A cada dia, os hepatócitos secretam entre 800 e 1.000 mL de bile, um líquido verde-oliva ou amarelo-acastanhado. Possui um pH de 7,6 a 8,6 e é composto basicamente por água, sais biliares, colesterol, um fosfolipídio chamado de lecitina, pigmentos biliares e diversos íons.
O pigmento biliar principal é a bilirrubina. A fagocitose dos eritrócitos envelhecidos libera ferro, globina e bilirrubina. O ferro e a globina são reciclados; a bilirrubina é secretada na bile e, finalmente, é decomposta no intestino.
A bile é parcialmente um produto da excreção e parcialmente uma secreção digestiva. Os sais biliares, que são sais de sódio e sais de potássio de ácidos biliares ( em grande parte ácido cólico e ácido quenodesoxicólico), exercem um papel na emulsificação, a decomposição de grandes glóbulos de lipídios em uma suspensão de pequenos glóbulos de lipídios.
Estes apresentam uma área de superfície muito grande, o que permite à lipase pancreática realizar mais rapidamente a dissolução (digestão) dos triglicerídeos. Os sais biliares também auxiliam na absorção de lipídios após sua dissolução (digestão).
Embora os hepatócitos liberem bile continuamente, aumentam a produção e a secreção quando o sangue portal contém mais ácidos biliares; assim, à medida que a digestão e a absorção prosseguem no intestino delgado, a liberação de bile aumenta.
Entre as refeições, após a maior parte de a absorção ocorrer, a bile flui para a vesícula biliar para armazenamento, porque o músculo esfíncter da ampola hepatopancreática que fecha a entrada para o duodeno.
Se a bile contém sais biliares e lecitina insuficientes ou colesterol em excesso, o colesterol pode se cristalizar para formar cálculos biliares. Conforme crescem em tamanho e número, os cálculos biliares podem provocar obstrução mínima, intermitente ou completa do fluxo de bile da vesícula biliar para o duodeno. O tratamento consiste em usar fármacos que dissolvam os cálculos biliares, litotripsia (terapia por ondas de choque) ou cirurgia.