Kant se apropria do empirismo humeano, pois vê um caminho crítico ideal para confrontar a “metafísica pura” do Iluminismo francês, que “trata a realidade como se fosse mera equação matemática, matéria a ser enquadrada, e violada, pela razão” (KANT, 2011, p. 42). É exatamente esse esforço de Kant em encontrar um meio-termo entre a “razão pura” do Iluminismo francês e a ortodoxia empirista humeana, entre a pura abstração e a total rejeição da teorização, que se tornou o fio condutor da tradição de pensamento que hoje chamamos de “idealismo alemão”, podendo ser encontrado também nos textos de outros de seus principais representantes: Fichte, Hegel e Schelling.