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Doenças do pericárdio e miocardite (Pericardite aguda (<6 semanas)…
Doenças do pericárdio e miocardite
Miocardite
Etiologia
Infecciosa
-
viral,
bacteriana, fúngica,
parasitária
, micobacteriana
Não infecciosa - doença granulomatosa, miocardite de hipersensibilidade, miocardite eosinofílica, miocardite periparto, rejeição de transplante
Fisiopatologia
Lesão provocada pelo agente - direta ou por libertação de toxinas
Resposta imunitária - inflamação --> cronicidade --> fibrose e degradação da matriz --> miocardiopatia dilatada
Diagnóstico
Clínica
Sinais e sintomas de IC
Aumento da FC e diminuição da PA
Dor torácica
(tipo EAM ou pericardite)
Alterações do ritmo
(taquiarritmias ventruculares ou supraventriculares, BAV)
Choque cardiogénico (nos casos de miocardite fulminante)
Assintomático + alterações no ECG
MCDTs
Biomarcadores de necrose
aumentados
ECG
- taquicardia sinusal, alterações inespecíficas da repolarização, ectopia ventricular, disrritmias + específicas consoante a etiologia
Ecocardiograma
- dilatação das cavidades cardíacas; exclui outras causas de IC
RM cardíaca - edema tecidual, realce com gadolíneo na parede média
Biópsia do endomiocárdio - se rápida deterioração clínica ou taquiarritmia importante (Critérios de Dallas para dx de miocardite)
Classificação
Miocardite subclínica - síndrome viral típica + alterações na avaliação inicial (biomarcadores, ECG ou eco) + sem sintomas cardíacos
Miocardite provável - síndrome viral típica + alterações na avaliação inicial + sintomas de peri/miocardite
Diagnóstico definitivo - biópsia endomiocárdica com resultado compatível com miocardite aguda
Terapêutica
TX de suporte na fase aguda
Assegurar estabilidade HD
Tx da IC crónica numa fase posterior
Beta-bloq, IECA e diuréticos
Pericardite aguda
(<6 semanas)
Doença do pericárdio + frequente
Etiologia
Sem dor - tuberculose, urémia, neoplasia, doença do tecido conjuntivo, pós-irradiação torácica
Idiopática
Infecciosa -
viral
(+ freq), bacteriana, micobacteriana, fúngica, protozoários
Não infecciosa - EAM, DRC estadio avançado, neoplasia, metabólica, traumática, disseção aórtica, pós-irradiação, febre familiar do mediterrâneo, pericardite familiar
Imunomediada - febre reumática, doenças tecido conjuntivo (LES), arterites, secundária a fármacos, pós-lesão cardíaca (pós-pericardiotomia, pós-traumática, pós-EAM/S. Dressler)
Classificação
Fibrinosa
Efusiva - derrame serohemático
Diagnóstico
Clínica
Alívio da dor com inclinação do tronco para a frente e agravamento com o decúbito dorsal
Atrito pericárdico
presente na maioria dos casos (+ audível no fim da expiração e em anteflexão do tronco, no bordo esq do esterno)
Dor torácica
retroesternal ou pré-cordial esq, intensa, pleurítica ou constritiva, com irradiação = a EAM
Derrame pericárdico
- sons cardíacos hipofonéticos, impulso apical diminuído, atrito pericárdico ausente, sinal de Ewart
Febre concomitante à dor (pericadite viral), calafrio e sépsis (bacteriana)
MCDTs
ECG
Estadio 2 - normalização so segmento ST
Estadio 3 - inversão da onda T
Estadio 4 - normalização do ECG
QRS normal (baixa voltagem e eventual alternância elétrica total se derrame pericárdico)
Estadio 1 - elevação generalizada e côncava de ST + depressão PR
Rx tórax - silhueta cardíaca aumentada (forma de garrafa) se derrame pericárdico
Ecocardiograma transtorácico - avalia presença de derrame e impacto hemodinâmico deste
TC ou RM - confirmar derrame e avaliar espessamento pericárdico, dx de massas pericárdicas
Análises - leucocitose ligeira, aumento da VS e PCR, aumento ligeiro da troponina
Pericardiocentese - análise microbiológica do líquido pericárdico pode fazer dx de pericardite bacteriana, PCR do M. tuberculosis para pericardite tuberculosa, citologia do líquido para neoplasia
Terapêutica
Ambulatório se pericardite viral/idiopática não complicada
Internamento se derrame grande, aumento da troponina ou causa secundária
Repouso no leito + anti-inflamtório
(AAS 2-4g/dia ou brufen 600-800mg/3id 1 a 2 semanas)
+ IBP + colchicina
0,5mg/1-2id 12semanas (reduz risco de recorrência e melhora ação do AINE)
Não se faz anticoagulação!
Corticóides
1mg/dia 2 a 4 dias se não responder a AINE
Exérese cirúrgica se múltiplas recorrências
Pericardiocentese se derrame grande e muito sintomático
Pericardiectomia, janela pericárdica ou instilação de esclerosante se derrame pericárdico crónico recidivante
AB + drenagem cirúrgica
na pericardite
bacteriana
Tuberculostático + biópsia pericárdica 2-4 semanas depois na pericardite tuberculosa --> se espessamento, faz-se pericardiectomia
Tamponamento cardíaco
Etiologia
Pericardite idiopática
Pericardite neoplásica
Pericardite bacteriana ou micobacteriana
Pericardite pós-traumática e pós-pericardiotomia
Pericardite urémica
Gravidade
Quantidade de líquido
Tempo de instilação
Rápido - sintomas (choque cardiogénico, ausência de atividade elétrica) mesmo com pouco líquido
Lento - até 1L de líquido sem sintomas; sintomas de IC
Diagnóstico
Clínica
Tríade de Beck
Sons cardíacos hipofonéticos
Distensão venosa jugular
Hipotensão
Pulso jugular com onda x muito marcada e onda y quase ausente (Xy)
Pulso paradoxal (PAS diminui mais de 10 mmHg na inspiração)
Taquicardia
Taquipneia
Sinais de compressão
soluços na compressão do frénico
tosse e rouquidão na compressão do laríngeo recorrente
disfagia na compressão do esófago
MCDTs
ECG
Taquicardia sinusal
Baixa voltagem do QRS
Alternância elétrica total
Ecocardiograma (c/ doppler) - faz dx definitivo
Cateterismo dto
Terapêutica
Pericardiocentese guiada por ecocardiograma transtorácico
Solução salina EV - aumenta a pré-carga --> impede hipotensão
Drenagem cirúrgica se tamponamento recorrente, derrame loculado, derrame bacteriano ou tuberculoso, biópsia para fins dx
Pericardite constritiva crónica
Etiologia
Infeção
(+ bacterianas e tuberculose)
Cirurgia cardíaca
Traumatismo cardíaco
Irradiação torácica
Envolvimento do pericárdio por neoplasia
Doença do tecido conjuntivo
Urémia
Fisiopatologia
Aumento da pressão venosa sistémica
Aumento da pressão telediastólica ventricular
Diminuição do volume sistólico
Diagnóstico
Clínica
Intolerância ao exercício
Dispneia de esforço
Ortopneia pouco acentuada
Aumento de peso
Aumento do perímetro abd
Edema MI (menos marcado do que a ascite)
Distensão venosa jugular
Sinal de Kussmaul (pressão venosa jugular não diminui com a inspiração)
Pressão de pulso normal ou diminuída (pulso paradoxal numa minoria)
Impulso apical apagado
Sinal de Broadbent (retração do impulso apical durante a sístole)
Hepatomegalia congestiva marcada
AC com sons hipofonéticos e knock pericárdico
Fraqueza e fadiga
MCDTs
ECG
Baixa voltagem do QRS
Aplanamento ou inversão difusa da onda T
Dilatação da AE
Fibrilhação auricular (30% dos casos)
Rx de tórax
(silhueta cardíaca normal ou aumentada, calcificação do pericárdio)
Ecocardiograma transtorácico - não exclui o dx
TC ou RM torácica - avaliar e quantificar espessamento pericárdico
Cateterismo dto - avaliar alterações hemodinâmicas
(pressão auricular com onda tipo XY, pressão ventricular com sinal da raíz quadrada, interdependência ventricular, equalização das pressões diastólicas)
Terapêutica
Pericardiectomia
Restrição salina e diuréticos - alívio dos sintomas congestivos
Pericardite efusiva-constritiva
Etiologia
Pós-irradiação
Pós cirurgia cardíaca
Tuberculose
Pericardite aguda viral/idiopática recidivante
Pós-traumática
Neoplasia
Doença do tecido conjuntivo
Urémia
Clínica
Aumento da silhueta cardíaca
Pulso paradoxal
Pulso venoso Xy
Persistência dos sintomas após pericardiocentese, sem normalização das pressões e com sinais de constrição
Diagnóstico
Biópsia do pericárdio
Terapêutica
AINEs numa fase precoce da doença
Pericardiectomia
Causas de pulso paradoxal:
tamponamento cardíaco
pericardite constritiva
doença pulmonar obstrutiva grave
embolia pulmonar
pneumotórax hipertensivo
EAM direito
choque hipovolémico
Causas de Sinal de Kussmaul:
pericardite constritiva
miocardiopatia restritiva
estenose tricúspide
EAM do VD
IC sistólica grave
TEP maciço