Please enable JavaScript.
Coggle requires JavaScript to display documents.
Processos de Soldagem - Coggle Diagram
Processos de Soldagem
Introdução
Definição de soldagem
Conjunto de processos de manufatura pelos quais duas partes metálicas são unidas permanentemente pela “coalescência” da interface de contato
O que é coalescência
ação pela qual partículas líquidas em suspensão unem-se para formar partículas maiores
Segundo a norma ISO-8573
ela é induzida pela combinação de temperatura, pressão e condições metalúrgicas
Processos de soldagem
soldagem por fusão
utilizam a fusão parcial dos
materiais das peças envolvidas na união
soldagem no estado sólido
não ocorrem a fusão dos
materiais envolvidos
brasagem
ocorre somente a fusão dos materiais de
adição e não das peças a serem unidas
temperatura de fusão dos materiais de adição acima dos 450°C
solda branda
mesmo princípio da brasagem, mas a temperatura de fusão dos materiais de adição está abaixo de 450 °C
Vantagens da soldagem
Junção permanente
Junta soldada pode ter a resistência mecânica superior às partes que foram unidas
Economicamente viável para união de componentes
Não é limitada ao ambiente de fábrica
Desvantagens da soldagem
Maioria dos processos são efetuados manualmente
Juntas soldadas podem ter defeitos – redução da resistência mecânica
Manutenção
junção permanente não é desejada
Visão geral
Fontes de energia
Todos os processos de soldagem exigem uma fonte de energia
elas podem ser do tipo
Elétricas
visão geral
Resultado da descarga elétrica entre eletrodo e a peça a ser soldada – um sendo o ánodo (terminal positivo do arco) e outro o cátodo (terminal negativo do arco)
A região central entre estes eletrodos é o plasma (região
de gases ionizados)
Voltagem típica é em torno de 25 V e corrente de 300 A
Ao alcançarem o ánodo, os elétrons emitidos transferem sua energia cinética em forma de calor
Colisões mútuas de íons e elétrons livres: interior do arco pode atingir entre 6.000 °C a 30.000 °C
o que é tensão
é "a diferença de potencial elétrico entre dois pontos", medido em volts
Quanto mais volts, mais energia pode fluir, mesmo que a intensidade da corrente (medida em amperes) seja a mesma
o que é corrente
É o movimento de elétrons (existentes na matéria) que se movimentam sob a ação da tensão, media em amperes
A corrente, tensão, eletrodo e o tipo de gás de proteção determinam o modo de transferência e taxa com que o metal fundido se projeta para a peça
exemplos de modos de transferência
Tipo globular
Corrente baixa em relação ao diâmetro do eletrodo, transfere o metal como glóbulos com diâmetro maior do que do eletrodo
Tipo Spray
Correntes muito altas, transfere o metal como gotículas finas
Curto-circuito
transfere o metal com a fusão globular do eletrodo cuja a gota vai aumentado de tamanho até tocar a poça de fusão glóbulos com diâmetro maior do que do eletrodo
Arco pulsante
Se mantém a correntes baixa, porém com pulsos regulares de alta corrente são injetadas sobre ele: transferência por jatos de gotículas durante os pulsos
Químicas
exemplos
chama direta
Calor gerado pela queima de um gás combustível
Gases: acetileno, propileno, hidrogênio, propano, gás natural combinados com oxigênio
Aluminotermia
Calor gerado pela reação altamente exotérmica da oxidação do alumínio
Óticas
exemplos
Laser
é resultado da conversão de um feixe de luz
intenso, concentrado e colimado, em calor utilizando CO2
Feixe de elétrons
calor gerado pela colisão de um feixe de elétrons sobre a peça. Intensidade nesses casos é muito alta, podendo ultrapassar 1010 W/m2
Mecânicas
Três tipos, são eles:
Soldagem por fricção
Calor é gerado pelo atrito mecânico entre as superfícies a serem unidas
Ocorre uma difusão e deformação plástica entre as mesmas, soldando-as
Soldagem por ultrassom
Energia vibratória de alta frequência (15 a 75 kHz) é induzida na zona de soldagem por ultrassom
Essa tensão de cisalhamento oscilatório resulta em histerese estática, escorregamento localizado nas superfícies de contato: difusão atômica entre as superfícies, soldando-as
Soldagem por explosão
Detonação do explosivo é utilizada para acelerar o componente à alta velocidade contra um componente estacionário
Ocorre uma colisão progressiva e controlada entre as superfícies dos dois componentes, soldando-as
Gases de proteção
o que é
São gases utilizados para proteger de forma eficiente a região do arco elétrico e do metal fundido (poça de fusão) contra contaminação do ar atmosférico
Gases oxidantes
reagem com elementos da poça de fusão formando óxidos
exemplo
Dióxido de carbono (CO2)
Oxigênio (O2)
Gases redutores
reagem com os óxidos, reduzindo-os
exemplo
Hidrogênio
Gás inerte
é qualquer um dos gases que não é reativo
em circunstância normais
exemplo
Argônio
Hélio
Gás ou mistura de gases depende de
Material a ser soldado
Tipo de transferência metálica
Tipo e diâmetro do eletrodo
Posição de soldagem
Revestimentos e fluxos
o que é
Alguns processos utilizam revestimento no eletrodo metálico ou ainda fluxo, que é colocado no local a ser soldado
Ambos entram em combustão com o calor gerado no arco elétrico
Revestimentos
misturas complexas à base de rutilo,
carbonato de cálcio, celulose, fluoretos, etc., além de produtos ativos do tipo pó de ferro, elementos de liga e
ligantes, etc
Argila
é utilizada para aglomerar e fixar o revestimento em torno do arame metálico
funções
Função ionizante
ionização de seus componentes de silicatos de Na e K facilitam a passagem de corrente (arco estável)
Função protetora
através da combustão fornece gases
protetores às gotas do metal fundido contra a ação do hidrogênio e oxigênio da atmosfera
Função térmica
através da formação de uma camada de
escória sobre o metal da solda reduz a taxa de resfriamento
Função ligante
introduz elementos de liga na parte
fundida, melhorando as propriedades mecânicas na junta soldada
desvantagem
necessidade da retirada da camada de
escória formada sobre o metal de solda após a soldagem
Metalurgia da soldagem
o que é
A maioria dos processos de soldagem envolve a fusão parcial das partes a serem soldadas. A solidificação dessas partes (denominada metal de solda) mais a zona termicamente afetada pelo calor (ZAC) induzem na região de solda transformações metalúrgicas complexas. Podem gerar tensões residuais, descontinuidades, etc
Zona termicamente afetada pelo calor (ZAC)
Corresponde a área vizinha ao metal de solda que sofre aquecimento e resfriamento (ciclo térmico) durante o processo de solgadem
exemplos de fenômenos metalúrgicos que ocorrem na soldagem
Solidificação
determina o tamanho e orientação dos
grãos formados – influencia as propriedades mecânicas e a qualidade da solda
Processo de solidificação é determinado pela
composição química do metal
Quantidade de calor imposta à região da solda
Capacidade de extração de calor pela peça que está sendo soldada
Reação metal-gás
é a reação do metal fundido com os
gases presentes
Podem ocorrer
Oxidação de certos elementos – formação de
inclusões metálicas
Formação de porosidade
Formação de trincas
Reação metal-escória
ocorre entre o metal líquido e a escória formada pela fusão do revestimento do eletrodo ou do fluxo
Funções importantes da escória
reter os produtos da desoxidação
no caso de aços remover enxofre e fósforo que formam constituintes eutéticos de baixa temperatura de fusão
Transformações no estado sólido
visão geral
Ocorrem tanto no metal de solda após a solidificação quanto na zona afetada pelo calor
Dependem da temperatura máxima que atinge o local e
da taxa de resfriamento
Devido a diferença de temperaturas na junta soldada e nas demais partes da peça: tendência de microconstituintes frágeis (ex. martensita)
O que é junta soldada
A soldagem produz uma conexão sólida entre duas partes chamada junta soldada
Uma junta soldada é a junção de arestas ou superfícies
que são unidas pela soldagem
Classificação
tipos de juntas
5 more items...
tipos de soldas para formar as juntas
1 more item...
Tipos
Processos de soldagem por fusão
Soldagem a arco elétrico com eletrodo
revestido (SAER)
É um processo manual realizado com o calor de um arco elétrico mantido entre a extremidade de um eletrodo metálico revestido e a peça de trabalho
Eletrodo é consumível
O calor produzido pelo arco elétrico funde o metal, a alma do eletrodo e seu revestimento de fluxo
Os gases produzidos pela decomposição do
revestimento e a escória líquida protegem o metal de solda da contaminação atmosférica durante a solidificação
O arco elétrico é formado pela ionização dos gases entre o eletrodo e a peça, e o bombardeio de elétrons no anodo e dos íons positivos no cátodo desenvolvem
temperaturas de até 3500 °C
Soldagem a arco submerso (SAS)
Arco e o metal fundido estão submersos em um fluxo granular (camada de um material mineral granulado) que é fusível
O eletrodo consumível é contínuo e não revestido, sendo responsável pelo metal de enchimento
Em determinados casos é usada uma fonte suplementar de metal granulado ou vareta metálica
O fluxo granulado funde‐se parcialmente, formando uma camada de escória líquida, que depois é solidificada
Modo de operação do arco submerso pode ser automático ou semiautomático
Soldagem a arco com arame tubular
(SAT)
Utiliza um arco entre um eletrodo contínuo consumível e a poça de fusão
A proteção da poça de fusão e do arco elétrico pode ser feita por
fluxo contido no interior do arame (no caso de arames tubulares autoprotegidos)
por uma fonte gasosa externa
A combinação do fluxo contido no interior do arame + proteção gasosa externa = soldas de alta qualidade, arco estável e baixo nível de respingos
A composição química do fluxo também influencia nas
propriedades mecânicas do metal depositado
Soldagem a arco tungstênio com
atmosfera gasosa (SATG)
Utiliza um arco entre um eletrodo de tungstênio (não consumível) e a poça de fusão
Processo usado com proteção gasosa, podendo ser usado ou não com metal de adição
Arco bastante estável e preciso: favorece a solda de chapas finas e em pequenas regiões de forma precisa
Modo de operação: manual, semiautomático, e automático
Soldagem a arco metálico com
atmosfera gasosa (SAMG)
Utiliza um arco entre um eletrodo metálico consumível e contínuo e a poça de fusão
Utiliza uma atmosfera gasosa controlada
Finalidade do gás: proteger a solda da contaminação atmosférica, que é o caso do uso de gases inertes
Soldagem a Arco Plasma (SAP)
Processo a arco elétrico que produz a fusão e união de metais pelo aquecimento gerado pelo plasma constrito de um arco entre um eletrodo de tungstênio não consumível
e o metal (arco transferido) ou entre o eletrodo e o bocal de constrição (arco não transferido)
Atinge temperaturas de até 33.000 °C, boa estabilidade de arco, menor distorção térmica, alta velocidade de soldagem
Soldagem por Eletroescória (SEE)
Calor é gerado pela resistência que um fluxo fundido (escória) oferece à passagem de corrente elétrica entre o eletrodo consumível e a peça
Soldagem é realizada na posição vertical com sapatas de retenção para confinar a poça de fusão
Presta-se somente para a soldagem vertical ascendente
Soldagem por Resistência por Ponto
Solda produzida em superfícies sobrepostas onde o calor é gerado pela resistência da peça à passagem de corrente elétrica
Aplicam-se forças antes, durante e depois da aplicação da corrente (provocando uma espécie de “forjamento”)
Ponta de dois eletrodos são colocados nas superfícies externas de duas chapas sobrepostas
Soldagem por Resistência por Costura
Diferencia-se do processo por resistência por ponto pelo fato de os eletrodos serem na forma de rodas ou rolos
Resultado: solda contínua
Processo tipicamente automatizado, controlado pelo fluxo de corrente, a corrente de soldagem e a pressão dos eletrodos
Soldagem a Arco por Centelhamento
(SAC)
Calor é gerado por um curto circuito, rápido e intermitente de alta intensidade de corrente elétrica entre as extremidades a serem unidas
Aplica-se pressão assim que as partes atingem a temperatura de fusão
Soldagem por feixe de elétrons (SFE)
Calor é gerado por um feixe de elétrons em alta velocidade que colide com a junta dos metais de base a serem unidos
Aplicado a peças de pequena espessura, como fitas com algumas centenas de microns, assim como placas comespessuras de até 150 mm
Velocidade bastante alta
Soldagem por Laser (SL)
Calor é gerado por um feixe de luz potente que incide sobre a junta dos metais de base a serem unidos
O feixe de laser pode ser precisamente focado em regiões com diâmetros de 40 µm, é possível realizar soldas profundas e estreitas
Velocidade de soldagem é alta
Soldagem por Indução (SIN)
Calor gerado por uma corrente induzida por uma bobina indutiva de alta frequência (200 a 500 KHz)
Soldagem por Oxi-Gás (SOG)
Calor é gerado através da aplicação de uma ou mais chamas, resultado da combustão de um gás, com ou sem auxílio de pressão, podendo ou não haver metal de adição
Balanço entre o combustível e oxigênio determinará se a
chama será neutra, oxidante ou redutora
Processos de soldagem no estado sólido
Soldagem por fricção (SFRI)
Calor é gerado pelo atrito causado pelo movimento rotativo dos metais de base (até 900 m/min) e da pressão aplicada, provocando deformação plástica)
Aplicável a praticamente todos os metais
Aplicável para união de barras sólidas com diâmetros de até 100 mm e tubos de até 250 mm de diâmetro
Soldagem por explosão
(SEXP)
Soldagem é resultado da aplicação de uma altíssima pressão de contato entre as partes a serem unidas, obtida através da detonação de uma camada de explosivo
Um impacto de alta velocidade entre as partes (2.400 a 3.600 m/s) produz a união (em fração de segundo) sem metal de adição
Soldagem por fricçãomistura (FSW)
Uma ferramenta não consumível é empurrada com alta pressão entre os materiais a serem soldados
O pino central da ferramenta é introduzido na região de interface das duas partes a serem unidas e é rotacionado
O atrito eleva a temperatura dos materiais possibilitando a “mistura” dos materiais ao longo da linha de junta
Tipos
Brasagem e solda branda
brasagem
Processo de soldagem em que a união ocorre pela adição de um metal fundido na região interfacial dentre as partes a serem unidas
Metal fundido: temperatura de fusão acima de 450 °C
O metal fundido flui por capilaridade à medida que a distância entre as superfícies a serem unidas é menor do que 0,5 mm
Aplicações: áreas de manufatura tanto de brinquedos quanto de veículos espaciais e motores de aviões
São usados fluxos
solda branda
Processo de soldagem em que a união ocorre pela adição de um metal fundido na região interfacial dentre as partes a serem unidas
Metal fundido: temperatura de fusão abaixo de 450 °C
São empregados fluxos (mesmas funções do processo de brasagem)
Processos de corte
o que é
Antecede a soldagem na preparação de materiais (formação de chanfros)
Após a soldagem na remoção de excessos metálicos indesejáveis
tipos
Oxi-Corte
Utiliza um maçarico onde a separação ou remoção de metal é acompanhada pela reação química de oxigênio com o metal a uma temperatura elevada
Óxidos resultantes da reação (tendo ponto de fusão menor que o do metal) fundem-se e escoam
Com o escoamento dos óxidos: nova quantidade do metal é oxidada e o processo continua
Corte com eletrodo de Carvão
Os metais a serem cortados são fundidos pelo calor de um arco estabelecido entre um eletrodo de carvão e a peça
Simultaneamente um jato de ar comprimido remove o metal fundido
Pode ser utilizado para corte de aços e em alguns metais não ferrosos
Corte a plasma
Separa os metais pela fusão de uma área localizada com um arco constrito (arco de plasma – cerca de 15.000 °C) e a remoção do material fundido com um jato de alta velocidade de gás ionizado quente saindo de um orifício da tocha