DEÍSMO - O deísmo sustenta uma visão naturalista do universo, semelhante ao ateísmo, com a diferença fundamental de que enquanto este nega que o mundo teve sua origem em um Criador, aquele afirma que o mundo foi criado por Deus, embora negue a possibilidade de milagres. “Em suma, Deus criou o mundo, mas Ele não mais se envolve com o mundo criado. O Criador deu cordas na criação, como se faz com um relógio, e desde então o mundo segue o seu curso de maneira independente”.
O deísmo é a antítese do panteísmo. Este nega a transcendência de Deus em favor de sua imanência absoluta. Aquele nega a imanência de Deus em favor da sua transcendência. Suas crenças básicas são alistadas por Geisler em sua Enciclopédia de apologética, que serão mencionadas de forma resumida:
· DEUS – Existe um Deus eterno, imutável, intangível, onisciente, onipresente, benévolo, verdadeiro, justo, invisível, infinito e perfeito.
· UNIVERSO – O universo é a criação de Deus, e opera por leis naturais que fluem da natureza de Deus.
· DEUS E O UNIVERSO – Deus é diferente do universo, e não se revela de outra forma além da criação.
· MILAGRES – Os milagres não acontecem. Ou Deus não pode intervir na natureza, ou não quer. Alguns afirmam que, como as leis naturais são imutáveis, intervir na natureza seria uma quebra da lei estabelecida pelo próprio Deus.
· SERES HUMANOS – A humanidade foi criada por Deus e é capaz de viver alegremente no mundo. O ser humano é pessoal, racional e livre.
· ÉTICA (base) – A base da moralidade humana é a natureza. O único princípio humano inato é o desejo pela felicidade.
· O DESTINO HUMANO – Alguns deístas creem na imortalidade da alma, outros não. Aqueles que acreditam na vida pós-morte entendem que as pessoas moralmente boas serão recompensadas, e as moralmente más, punidas.
· HISTÓRIA – Em geral, a leitura deísta da história é linear e objetiva. Negam a intervenção sobrenatural de Deus na história.
Historicamente, o deísmo ganhou força entre os séculos XVI e XVIII, mas declinou a partir do século XIX. Na Europa, sua força se concentrou na França e na Inglaterra, e na América ganhou terreno no final do século XVIII. O deísmo é um produto do iluminismo, baseado no racionalismo holandês e alemão.
Seus principais proponentes foram François Voltaire, Thomas Jefferson e Thomas Paine.