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Antrop. - Carvalho - Racismo...
Racismo Fenotípico
Padrão de valor e beleza imposto pelos europeus
Era imposto antes a ferro e fogo e atualmente através da indústria cultural e do controle político e financeiro.
Imposição começou no séc. XVI quando os europeurs conquistaram a América e consolidaram o tráfico de escravos da África para o Novo Mundo
Caucasianos
: pele clara, olhos claros, cabelos lisos e narizes finos
Cresceu ainda mais na época do imperialismo, alcançando dimensões deffinitvamente globais no final do séc. XIX
A auto-intitulada raça-branca se impôs nos cinco continentes e forçou os colonizados do mundo a aceitá-la como padrão de referência.
Essa referência começou pela superioridade militar, depois econômica, depois político e por fim o controle científico e artístico, ao desqualificar os saberes e valores estéticos locais e universalizar os padrões ocidentais nas ciências e nas humanidades.
São as marcas inscritas no seu corpo que singularizam o grupo étnico a que o indivíduo pertence.
Atualmente, os seres humanos queiram ou não, são cada vez mais tratados de acordo com as características fenotípicas da sua pele.
No início do séc. XX o racismo fenotípico era uma estrutura de discriminação que favorecia sempre os brancos e prejudicava exclusivamente os não-brancos.
Não é consenso quando se iniciou o racismo com base no fenótipo, mas parece que data de antes do mundo grego.
Segundo Diop, o racismo fenotípico já estava presente há pelo menos 4 mil anos atrás, quando os primeiros códigos civilizatórios escritos atribuíram características morais distintas aos grupos de peles claras e aos de peles escuras.
Parece difícil generalizar pois as sociedades antigas (romanos e gregos) eram multiculturais e multi-étnicos.
A revolução industrial possibilitou a disseminação das imagens racistas em uma escala monumental, sem precedentes na história da humanidade.
As imagens selecionadas para serem divulgadas foram aquelas em que os deuses, heróis ou seres humanos extraordinários do mundo clássico apresentassem traços fenotípicos mais próximos dos europeus modernos.
O corpo sempre tem um sujeito, está inserido em alguma comunidade, grupo, etnia ou nação.
É justamente apoiado na singularidade de um grupo humano que cada indivíduo pode aprender a desenvolver e a expressar a sua própria individualidade
São essas marcas, impressas temporária ou definitivamente na nossa pele biológica (nossa primeira pele) que conformam a nossa segunda pele, a pele que nos faz seres humanos para os outros seres humanos.
Tipos de marcas: escarificações, pinturas corporais, furos e alongamentos nos narizes, lóbulos furados, lábios furados, cortes nos pomos da face, adereços fixos ou não - braceletes, colares, brincos, chapéus, tornozeleiras.
O grupo étnico, ou nação, é o ser que o indivíduo absorve, introjeta, incorpora e logo exibe, exterioriza, expressa simbolicamente e é reconhecido como membro do grupo pelos que já a ele pertencem, a saber, pelos que se iniciaram antes.
A segunda pele é que garante a beleza da primeira pele.
Processo Histórico:
Ênfase na cor da pele
- o racismo de longa duração generalizou os brancos, como se fossem todos iguais e os escuros, não-brancos - como se também fossem todos iguais
2.
Padrão hegemônico ocidental
- proporções anatômicas - homens altura de 1,80m, nem magros nem gordos; mulheres altura de 1,75m, seios de tamanho médio, sem excesso de quadril nem de glúteos.
Apagaram-se as diferenças de segunda pele entre os brancos
- Espanhóis, portugueses, italianos, ingleses, alemães, holandeses que eram percebidos como muito diferentes entre si no séc. XVI, passaram a ser simplesmente brancos no fim do séc. XIX.
A eliminação da segunda pele provocou uma exclusão entre eles pois nem todos possuíam as proporções hegemônicas. O cinema fez crescer a sensação de imperfeição.
Há uma luta atual por desqualificar a base genética da raça. Lentes de contatos, clarear e alisar o cabelo, plásticas para deixar o olho menos puxado (asiáticos) ou o nariz mais fino (africanos), cremes para clarear a pele!
Essa ideologia de um corpo branco, belo, inteligente e poderoso, sem marcas étnicas que poderiam "enfeitá-lo" foi construída no contexto de uma geopolítica colonialista de inferiorização e dominação sobre os não-brancos.
Todas as tecnologias modernas da imagem, incluindo a fotografia e o cinema, logo após a sua invenção, foram colocadas a serviço de um projeto racista fenotípico.