UCB Ead - Ciências Contábeis - Idalberto José * Trio Participante Andreia Batista Silva; Meire Meire Faria Batista; William Fernandes Gonçalves

Unidade II - Aula 01 - Processos de Análise de Balanços

Na unidade II, vamos apresentar os indicadores de análise de balanços (conceitos, composição e interpretação), o uso da estatística para o cálculo de índices-padrão, o processo de análise vertical/horizontal, aspectos da atividade por meio de indicadores de prazos médios, ciclo operacional e ciclo financeiro.

Conceito e Finalidade dos Indicadores de Análise de Balanços

ÍNDICE é a relação entre contas ou grupo de contas dos demonstrativos contábeis, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa (MATARAZZO, 2003).

Para Silva (2004), os índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis, que têm por objetivo fornecer informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações contábeis.

Esses conceitos ao indicarem que os índices são obtidos por meio de relações entre contas ou grupos de contas, revelam que o método utilizado para o cálculo dos índices é o dos quocientes (a divisão entre numerador e denominador).


Portanto, conclui-se que os índices são obtidos por meio da divisão entre contas ou grupos de contas e visam evidenciar algum aspecto da situação econômico-financeira das organizações.

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Inicialmente, que compreendamos seu significado, que é o ponto de partida para podermos analisar a relação das partes das demonstrações contábeis que ele representa, inclusive do ponto de vista qualitativo.

Que possamos comparar sua evolução histórica em uma mesma empresa, com base na observação de seu comportamento ano a ano.

Que em uma mesma época ou momento possamos comparar o índice de uma empresa em particular com o mesmo índice relativo a outras empresas de mesma atividade, porte e região geográfica, para sabermos como está a empresa em relação às suas principais concorrentes ou mesmo em relação aos padrões do seu segmento de atuação.

Principais Indicadores de Análise de Balanços

Para Matarazzo (2003), a análise de índices é do tipo que começa muito bem e vai perdendo fôlego à medida que se acrescentam novos índices, ou seja, há um rendimento decrescente. Quando, por exemplo, se dobra o número de índices, não se consegue dobrar a quantidade de informações.

Silva (2004) corrobora com Matarazzo (2003), indicando que uma grande quantidade de índices pode chegar a confundir o usuário, especialmente o iniciante. Por outro lado, uma quantidade muito pequena de índices pode não ser suficiente para tirarmos conclusões acerca da saúde financeira de uma empresa, por exemplo.

Exemplificando os comentários desses autores, o próprio Silva (2004), em suas aplicações de indicadores em modelos previsão de insolvência, iniciou análises com 85 índices, porém, à medida que o estudo evoluiu, foi ficando claro que a redução do número de índices utilizados não enfraquece os modelos de análises na mesma proporção da redução do número de índices.

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Número de índices utilizados X Percentual de acerto

6 - 87,45%

13 - 90,20%

28 - 91,76%

31 - 94,11%

Principais Aspectos Revelados pelos Indicadores

Situação Financeira

Estrutura de Capital

Liquidez

Situação Econômica

Rentabilidade

CONCLUSÃO: a finalidade do uso de indicadores é evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa, que não são fáceis de serem visualizados de forma direta nas demonstrações contábeis.


Os indicadores revelam aspectos quanto à situação econômico-financeira das empresas. O diagnóstico da situação financeira é obtido por meio da análise dos indicadores de estrutural de capital e liquidez, enquanto a situação econômica é revelada pela análise da rentabilidade. À exceção dos indicadores de estrutura de capital, os demais são interpretados do tipo, quanto maior, melhor.

Unidade II - Aula 02 - Índices-Padrão

A Análise de Balanços por meio de índices, só adquire consistência e objetividade quando os índices são comparados com padrões, pois, do contrário, as conclusões se sujeitam à opinião e, não raro, ao humor do analista de balanços (MATARAZZO, 2003).

Para Assaf Neto (2006), a comparação que se processa na Análise de Balanços apresenta-se de duas formas:

A) Temporal – envolvendo resultados de períodos anteriores. São estudados geralmente os três últimos exercícios sociais da empresa. O essencial da análise está em compreender-se a tendência apresentada pelos indicadores de desempenho, e não limitar a avaliação num resultado restrito a um único período.

B) Interempresarial – relacionando o desempenho de uma empresa com o setor de atividade e mercado em geral.

Para Silva (2004), índice-padrão é um referencial de comparação. A comparação de determinado índice de uma empresa em particular com o índice-padrão indicada, por exemplo, se a empresa que estamos analisando está enquadrada no padrão ou se está melhor ou pior do que aquele referencial.

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classificação das empresas por atividade (setor, ramo e sub-ramo), por área geográfica e por porte;

reclassificação das demonstrações financeiras, para fins de análise, para permitir comparabilidade entre elas;

cálculo dos índices financeiros de cada uma das empresas;

agrupamento dos índices das diversas empresas, segundo o tipo do índice;

classificação dos índices em ordem crescente;

distribuição dos índices em decis, visando obter as diversas escalas de avaliações e o padrão em si, que pode ser representado pela mediana.

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Unidade II - Aula 03 - Análise Vertical e Horizontal

CONCLUSÃO: índice-padrão é um referencial de comparação. A comparação de determinado índice de uma empresa em particular com o índice-padrão indicado, por exemplo, se a empresa que estamos analisando está enquadrada no padrão ou se está melhor ou pior do que aquele referencial.

Análise Vertical

Para Silva (2004), o primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em relação a determinado referencial. No balanço, por exemplo, é comum determinarmos quanto por cento representa cada rubrica (e grupo de rubricas) em relação ao ativo total.

Para Matarazzo (2003), a análise vertical (AV) baseia-se em valores percentuais das demonstrações contábeis e, para isso, se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor-base. Esse procedimento permitirá conhecer a real importância de cada conta em seu conjunto.

Para Assaf Neto (2006), a análise vertical (AV) é também um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável identificado no mesmo demonstrativo.

Pelos conceitos apresentados, verifica-se a convergência entre as opiniões dos autores, em que a análise vertical (AV) é um índice percentual que permite identificar a sua importância em relação a um valor-base.


Esse índice percentual é obtido pela divisão entre o valor da rubrica que queremos calcular pelo valor-base e multiplicado o resultado por 100. O valor-base no balanço patrimonial é o ativo e o passivo total e, na demonstração do resultado, é a receita líquida de vendas. A seguir, apresenta-se a equação para o cálculo do percentual de análise vertical (AV)

CONTABIL

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Análise Horizontal

Para Silva (2004), o propósito da análise horizontal (AH) é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis e acrescenta que, tradicionalmente, na análise horizontal, tomamos o primeiro exercício com base 100.

Para Matarazzo (2003), a análise horizontal (AH) baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações contábeis em relação à demonstração anterior e/ou relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série.


Matarazzo destaca que a análise horizontal (AH) mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências e ainda, classifica a AH em dois tipos: AH encadeada e AH anual. Como encadeada entende-se o cálculo das variações em relação a um ano-base e a AH anual é obtida a variação em relação ao ano anterior.

Como precaução, é importante observar que a comparação de valores em épocas distintas não oferece base confiável para a verificação do desempenho real ocorrido, dado que, a instabilidade monetária depreciou o poder de compra da moeda, ocasionando, consequentemente, um incremento artificial (aparente) desses valores (ASSAF NETO, 2006).


Esse autor sugere a determinação desses valores sob uma unidade monetária constante, ou seja, é fundamental que as demonstrações contábeis apresentem uma uniformidade em seus valores, mantendo-os constantes em termos de capacidade de compra.

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CONCLUSÃO: objetivo da análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item, de uma demonstração contábil em relação a determinado referencial, enquanto a análise horizontal permite o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis. A Análise Vertical mostra a importância de cada conta em relação à demonstração contábil a que pertence e, por meio da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permite inferir se há itens fora das proporções normais.A Análise Horizontal mostra a evolução de cada conta das demonstrações contábeis e, pela comparação em si, permite tirar conclusões sobre a evolução da empresa.

Unidade II - Aula 04 - Prazos Médios e Ciclos Operacional e Financeiro

Ciclos Operacional (CO) e Financeiro (CF)

O processo produtivo de uma empresa consiste na produção de bens ou serviços e, consequentemente, vendas e recebimentos.


A esse processo atribui-se o nome de Ciclo Operacional (CO), o qual pode ser definido como as fases operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas efetuadas (ASSAF NETO, 2006). A figura 4.1 apresenta essa representação.

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Ao conjunto de fases operacionais enumeradas, poder-se-á associar as fases às rubricas contábeis. A seguir, veja um esquema com a associação das rubricas às fases operacionais (figura 4.2).


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É importante destacar que esse conjunto de fases operacionais demanda recursos monetários (investimentos) e prazos para a realização dessas atividades. É claro que, se todas as vendas são efetuadas à vista, o prazo de recebimento é nulo. Da mesma forma, se a empresa trabalha com produção sob encomenda (e não para estoque), inexiste prazo de estocagem de produtos.


Sendo assim, o tempo requerido para a realização da atividade operacional da empresa - a soma dos Prazos Médios de Renovação de Estoques (PMRE) e Recebimento de Vendas (PMRV) - desde a aquisição da matéria-prima até o recebimento da venda de seus produtos, é chamado de CO e é mensurado em dias.

Detalhando os Prazos Médios do CO e CF

Após conhecermos os conceitos e composição dos ciclos Operacional e Financeiro, vamos explorar um pouco mais os conceitos de seus componentes: PMRE, PMRV e PMPC.


É importante destacar que os autores Matarazzo (2003), Silva (2004) e Assaf Neto (2006) apresentam conceitos semelhantes para a obtenção dos prazos médios. Esses conceitos são apresentados a seguir:

O PMRE, também chamado de Inventory Turnover, indica quantos dias, em média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos.

O PMRV, conhecido como Days Sales Outstanding (DSO), revela quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas vendas.

O PMPC, também chamado de Days' Purchases in Accounts Payable, permite encontrar quantos dias, em média, a empresa demora em pagar seus fornecedores.

Com relação à fórmula e a interpretação dos indicadores de prazos médios é apresentado no quadro 4.1, como segue:

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CONCLUSÃO: com a abordagem dos conceitos do CO e CF é possível evidenciar o prazo médio necessário para a empresa realizar sua atividade operacional (CO), bem como revelar se a empresa tem necessidade de financiamento complementar (CF). A partir dessas observações é possível mensurar o CO e CF. Com relação aos prazos médios que compõem o CO e CF, é permitido verificar a quantidade de dias do período de estocagem (PMRE), os dias do prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) e os dias do prazo médio de pagamento de compras (PMPC).