Ocorrem quando os músculos perineais se separam, permitindo reto, pelve e/ou conteúdo pélvico ou abdominal deslocar a pele perineal
Dependendo de sua localização pode ser
Hérnia caudal
Hérnia isquiática
Hérnia dorsal
Hérnia ventral
CONSIDERAÇÕES GERAIS E FISIOPATOLOGIA CLINICAMENTE RELEVANTE
Ocorre quando os músculos do diafragma pélvico não sustentam a parede retal, permitindo a persistente distensão retal e comprometendo a defecação
A causa do enfraquecimento é mal compreendida mas acredita-se estar relacionada:
Hormônios masculinos
Esforço e fraqueza ou atrofia muscular congênita ou adquirida
O diafragma pélvico é mais forte nas fêmeas
Qualquer condição que causa esforço pode forçar o diafragma pélvico
Condições que causam esforço para defecar
Prostatite
Cistite
Obstrução do trato urinário
Obstrução colorretal
Desvio retal ou dilatação
Inflamação perianal
Saculite anal
Diarreia
Constipação
Pode ser unilateral ou bilateral
A maioria ocorre entre o elevador do ânus, o esfíncter anal externo e os músculos obturador interno
(hérnia caudal)
Porém, algumas ocorrem entre o ligamento sacrotuberal e o músculo coccígeo
(hérnia ciática)
Ou entre o elevador do ânus e os músculos coccígeos
(hérnia dorsal)
Ou músculos isquiouretal, bulbocavernoso e isquiocavernoso
(hérnia ventral)
O conteúdo herniário é rodeado por uma fina camada de fáscia perineal, tecido subcutâneo e pele
(saco herniário)
O saco pode conter:
Gordura pélvica ou retroperitoneal
Líquido seroso
Reto desviado ou dilatado
Divertículo retal
Próstata
Bexiga
Intestino delgado
Geralmente os gatos apresentam apenas o reto dentro do saco herniário
Hérnias perineais são comuns em cães e raras em gatos
Ocorrem quase que exclusivamente em cães machos intactos (93%)
Nas cadelas são geralmente associadas a traumas
Nos felinos ocorrem geralmente em gatos machos castrados
Contudo, as gatas estão mais propensas a hérnias perineais que as cadelas
A maioria das hérnias perineais ocorre em cães com mais de cinco anos de idade
A média de idade é de aproximadamente 10 anos tanto em cães como em gatos
Ocasionalmente, os animais são apresentados como emergências por causa da uremia pós-renal
Associada ao aprisionamento da bexiga ou choque associado a estrangulamento intestinal
O esforço intenso para defecar pode resultar em prolapso retal
Diagnóstico
Ultrassom ou amniocentese perineal devem ser realizados para determinar se fluido (i.e., urina) está presente
Um inchaço flutuante na região perineal pode indicar que a bexiga está presa na hérnia
Radiografias são raramente necessárias para diagnóstico
Mas são úteis para determinar se bexiga urinária, próstata e intestino delgado estão presentes
Nesses casos frequentemente estão presentes, azotemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e leucocitose neutrofílica
Diferencial
Neoplasia perianal
Hiperplasia da glândula perianal
Saculite anal
Neoplasia do saco anal atresia anal
Tumores vaginais
Tratamento
Corrigir fatores causais (obstrução do trato urinário ou infecção, megacólon, hipertrofia da próstata, prostatite)
Laxantes, emolientes fecais, modificação da dieta, enemas periódicos e/ou evacuação retal manual podem ajudar na defecação até a cirurgia
CIRÚRGICO
Retroflexão da bexiga urinária e aprisionamento visceral são cirurgias de emergências
A castração é recomenda durante a herniorrafia, para evitar recidivas
Os cães não castrados apresentam uma taxa de recidiva 2,7 vezes maior que castrados
Técnicas mais usadas
Tradicional, ou reposição anatômica
Elevação do obturador interno, ou técnica de transposição