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EP - Moser - Cap. 6 Fontes do Conhecimento (O Testemunho e a Dependência…
EP - Moser - Cap. 6 Fontes do Conhecimento
O Racionalismo, o Empirismo e o Inatismo
Empirismo básico
Não é possível adquirir conhecimento da realidade através do uso não empírico da razão.
O conhecimento da realidade deriva da experiência sensorial e do uso uso empírico da razão - e de mais nada.
Racionalismo básico
Todo acontecimento tem uma causa
Dois objetos não podem ocupar exatamente o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.
Segundo os racionalistas, as proposições acima são epistemologicamente especiais pelo fato de ser conhecíveis a priori e não analíticas, ou seja, sintéticas. Não são nem adquiridas nem justificadas com base na experiência, como seriam as generalizações empíricas.
Empirismo Conceitual
Todos os conceitos são direta ou indiretamente adquiridos através da experiência sensorial
Não postula condições especiais para a aquisição do conhecimento através da experiência sensorial. Oferece antes uma alternativa geral ao
Inatismo Conceitual
Inatismo Conceitual
Nós detemos a posse inata de certos conceitos, independentemente dos sentidos.
Conceitos: azul, amargo...
Inatismo
A existência do conhecimento é inferida a partir de um domínio específico, por ser a melhor explicação para o fato de adquirirmos alguma competência ou capacidade.
Os argumentos favoráveis e contrários ao inatismo são complicados e não podem ser devidamente avaliados por um vulgar apelo ao "senso comum". O Inatismo ainda gera controvérsias nas obras filosóficas e psicológicas sobre as fontes de conhecimento.
O Empirismo, o Positivismo e a Subdeterminação
Empirismo
Hume
Corrente dominante - afirmou que todos os nossos conhecimentos não tautológicos nascem da experiência sensorial.
Positivismo
Cículo de Viena
Tinham Hume como predecessor filosófico: partilhavam da antipatia de Hume pela metafísica.
Passaram a defender um princípio de verificação do significado.
Se não há como se ter certeza de que uma proposição é verdadeira, a proposição não tem sentido nenhum, pois o sentido de uma proposição é o seu método de verificação.
Você só pode compreender uma afirmação na medida em que conhece o que pode demonstrar a veracidade ou a falsidade dela.
Os Positivistas lógicos afirmavam que toda proposição dotada de significado pode ser expressa em função de proposições derivadas da observação - ou seja, proposições passíveis de confirmação ou refutação com base na observação.
Tanto as nossas crenças teóricas - crenças em fenômenos não observáveis - quanto as nossas crenças derivadas da observação são subdeterminadas pela evidência sensorial.
Intuições e Relatos em Primeira Pessoa
As intuições podem ser concebidas como palpites teóricos, ou seja, crenças relativamente espontâneas, não refinadas, na verdade (ou na falsidade) de algo.
O uso de intuições é às vezes identificado com o senso comum, uma coletânea primitiva de crenças cuja verdade teria sido depreendida da observação casual.
Os relatos de primeira pessoa são importantes fontes de conhecimento quando o objeto de conhecimento é a própria pessoa que os faz.
Memória
Muitas vezes a memória é o único fundamento de que dispomos para afirmar que conhecemos alguma coisa.
As memórias de infância, por exemplo, são difíceis de confirmar na ausência do testemunho dos irmãos ou dos pais.
A perda da memória pode levar a uma perda de conhecimento.
Embora a memória seja evidentemente falível, costumamos supor que o ato da lembrança é como a exibição de uma fita de vídeo.
Deve-se considerar: a confiabilidade da memória, sua vulnerabilidade às sugestões e os danos que podem resultar das informações errôneas pós-acontecimento.
A Unificação Teórica
Outra fonte de conhecimento é a unificação de fenômenos aparentemente desconexos.
A estratégia da unificação teórica se manifesta nos primórdios das ciências experimentais modernas, bem como em outros contextos.
O Testemunho e a Dependência Social
Às vezes, para resguardar nossa responsabilidade epistêmica, precisamos confiar nos outros.
O reconhecimento da ideia de que a experiência ou a confiabilidade epistêmica é sempre relativa a um determinado domínio chamou de novo a atenção para as influências sociais e culturais que incidem sobre a justificação.
Triangulação: as crenças às quais se chega por um número maior de métodos independentes são, em geral, mas confiáveis ( ou seja, tem maior probabilidade de ser verdadeiras) do que as crenças às quais se chega por um único método.
Quando a pessoa consegue ater-se às regras da dedução e da indução é chamada racional. Segundo essa concepção, o modelo da racionalidade é a capacidade individual de resolver problemas. A racionalidade dos grupos, porém, não nasce de forma simples dos processos decisórios racionais dos indivíduos.
As pesquisas sobre as práticas da ciência, associadas a uma disciplina que às vezes se chama de "estudos científicos", propõem descrições altamente elaboradas das características epistemológicas dos círculos científicos.
Nessas pesquisas, abundam as taxonomias e distinções sociais e psicológicas, que são todos construtos humanos.
Não nos devemos esquecer, porém, de que a epistemologia também trata do modo pelo qual essas práticas se vinculam com o mundo.
A história do conhecimento científico suscita muitas questões de difícil resposta.
Boa parte das instituições científicas da Europa exerceram uma discriminação sistemática, teremos que aceitar o fato de que a ciência ocidental, tão bem sucedida e propícia à descoberta da verdade, foi sempre sexista e racista.
A aceitação desse fato pode por em xeque o sentimento iluminista de que a verdade sempre traz em seu rastro uma emancipação.
Uma instituição científica pode atender a certos objetivos do que a outros nos diversos momentos do tempo.
Uma epistemologia adequada tem de estar sempre atenta ao aspecto social, aos dados especializados que vem de diversos setores da sociedade.
Cada um de nós é um agente epistêmico que tem de determinar no que vai crer a partir das fontes pessoais de conhecimento a que tem acesso, como a percepção, a razão e a memória.
Por outro lado, percebemos o poder cada vez maior da busca social do conhecimento, que vai muito além do que qq ser humano isolado seria capaz de realizar.
Percebemos tb o quanto dependemos uns dos outros para adquirir até os mais simples conhecimentos acerca do mundo em que vivemos.