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WILHELM DILTHEY (1833-1911) (HERMENÊUTICA (Dilthey identificou 4 ideias…
WILHELM DILTHEY (1833-1911)
BIOGRAFIA
Nasceu em Biebrich-Mosbach (Alemanha) no dia 19 de novembro de 1833
Estudou Teologia na Universidade de Heidelberg e Filosofia na Universidade de Berlim
Contestou a ampla influência que as doutrinas positivistas possuíam sobre as ciências humanas, especialmente as sociais, as históricas e as do psiquismo.
Em 1866 foi nomeado para uma cadeira de Filosofia na Universidade da Basiléia, na Suíça. Em 1868 conquistou a cátedra de Filosofia na Universidade de Berlim, antes ocupada por Hegel.
O primeiro trabalho teórico publicado por Dilthey foi “Introdução ao Estudo das Ciências Humanas” (1883), no qual fez uma distinção entre ciências da natureza e ciências do espírito (ou ciências humanas) que teria como objetivo o homem e o comportamento humano, causando polêmicas e discussões dentro do pensamento filosófico.
Wilhelm Dilthey faleceu em Schlem, Itália, no dia 1 de outubro de 1911.
HERMENÊUTICA
Afirmava não ser possível no campos das ciências do espírito ou das ciências humanas, se falar em leis gerais
Questionava o próprio conceito de "causa", pois, para ele, esse conceito implicava a ideia de necessidade e inexorabilidade sendo mais correto pensar-se em termos de "motivos", de "desejos" para explicar situações de mudança
A hermenêutica não é simples compreensão, mas autocompreensão
Dilthey reconhece uma natureza distintiva das ciências humanas, afirmando que seu campo de estudo é formado por atores humanos conscientes e não por organismos ou objetos apenas sujeitos às leis de causa e efeito. Por isso, Dilthey formula, para as Ciências Humanas, uma metodologia própria, com base empírica. que ele chama de Compreensão (Verstehen) e que influenciou as teorias hermenêuticas de Heidegger e Gadamer.
Em seu ensaio escrito em 1910, Dilthey define hermenêutica como sendo um conjunto de regras para interpretar obras escritas e afirma que o propósito desta ciência, além de estabelecer interpretações filológicas, é servir de anteparo contra a subjetividade cética e os caprichos românticos para consolidar a validade universal da interpretação histórica e fundamentar as Ciências Humanas.
Dilthey identificou 4 ideias cruciais na obra de Schleiermacher para o desenvolvimento da hermenêutica.
1) A análise da compreensão é o fundamento para a codificação da interpretação;
2)O interprete e o autor compartilham uma “natureza humana geral” que permite a compreensão dos outros;
3)Por causa desta “natureza humana compartilhada”, o intérprete pode recriar as ideias do autor; e
4)O interprete pode compreender o significado inteiro do texto a partir das palavras.
Para compreender uma outra pessoa por meio de suas manifestações de vida, Dilthey sugere os métodos da transposição e da recriação. A transposição procura as relações entre as expressões empíricas manifestadas pelo autor e os estados psíquicos interiores deste. A recriação ou reexperiência é o inverso do processo criativo. Inicia-se a busca pela interioridade psíquica de um autor por meio de sua obra, expressão empírica de sua experiência vivida.
É por meio da Hermenêutica que podemos compreender as regras permanentes de manifestação da vida presentes na linguagem, considerada a expressão mais completa da mente ou espírito humano.
TEORIA SOBRE GERAÇÕES
Dilthey foi um dos primeiros pensadores a abordarem o tema de gerações
O ser humano e o mundo são fenômenos
Uma geração é um recorte sobre indivíduos que existiram num determinado zeitgeist
Abordagem historicista, as experiências históricas delimitam o pertencimento a uma geração
O que importa é a qualidade dos vínculos que os indivíduos das gerações mantém em conjunto. Essas pessoas partilham influências históricas comuns, ou seja, o mesmo conjunto de experiências
Noção da temporalidade: tempo humano (concreto e contínuo) vs tempo da natureza (abstrato e descontínuo) - a continuidade vem da capacidade da mente humana
A vida humana é uma temporalidade e a conexão de tempo humano e tempo histórico vem dessa capacidade de moldar, uniformizar o tempo pessoal e dar significado a isso
É a história que possibilita à mente humana separar-se da natureza, pois, por não ter consciência, a natureza não tem história
INFLUÊNCIAS- HUMANO EXISTÊNCIAL
É considerado o criador do historicismo e seu nome está fortemente conectado com as ciências humanas, a hermenêutica, o desenvolvimento de uma psicologia não naturalista e compreensiva e a concepção de uma tipologia das visões de mundo
Busca construir um status mais elevado para os estudos humanos, pois as ciências humanas precisariam ser abordadas como uma coisa orgânica e vital.
O fundamento que Wilhelm propõe para abordar as ciências humanas é a da autorreflexão fundada na experiência de vida.
Para Dilthey, a vida individual não obedece a nenhum plano exterior, mas “revela o que há de mais conhecido e, ao mesmo tempo, o que há de mais obscuro e impenetrável” (REIS 2003, p. 23).
Entendia o sujeito, em oposição ao sujeito kantiano, como atravessado por pulsões, contradições, vivências e experiências distintas.
Como filosofia da experiência, a “filosofia da vida” diltheyana focaliza o sujeito que pensa, sente e deseja, o que nos impele a compreender a vida por ela mesma ou como ela se apresenta (GONÇALVES 2011, p. 158)