How to be an adult (Robert Kegan's Theory of Adult Development)
Como adultos, como deveríamos estar percebendo e nos relacionando com o mundo? Como deveríamos estar lidando com conflitos e nos relacionando com as pessoas em nossa volta? Kegan defende que existem 5 estágios de desenvolvimento do adulto. Se tornar um adulto "completo" nesse sentido significa transicionar por todos esses estágios. No entanto, cerca de 65% de nós nunca passa do terceiro.
Segundo Kegan, se tornar um adulto não é sobre aprender coisas novas ou desenvolver novas habilidades (somar novos itens ao "container" da mente), mas sobre mudar a forma como conhecemos e entendemos o mundo (mudar o formato desse container)
Estágios
Mente Impulsiva - Primeira Ordem de Consciência (primeira infância)
Mente Instrumental - Segunda Ordem de Consciência (adolescência, 6% da população adulta)
Mente Socializada - Terceira Odem de Consciência
(58% da população adulta)
Mente de Autoria Própria - Quarta Ordem de Consciência (35% da população adulta)
Mente Auto-Transformadora - Quinta Ordem de Consciência (1% da população adulta)
Mudança de sujeito para objeto: passar de um estágio para o outro requer uma mudança interna nossa de sujeito para objeto. Mas o que isso quer dizer?
Sujeito ("eu sou"): são os conceitos que temos sobre nós mesmos, que muitas vezes carregamos ao longo de toda a vida e para os quais temos menos disponibilidade de olhar de forma objetiva. São características da nossa personalidade, premissas sobre como o mundo funciona, sobre comportamentos aceitáveis ou não, etc.
Objeto ("eu tenho"): são aqueles conceitos dos quais conseguimos nos distanciar e olhar de forma objetiva, refletir, reavaliar, controlar.
Quanto mais aspectos da nossa vida conseguimos olhar como objeto, mais clara é a nossa percepção da realidade.
Se relaciona com a visão budista de desapego, que não é sobre ser indiferente, mas capaz de perceber que não somos nossos pensamentos e emoções, somos pessoas que têm pensamentos e emoções.
Na maior parte do tempo, transicionamos entre esses estágios ou nos comportamos de acordo com estágios diferentes de acordo com quem nos relacionamos (ex: estágio 3 para relacionamento amoroso, estágio 4 no trabalho). Essas transições também não são definitivas. Podemos avançar e regredir.
Incapacidade de distinguir os objetos das pessoas presentes em um ambiente.
Indivíduos auto-centrados, que enxergam os outros como facilitadores ou obstáculos para a realização de seus próprios desejos. Só existe uma perspectiva: a sua. Nesse estágio, a pessoa segue regras, ordens, movimentos em função das recompensas e das punições.
A identidade da pessoa e sua percepção sobre o mundo é muito vinculada às suas relações. Suas ações são fortemente influenciadas pelas opiniões e expectativas dos outros. É o estágio do seguidor ideal, que espera o direcionamento vir de alguma autoridade e questiona pouco. Aqui, o que mais importa são as regras, crenças, ideias dos sistemas que a rodeiam. Pessoas nesse estágio fogem do conflito (com receio do que os outros podem achar delas) e buscam validação externa.
É capaz de dar um passo para trás de seu ambiente e mantê-lo como objeto, analisando-o de forma crítica. É capaz de distinguir a opinião dos outros das suas e formular a sua própria base de julgamento. Esses indivíduos tendem a ser autodirigidos, pensadores independentes. São pessoas com uma forte bússula interna, que as torna capazes de escolher seu destino. Elas entendem que a sua identidade independe das crenças e expectativas do seu entorno. São pessoas que questionam regras, se posicionam, colocam limites e resolvem problemas. São capazes de explorar outros pensamentos e sentimentos. Se responsabilizam pelas próprias emoções. Criam seu próprio entendimento de mundo. Percebem que estão em constante transformação.
É capaz de considerar múltiplas perspectivas e ideologias simultaneamente. Capaz de suportar as contradições entre sistemas de crença concorrentes. Não é prisioneira da própria identidade e está sempre se reinventando.