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Luto e melancolia (Luto: (Perda concreta, Cada uma das lembranças e…
Luto e melancolia
No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na
melancolia, é o próprio ego
Luto:
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Cada uma das lembranças e expectativas isoladas através das quais a libido está vinculada ao objeto é evocada e hipercatexizada, e o desligamento da libido se realiza em relação a cada uma delas.
Sintomas:
- Desânimo profundamente penoso +
- Cessação de interesse pelo mundo externo +
- Perda da capacidade de amar +
- Inibição de toda e qualquer atividade
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Melancolia:
Os traços mentais da melancolia são iguais ao do luto, o que o distingue: Diminuição dos sentimentos de autoestima
Autorecriminação e auto-envilecimento, culminando numa expectativa delirante de punição.
Há uma perda objetal retirada da consciência, em contraposição ao luto, no qual nada existe de inconsciente a respeito da perda
O quadro de um delírio de inferioridade (principalmente moral) é completado pela insônia e pela recusa a se alimentar
No que se refere as auto-acusações, o melancólico deve estar com a razão. Devemos confirmar de imediato algumas de suas declarações.
Sentimentos de vergonha diante de outras pessoas, faltam ao melancólico, ou pelo menos não são proeminentes nele. Está presente nele um traço quase oposto, uma insistente comunicabilidade, que encontra satisfação no desmascaramento de si mesmo
No melancólico uma parte do ego se coloca contra a outra, julga-a criticamente, e toma-a como seu objeto
A insatisfação com o ego constitui, por motivos de ordem moral, a característica mais marcante da melancolia.
A chave do quadro clínico da melancolia: percebemos que as autorrecriminações são recriminações feitas a um objeto amado, que foram deslocadas desse objeto para o ego do próprio paciente.
A libido que ficou livre com a perda do objeto não foi deslocada para outro objeto; foi retirada para o ego. Ali, serviu para estabelecer uma identificação do ego com o objeto abandonado
A tendência a adoecer de melancolia (ou parte dessa tendência) reside na predominância do tipo narcisista da escolha objetal.
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A catexia erótica do melancólico no tocante a seu objeto sofreu assim uma dupla vicissitude: 1) parte dela retrocedeu à identificação, 2) outra parte, sob a influência do conflito devido à ‘ambivalência’, foi levada de volta à etapa de sadismo que se acha mais próxima do conflito
A característica mais notável da melancolia, e aquela que mais precisa de explicação, é sua tendência a se transformar em mania
Na melancolia, o ego sucumbe ao complexo, ao passo que, na mania, domina-o ou o põe de lado
O terceiro fator [regressão da libido ao ego] é o responsável pela mania. O acúmulo de catexia que, de início, fica vinculado e, terminado o trabalho da melancolia, se torna livre, fazendo com que a mania seja possível