Apesar da abordagem tecnicista/industrial, humana ou ambiental (pois esses conceitos coexistem no século XXI), o design é entendido, hoje como um processo para resolução de problemas, independentemente do tipo de produto, físico ou digital, que resulte do processo. Mas não é apenas resolver o problema, pois outras áreas do conhecimento humano também fazem isso. O que se difere no design é a materialidade da solução, com esboços, modelos, prototipação, desenhos técnicos, pesquisas com usuários etc., de certa forma garantindo que a solução proposta é a melhor, dentro do contexto, antes de ela acontecer, gerando economia em recursos.
O design é complexo; design envolve processo (metodologia do design) e resultado (produto do design). Muitas pessoas acreditam que design é qualidade (design do produto ou um produto com design), mas se consideramos design como qualidade, precisamos ter em mente que qualidade é um conceito relativo ao contexto social do usuário.
Por exemplo, um produto do design (realizado com uma metodologia do design) pode ser avaliado por uma pessoa como um produto sem design ou com design ruim, porque nesse caso específico, quem fez a avaliação não pertence ao público-alvo do produto.
Trabalhar com design é, muitas vezes, atuar de forma contraditória: o designer busca inovação, mas atua na realidade (o que é possível, no contexto tecno-econômico-social); influência interações sociais e é pressionado por grupos sociais; promove o consumo e deve prevenir o uso desequilibrado dos recursos naturais; configura a produção seriada em massa e a produção personalizada; pode manter desigualdades sociais e econômicas existentes ou liberar grupos sociais marginalizados na sociedade.
Enfim, “o designer é simultaneamente sujeito e objeto da dinâmica cultural. Ele influencia a cultura [..] e é influenciado por ela” (Bonsiepe, 1988 apud Ono, 2006, p. 45).