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Antrop. HALL - A Identidade Cultural na Pós-modernidade (3. As…
Antrop. HALL - A Identidade Cultural na Pós-modernidade
1. A Identidade em Questão
As velhas identidades estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado.
A "crise de identidade" é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.
Três Concepções de Identidade
Sujeito do Iluminismo
Baseado numa concepção da Pessoa Humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades da razão, de consciência e de ação, cujo centro consistia num núcleo interior,
O centro essencial do eu era a identidade de uma pessoa
Concepção Individualista do Sujeito e de sua identidade.
Sujeito Sociológico
Refletia a crescente complexidade do mundo moderno e a consciência de que este núcleo interior era formado na relação com "outras pessoas importantes para ele" que representavam para ele os valores, sentidos e símbolos (cultura) dos mundos que ele habitava
A identidade é formada na "interação" entre o eu e a sociedade
Preenche o espaço entre o "interior" e o "exterior" - entre o mundo pessoal e o mundo público.8
Sujeito Pós-Moderno
Não tem uma identidade fixa, essencial ou permanente
Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas.
O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um "eu" coerente.
A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia
À medida em que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar - ao menos temporariamentes
O Caráter da Mudança na Modernidade Tardia
As sociedades modernas são por definição sociedades de mudança constante, rápida e permanente
"Nas sociedades tradicionais, o passado é venerado e os símbolos são valorizados pq contém e perpetuam a experiência de gerações
A tradição é um meio de lidar com o tempo e o espaço, inserindo qq atividade ou experiência particular na continuidade do passado, presente e futuro, os quais por sua vez, são estruturados por práticas sociais recorrentes
Na modernidade, as práticas sociais são constantemente examinadas e reformadas à luz das informações recebidas sobre aquelas próprias práticas, alterando, assim, seu caráter
À medida em que áreas diferentes do globo são postas em interconexão umas com as outras, ondas de transformação social atingem virtualmente toda a superfície da terra.
Os modos de vida da modernidade nos livraram de todos os tipos tradicionais de ordem social.
As transformações na modernidade são mais profundas do que a maioria das mudanças dos períodos anterirores.
As sociedades modernas não tem nenhum centro, nenhum princípio articulador ou organizador único e não se desenvolvem de acordo com o desdobramento de uma única causa ou lei.
A sociedade moderna está constantemente sendo "descentrada" ou deslocada por forças fora de si mesma
As sociedades da modernidade tardia são atravessadas por diferentes divisões e antagonismos sociais que produzem uma variedade de diferentes posições de sujeito (identidades) para os indivíduos.
3. As Culturas Nacionais e Comunidades Imaginadas
No mundo moderno, as culturas nacionais em que nascemos se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural.
Pensamos nelas como se fossem parte de nossa natureza essencial
As identidades nacionais não são coisas com as quais nascemos, mas são formadas e transformadas no interior da representação
A nação não é só uma entidade política mas algo que produz sentidos - um sistema de representação cultural.
As pessoas não são apenas cidadãos legais de uma nação, elas participam da ideia da nação tal como representada em sua cultura nacional.
As culturas nacionais são uma forma distintivamente moderna.
A lealdade e a identificação que, numa era pré-moderna ou em sociedades mais tradicionais, eram dadas à tribo, ao povo, à religião e à região, foram transferidas,nas sociedades ocidentais para a cultura nacional
A formação de uma cultura nacional contribui para:
criar padrões de alfabetização universais, generalizou uma única língua vercacular como o meio dominante de comunciação em toda a nação,
criar uma cultura homogênea e
manteve instituições culturais nacionais como um sistema educacional nacional
A Cultura Nacional se tornou uma característica chave da industrialização e um dispositivo da modernidade
Narrando a Nação: uma comunidade imaginada
As culturas nacionais são compostas não apenas de instituições culturais, mas tb de símbolos e representações.
As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre "a nação", sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades
A identidade nacional é uma "comunidade imaginada".
"A vida das nações, da mesma forma que a dos homens, é vivida, em grande parte na imaginação"
Como é contada a narrativa nacional?
Narrativa da nação , tal como e contada e recontada nas histórias e nas literaturas nacionais, na mídia e na cultura popular.
Énfase nas origens, na continuidade, na tradição e na intemporalidade
Tradição inventada significa um conjunto de práticas, de natureza ritual ou simbólica que buscam inclucar certos valores e normas de comprtamentos através da repetição, a qual implica continuidade com um passado histórico adequado
Invenção da tradição - Tradições que parecem ou alegam ser antigas são muitas vezes de origem bastante recente e algumas vezes inventadas.
Mito Fundacional: uma estória que localiza a origem da nação, do povo e de seu caráter nacional num passado tão distante que eles se perdem nas bruma do tempo, não do tempo "real" mas de um tempo "mítico"
Ideia de um povo ou folk puro, original. Mas na s realidades do desenvolvimento nacional, é raramente esse povo que persiste ou que exercita o poder.
O discurso da cultura nacional se equilibra entre a tentação por retornar a glórias passadas e o impulso por avançar ainda mais em direção à modernidade.u
Desconstruindo a "Cultura Nacional": Identidade e Diferença
Três conceitos ressonantes daquilo que constiui uma cultura nacional como uma "comunidade imaginada:
Memórias do passado
Desejo por viver em conjunto
Perpetuação da herança
Uma cultura nacional nunca foi um simples ponto de lealdade, união e identificação simbólica.
Ela é também uma estrutura de poder cultural
A maioria das nações consiste de culturas separadas que só foram unificadas por um longo processo de conquista violenta, isto é, pela supressão forçada da diferença cultural.
As nações são sempre compostas de diferentes classes sociais e diferentes grupos étnicos e de gênero.
As nações ocidentais modernas foram também os centros de impérios ou de esferas neoimperiais de influência, exercendo uma hegemonia cultural sobre as culturas do colonizados.
Em vez de pensar as culturas nacionais como unificadas, deveríamos pensá-las como constituindo um dispositivo que representa a diferença como unidade ou identidade.
A etnia é o termo que utilizamos para nos referirmos às características culturais - língua, religião, costume, tradições, sentimento de "lugar"- que são partilhadas por um povo.
a Europa Ocidental não tem qualquer nação que seja composta de apenas um único povo, uma única cultura ou etnia. As nações modernas são todas híbridas culturais.
Quando vamos discutir se as identidades nacionais estão sendo deslocadas, devemos ter em mente a forma pela qual as culturas nacionais contribuem para "costurar"as diferenças numa única identidade.
4. Globalização
A globalização se refere àqueles processos atuantes numa escala global que atravessam fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo em realidade e em experiência mais interconectado.
A globalização implica um movimento de distanciamento da ideia sociológica clássica da sociedade como um sistema bem delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço.
A modernidade é inerentemente globalizante
Os estados-nação nunca foram tão autônomos ou soberanos quanto pretendiam
Compressão espaço-tempo e identidade
Os lugares permanecem fixos; é neles que temos "raízes". Entretanto, o espaço pode ser "cruzado"num piscar de olhos. Essa é a "destruição do espaço através do tempo".
Em Direção ao Pós-Moderno Global?
Alguns teóricos argumentam que o efeito geral dos processos globais tem sido o de enfraquecer formas nacionais de identidade cultural.
Colocadas acima do nível da cultura nacional, as identificações "globais"começam a deslocar e, algumas vezes a apagar as identidades nacionais
À medida em que as culturas nacionais tornam-se mais expostas a influências externas, é difícil conservar as identidades culturais intactas ou impedir que elas se enfraqueçam através do bombardeamento e da infiltração cultural.
O que está sendo discutido é a tensão entre o "global"e o "local" na transformação das identidades.