediata - após 30 a 60 min
Mediada por IgE, provocando degranulação de mastócitos e basófilos, liberando histamina, protaglandinas e leucotrienos
Analgésicos, aminopirina, penicilinas, soros
Tipo II - citotóxica
Púpura trombicitopênica pelo sedormide
Mediada por IgG e IgM
Tipo III - por imunocomplexos
Doença do soro pela penicilina
Tipo IV - celular tardia
A mais frequente; eczema de contato
Mediada pela imunidade celular (linf T helper)
Reações cruzadas
Ocorre qnd medicamentos diferentes compartilham o memso radical e, qnd o pcte faz uso, apresenta reação (ex.: pctes c/ alergia à penicilina apresentam reação cruzada c/ cefalosporina)
Clínica
SJS
Espectros opostos da necrólise epidérmica
Entre 10 e 30% - formas transicionais
Necrose de queratinócitos que resultam no descolamento da epiderme, acometimento mucoso (uretrite, estomatite, balanite, vulvovaginite, conjuntivite, uveíte, panofltamia) e sintomas gerais como febre, mialgias e artralgias
A maioria dos casos está relacionada a medicamentos, principalmente: betalactâmicos, anticonvulsivantes aromáticos, sulfonamidas, alopurinol e AINEs - Predisposição genética pode auentar a chance dessa interação (HLA)
Pode ter comprometimento grave de outros órgãos (pneumonites, necrose tubular aguda), levando à morte
Escore de gravidade SCORTEN
2:female_sign: > 1:male_sign:; adultos
SSJ > intermediária > NET
As manifestações ocorrem 14 dias após exposição, mas pode variar (1 a 45 dias)
Manejo
Reposição hidroeletrolítica
Nutrição enteral (a maioria dos pctes não tolera ingestão oral)
Asseio traqueobrônquico
Medidas oftalmológicas preventivas (lubrificantes oculares e limpeza)
Desbridamento da pele necrótica apenas qnd terminar a progressão da doença (fase estável) - cobrir as lesões c/ gaze embebida em SF ou curativos hidrocoloides
Uso de corticoterapia é controverso
ATB sistêmico profilático não é preconizado - só faz se tiver sinal de infecção
Imunoglobulinas humana 0,5 a 0,75 g/kg/dia por 4 dias é uma ótima terapia
Prognóstico: tanto SJS qnt NET possuem curso autolimitado (lesões começam a regredir após 3 a 6 sem); a resolução das lesões de pele costumam ocorrer s/ sequelas.
Fatores de mau prognóstico: idade avançada, HIV +, ingestão de múltiplos fármacos, lesão renal, desnudamento extenso. A causa mais comum de morte é a septicemia
Descolamento epidérmico < 10% da SC
NET
Descolamento epidérmico > 30% da SC
Quadro grave caracterizado por erupção generalizada, c/ bolhas extensas rasas e vastas áreas de necrose epidérmica (lembrando um grande queimado)
Estado geral grave
DD: crianças c/ suspeita de SSSS
Eritema polimorfo
Etiopatogenia
Forma
minor
: infecções (herpes simples, principalmente)
Forma
major
(SJS): substâncias (sulfonamidas, penicilinas, quinolonas, cefalosporinas, anticonvulsivantes aromáticos, alopurinol, AINE)
Clínica
(minor)
Autolimitada (1 a 4 sem)
Lesão em alvo: púrpura central, halo pálido e elevado e eritema periférico
Nos casos mais intensos, evoluem c/ bolhas, chegando à necrose
Dorso das mãos e pés, face extensora dos membros, mucosas (20 a 45% - lábios, cavidade bucal, palato, gengiva e genital)
A cronologia das lesões é variada, a morfologia é multiforme e a simetria é constante
S/ prurido
Frequência de 1% em relação às demais dermatoses; adultos jovens
Diagnóstico
Clínico
DD: penfigoide bolhoso, urticária policíclica, pênfigo, sd de Behçet, artrite reativa e NET
TTO
Sintomático (hidratação, compressas, banhos)
ATB (suspeita de etiologia infeciosa)
O benefício do corticosteroide no início do quadro é controverso
Imunoglobulina humana 0,5 a 0,75 g/kg/dia por 4 dias
Diagnóstico
Clínico
Manejo
Interrupção do uso do fármaco
É individualizada p/ cada caso
Fatores ambientais
São essenciais p/ a expressão clínica da doença
Clima frio
Trauma e microtraumatismos cutâneos, art ou periarticulares
Infecções
Alterações metabólicas e endócrinas (DM, tireoidopatias e hipocalcemia)
Estresse emocional
Fumo, álcool, fatores psicogênicos
Lítio, cloroquina, betabloqueadores, aminoquinoleínas, IECAs, fibratos, anti-inflamatórios COX-1, IFN-alfa e gama (imiquimode)
Hereditário
Região PSORS1 do MHC no cromossomo 6p21
12 loci de suscetibilidade (PSORS1-PSORS12)