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Hérnias IV - Hérnia (ruptura) diafragmática (CONSIDERAÇÕES GERAIS E…
Hérnias IV - Hérnia (ruptura) diafragmática
Ocorre quando a continuidade do diafragma é rompida, de forma que órgãos abdominais podem migrar para o interior da cavidade torácica
CONSIDERAÇÕES GERAIS E FISIOPATOLOGIA CLINICAMENTE RELEVANTE
Podem ser congênitas ou ocorrerem secundariamente ao trauma
Hérnias pleuroperitoneais congênitas são raramente diagnosticadas porque muitos animais acometidos morrem ao nascer ou logo após
O aumento abrupto na pressão intra-abdominal, acompanhado de movimentações forçadas da parede abdominal
Causa a deflação rápida dos pulmões (se a glote estiver aberta), produzindo um grande gradiente de pressão pleuroperitoneal
A ruptura ocorre nos pontos mais fracos do diafragma, geralmente nas porções musculares
Hérnias diafragmáticas traumáticas estão frequentemente associadas:
Dificuldade respiratória significativa, mas, hérnias diafragmáticas crônicas em animais assintomáticos não são incomuns
Podem ocorrer também em animais com distúrbios de tecido conjuntivo ou doenças que comprometam a integridade estrutural do diafragma ou seus anexos
A duração de hérnias diafragmáticas pode variar de poucas horas até anos
Os animais podem ser apresentar choque agudo após o trauma ou a hérnia pode ser um achado incidental
Na hérnia diafragmática crônica, os sinais clínicos mais comuns são relacionados:
Ao sistema respiratório
(p. ex., dispneia e intolerância ao exercício)
Muitos animais com hérnias crônicas não estão dispneicos no momento do diagnóstico
Gastrointestinal
(p. ex., anorexia, vômito, diarreia, perda de peso e dor após ingestão de comida)
Ou podem ser inespecíficos
(p. ex., depressão)
Sinais clínicos podem incluir:
Membranas mucosas pálidas ou cianóticas
Taquipneia
Taquicardia
E/ou oligúria
Arritmias cardíacas são comuns
Outros sinais clínicos dependem de quais órgãos foram herniados, podendo ser:
Gastrointestinal
Respiratório
Cardiovascular
O fígado é o órgão mais comumente herniado, isso frequentemente, está associado a hidrotórax por garroteamento e oclusão venosa
Porém qualquer órgão pode ser herniado, inclusive o rim
Hérnias diafragmáticas crônicas podem ter uma taxa de mortalidade mais alta do que as hérnias diafragmáticas agudas
Diagnóstico
Se efusão pleural significativa estiver presente, ideal a toracocentese antes de se obter as radiografias para fins de diagnóstico
Diferencial
Qualquer distúrbio que cause anormalidade respiratória
(p. ex., efusão pleural, pneumotórax e pneumonia)
CONDUTA MÉDICA
Deve ser fornecido oxigênio por máscara facial, insuflação nasal ou uma câmara de oxigenação em caso de dispneia
Toracocentese para casos de efusão
Fluidoterapia e antibióticos devem ser providenciados se o animal estiver em choque
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Na presença de contusões pulmonares, o reparo cirúrgico de hérnias diafragmáticas deve ser retardado
Até que a condição do paciente tenha sido estabilizada
Animais com herniação gástrica devem ser avaliados cuidadosamente quanto à distensão gástrica
E operados assim que possam ser anestesiados com segurança
(distensão gástrica aguda dentro do tórax pode causar prejuízo respiratório rápido e fatal)
A cirurgia é de caráter emergencial
Antibióticos profiláticos devem ser fornecidos antes da indução da anestesia em animais com herniação hepática
Pré-medicar tais pacientes com esteroides pode ser benéfico
TÉCNICA CIRÚRGICA
Incisão na linha média abdominal ventral
Caso seja necessária maior exposição, estender a incisão cranialmente através do esterno
Com hérnias crônicas, debridar a borda do defeito antes de fechar
Fechar o defeito diafragmático em um padrão de sutura contínua simples
Se o diafragma tiver sido avulsionado das costelas, incorporar uma costela na sutura contínua para adicionar força
Remover o ar da cavidade pleural após fechar o defeito
Se pneumotórax ou efusão contínuos forem prováveis, colocar um tubo torácico
Para fechar o diafragma, usar uma sutura não absorvível (p. ex., polipropileno) ou absorvível (p. ex., polidioxanona ou poligliconato)
Complicações
O edema pulmonar por reexpansão (EPR) é uma complicação possível
Associado à rápida reexpansão do pulmão após o reparo de uma hérnia diafragmática
Comum em pulmões cronicamente colapsados
Complicação mais comum é o pneumotórax, especialmente se a hérnia for crônica e as aderências estiverem presentes
Se o animal sobreviver ao período pós-operatório inicial (12 a 24 horas), o prognóstico é excelente e a recidiva é incomum
Taxas de mortalidade relatadas para hérnia diafragmática traumática variam de 12 a 48%
Entre 10 a 20% das hérnias diafragmáticas crônicas podem não sobreviver