O estudo da comunicação na França
Edgar Morin e a cultura de massa
Edgar Morin
Nascimento: 1921, em Paris
Origem: judia
Sociólogo, Filósofo e Antropólogo Francês.
Durante a 2º guerra filiou-se ao Partido Comunista em combate aos alemães.
Sua obra é dedicada a refletir sobre a educação, aprendizado, a ciência e a epistemologia (natureza).
Busca a reconstrução do que ele chama de pensamento complexo: é preciso resgatar a união da totalidade social, para compreender a complexidade do mundo.
Para que isso ocorra a mesma ciência que fragmentou a realidade social deve buscar a totalidade, de modo a produzir um conhecimento mais complexo.
Seus estudos foram importantes para pensar sobre a mídia e seus produtos.
1. Cultura, cultura de massa e indústria cultural. .
2. O papel dos intelectuais
3. Contradição padronização/ inovação
4. O homem médio universal
5. Adorno e Horkheimer x Morin :
Resistência da classe intelectual à cultura de massa, tanto de esquerda quanto de direita tendem a criticar os produtos dessa cultura
É “também uma reação contra o imperialismo do capital e o reino do lucro”
Cultura de massa X Cultura cultivada
Para atingir o grande público, a cultura de massa deve abranger o maior número de assuntos possível.
Característica fundamental no processo de produção da cultura de massa
A cultura é definida por Morin como “um corpo complexo de normas, símbolos, mitos e imagens que penetram o indivíduo em sua intimidade, estruturam os instintos, orientam as emoções” (Morin, 1997, p. 15).
Assim a cultura tem a ver com uma espécie de universo simbólico que orienta a relação dos indivíduos com o mundo.
distintas, devem ser observadas dentro de suas lógicas específicas, e os intelectuais não percebem isso.
Morin propõe compreender a cultura a partir de sua imersão histórica e sociológica.
Conceito homem médio universal segundo Edgar Morin: ao mesmo tempo ‘médio’ e ‘universal’, esse modelo por um lado ideal e abstrato, por outro, sincrético e múltiplo da cultura de massa”
Ela propõe alguns valores no modo de viver das pessoas, e esses valores passam por mudanças conforme nossas intervenções no mundo.
A relação entre os sujeitos e a cultura se realiza através de trocas mentais de projeção e identificação.
Por abordar muitos assuntos o homem médio universal, ou seja, os consumidores são muito importante para a cultura de massa, sendo que eles quem sinalizam se um produto é um sucesso ou fracasso.
Identificação no sentido dos traços de semelhanças entre a cultura e a realidade dos indivíduos.
Dois métodos interdependentes para proceder à análise da cultura de massa:
Totalidade
Autocrítica
Morin diz então que a vida prática e a imaginária devem ser recíprocas, que a cultura deve fornecer os pontos imaginários para a vida prática, assim como o inverso.
Projeção referente a idealização de uma situação que seja compensatória para o indivíduo, substituindo o que não pode ser vivenciado diretamente.
olhar para a cultura como um todo, atentando para as interconexões que o conformam.
olhar a cultura de massa por dentro, atentando para as suas contradições internas, a fim de compreender a estrutura com ¬ plexa que é a cultura de massa.
Ou seja, ao mesmo tempo, em que os indivíduos incorporam as referências da cultura em suas vidas, é a experiência desses que orienta a constituição da cultura.
Entendemos assim, que a cultura não se realiza de forma independente em nossas vidas, mas é uma construção permanente dos sujeitos.
Anelize Marques, Bárbara Lopes,Vitor Marques, Luana Martins, Maria Isabela Andrade e Millena Ricardo
Distingue os bens da indústria cultural de outras mercadorias da sociedade. Isso significa que, por um lado, essa cultura tende a ser padronizada; por outro, ela precisa de inovação.
Morin diz que as sociedades modernas são policulturais, ou seja, existem vários tipos de cultura, como: a cultura nacional, a cultura clássica e a cultura de massa.
“Como uma indústria, a cultura de massa é produzida a partir da divisão do trabalho, seguindo a mesma lógica burocrática, administrativa, de racionalidade técnica e de gerenciamento do lucro que rege as demais indústrias na sociedade capitalista.”
A cultura de massa: é uma das formas de produção da cultura na modernidade.
Marcada por essa emergência de uma cultura, que dialogue com as outras formas, e que se processa nas imagens, nos sonhos e penetra na alma humana.
Nesse sentido, a padronização é indispensável para otimizar a dinâmica empresarial de produção cultural.
divisão do trabalho, organização burocrática e recorrência aos arquétipos
A inovação é possível a partir da atualização dos arquétipos
a) a produção- segundo as normas de fabricação industrial, feita em larga escala.
b) a difusão- propagada, através dos meios de comunicação de massa.
c) o público- destinando-se a uma massa social, isto é, um aglomerado gigantesco de indivíduos variados e segmentados.
Ao mesmo tempo que a noção de cultura de é muito ampla, a de massa é mais restrita, pois só fala do público. Porém não deixa de ser uma cultura.
Cultura industrial: ela vem para se acomodar entre as demais, não as substituir.
Se tornou possível pelo desenvolvimento do rádio, da tv. e do cinema.
Naquele período (de guerra fria) Morin identifica dois sistemas de produção dessa cultura: o privado (dos países capitalistas, movidos pela lógica de mercado) e o estatal (dos socialistas, em que o Estado gerencia a cultura)
A cultura industrial se refere aos caracteres comuns entre os dois sistemas.
Tanto a cultura de massa quanto a indústria cultural nomeiam o mesmo fenômeno de industrialização da cultura a partir do século XX.
*vedetes: apesar de o trabalho ser coletivo e de a criação se tornar produção na cultura de massa, os autores podem trazer renovação para as produções culturais industriais.
*a dialética produção-consumo: anseios de novidade do público.
a cultura de massa é marcada por essa tensão entre padronização e inovação, entre “suas estruturas burocratizadas padronizadas e a originalidade do produto que ela deve fornecer”
O pensamento dos três se encaixa em alguns aspectos e difere em outros. Por exemplo, todos destacam a industrialização como uma característica que funda as manifestações culturais: seguem a lógica industrial, capitalista e de gerenciamento
do lucro.
Então, a cultura de massa = um todo estruturado, composto de partes interdependentes, que apresenta tensões dialéticas e se transforma a partir dessas tensões.
.Para Morin: "as necessidades desses sujeitos dialogam com o sistema de produção cultural na elaboração das obras
Entretanto, para Morin, ainda que seja uma indústria, a cultura nao deixa de ser cultura.
Noção ampla e não elitista
Outra diferença é que , para Adorno e Horkheimer, os produtos da indústria cultural são marcados pela estandardização absoluta. Enquanto para Morin, os produtos não podem ter uma padronização pura
"A cultura de massa é marcada por uma contradição dinâmica entre padronização e inovação. É preciso que haja algo de novo e de individualização nas obras a fim de garantir seu vínculo com os anseios do público."
Além disso, para Adorno e Horkheimer a visão sobre o público também se distingue. Uma massa sem autonomia, subjugada à uma lógica de dominação. Alienação e conformismo.
Já para Morin, o público tem presença e é ele que direciona os rumos das produções. Mesmo que seja uma presença limitada a partir do consumo ou não de determinado produto.
O papel dos intelectuais: Adorno e Horkheimer concordam que o papel deles é pensar sobre a realidade e criticar o mundo. E ainda dizem que esses intelectuais deveriam denunciar a lógica de
dominação da indústria cultural e não atribuir a esta um caráter inofensivo.
Entretanto, para Morin, esse mesmo papel dos intelectuais se transforma em outra coisa. Não apenas a indústria deve ser criticada. "Se é pra ser crítico, é preciso ser crítico em outras formas culturais." (não idealizando
a cultura erudita, por exemplo).
"Os intelectuais devem analisar
os produtos culturais permanentemente, atentando para as especificidades que os configuram."
Os estudos mais específicos são inaugurados no final dos anos 30
Edgar Morin publica então "Cultura de m assas no século XX: o espírito do tempo".
Foi um trabalho pioneiro, e nele é discutido sobre a Teoria da Crítica.
Uma cultura constitui um ato de democratização
Ela surge com as empresas que seguem as leis do mercado
Na década de 60, autores voltam para os meio de comunicação de massa após a Segunda Guerra.
Criação do Centre d'Études des Communicatiion de Masse
Outro nome importante foi Abraham Moles, que ocupou a área da Teoria da Informação e Cibernética. E apresentou o conceito "cultura de mosaico" que era um conjunto de sistema de informação.
O sociólogo Jean Cazeneuve, que publicou La Société de Vubiquité, teve grande influência nesse meio.
Trouxe ideias sobre a cultura de massas, publicidade, análises de conteúdo de imprensa, etc.
Envolvimento de pesquisadores como Georges Friedmann, Roland Barthes, Edgar
Morin e Violette Morin
Inauguração do Instituto Francês de Imprensa
Jacques Kayser desenvolve Le Quotidien Français
Era uma análise morfológica dos jornais, se tornando uma obra clássica.
Estruturalismo: Analisar diferentes fenômenos sociais via uma estrutura
3 eixos: PARTES INTERLIGADAS E COMPÕE O TODO
A totalidade: diz respeito às composições de elementos que formam a estrutura;
Autorregulação: a estrutura regula a si mesma para conservar e gerar um fim
As transformações: uma atividade estruturante precisa de um sistema de transformações, ou seja, mudanças;
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A ideia de estrutura emerge na linguística com Ferdinand de Saussure no Curso de Linguística Geral. Ele usa pouco o termo em sua obra, porém fundamenta o conceito para a utilização depois.
Saussure ⭐ Língua como uma grande estrutura
Sistema fechado de formas em oposição e não um conjunto de coisas e esse sistema existe antes que os indivíduos façam o uso dele
Concepção que depois foi usada por outros estudiosos para estudar outros fenômenos sociais.
Claude Lévi-Strauss usa em 1950 as contribuições de Saussure para afastar a antropologia das ciências da natureza e aproxima-la das ciências humanas, levando a noção de estrutura para o entendimento de sociedades primitivas.
Jacques Lacan na psicanálise, Roland Barthes, na teoria literária, Louis Althusser e Michel Foucault, na filosofia
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Perspectiva estruturalista é muito importante para o meio comunicacional