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EGOMUSEUM: REPRESENTAÇÃO NAS REDES SOCIAIS (INTRODUÇÃO (REDES SOCIAIS…

- - - - Sociabilização :silhouettes:
        
        Era preciso cuidar do privado; e era igualmente necessário ter o que publicizar para que houvesse sociabilidade (Arendt, 2001).
        
        A espetaculização tornou a divisão do público e privado desnecessária. :unlock:
        
        A evidente espetacularização já identificada com os mass media (Debord, 1997), é agora realizada por cada sujeito nas redes sociais – sobre o outro e sobre si próprio. (...) Os sites de redes sociais intimam cada sujeito a se mostrar, a exibir e expor o que entendem ser digno de espetacularização (Carvalheiro et al, 2015; Debord, 1997). Através de imagens cotidianas nas redes sociais, o sujeito revela o mais intimo de si (Carvalheiro et al, 2015) – sua forma de Ser/Estar e a sua visão de mundo
        
        REFLEXOS NAS RELAÇÕES SOCIAIS E LAÇOS AFETIVOS :<3:
        
        Consumo de imagens; Exposição do cotidiano do indivíduo, seus gostos e sua individualidade através de imagens; Troca simbólica e material.
    - - IMAGEM - DOCUMENTAÇÃO - LIKE E COMENT
        
        APROVAÇÃO OU DESAPROVAÇÃO ENTRE SEMELHANTES E DESIGUAIS.
- - - - Grupos secretos de Facebook e apps/redes sociais
    - - Comportamento de usuários que objetivam o sexo. Público gay. A discussão agrega temáticas como: desterritorialização e reterritorialização e o secreto e exposição.
        
        considerando espaço “como rede, produzido continuamente pela dinâmica de circulação e mediação de coisas e lugares”. Os autores assinalam que os aplicativos/redes sociais promovem processos de desterritorialização e reterritorialização, entendendo território como “modos de produção do espaço (‘localização’)”, a partir da obra de André Lemos. Enquanto os tradicionais mediadores (geográficos, políticos e sociais, e mídias analógicas) produzem os espaços a partir de referências diretas a lugares concretos, as referências virtuais que não produzem localização geográfica mas que são referências para a sociabilidade – de trocas materiais e simbólicas, como os aplicativos e redes sociais – produzem a reterritorialização, ou seja, a ressignificação do território (Couto et al, 2016).
        
        Os autores também fazem menção a exposição e exibição dos corpos a partir das imagens. Nos grupos fechados as imagens que são exibidas, predominantemente apresentam partes do corpo e nem sempre remetem à sua identidade.
        
        Sofia Caldeira "(...) argumenta que o Instagram é um dispositivo contemporâneo que contribui para expandir o potencial da fotografia vernacular a partir de uma prática já existente desde o auto-retrato, ressignificando-a através das selfies (...) Criadas para e compartilhadas em plataformas de redes sociais, as fotografias digitais deixam de compor quadros, álbuns privados e discretos e são facilmente produzidas para a disseminação. Mais do que a disseminação pela reprodutibilidade técnica, tornam-se fluxo constante de estratégias de representação.
        
        O trabalho da autora apresenta contribuições no sentido de refletir sobre o fato do sujeito viver numa sociedade de massas que o torna cada vez mais insignificante e indiferenciado, mas também onde é encorajado a descobrir e desenvolver um EU através do uso obsessivo das várias tecnologias contemporâneas, vistas como ferramentas para uma construção eficaz da identidade. :star:
        
        Segundo a autora, a partir da sua pesquisa e revisão de outras obras, as imagens compartilhadas são sempre o resultado de um imaginário sobre o julgamento dos outros – uma espécie de sentimento de orgulho ou vergonha, e de um certo poder editorial. Se por um lado o Instagram pode contribuir para a individuação, por outro pode tornar dependente de uma imagem interna que é exposta como uma concepção imaginária que o outro pode ter de aprovação ou desaprovação em relação a si
        
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- - - - Nas redes sociais online cada sujeito é autor de si através de um processo de musealização do seu cotidiano enquanto produção de cultura – sentido. Um ritual que sacraliza onde está e o que consome como possibilidade de construção do EU, representado através de imagens enquanto expressão da cultura material – as imagens documentadas, colecionadas, acumuladas e expostas constituem-se num ritual fundamental de musealização de desejos e afetos, do corpo, do outro, de lugares e objetos (Xavier, 2013)
        
        Os sites de redes sociais contribuem para um processo de documentação, coleção e exposição de imagens. Um processo nítido de armazenamento de dados e (in)formação com intenção de recuperação futura. Entende-se esse processo como uma musealização de si através do que se considera importante documentar, colecionar e expor, inclusive enquanto identidade coletiva e cultural. Uma patrimonialização de si, do EU, enquanto possibilidade de recorrer ao passado de cada um, ao que se considera uma questão crucial: se haverá, no futuro do uso social do tempo, e do desejo inclusive, tempo para recorrer ao passado e (re)ver essas imagens documentadas, colecionadas, acumuladas e expostas.