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LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - Coggle Diagram
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR
ETIOLOGIA
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Transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos (Ordem Diptera; Família Psychodidae; Subfamília Phlebotominae).
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FISIOPATOLOGIA
O agente da leishmaniose tegumentar americana, forma mais prevalente no Brasil entre as leishmanioses cutâneas, é a Leishmania braziliensis
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A produção preponderante de interferonagama (IFNγama) e fator de necrose tumoral (TNF, tumor necrosis factor) alfa por subpopulações de linfócitos T CD4+ de perfil Th 1
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linfócitos T CD8+, entre outros tipos celulares, também tem importante participação na resposta imune na LTA, através da produção de IFNγama e/ ou por um mecanismo de citotoxicidade direta contra macrófagos parasitados.
uma resposta predominantemente do tipo Th2, com a presença de interleucinas (IL) 4 e 10 e TNFbeta, resultaria em enfermidade de maior gravidade
DEFINIÇÃO
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, tendo como agente etiológico protozoários do gênero Leishmania, que tem tropismo por pele e mucosas.
Trata-se de uma antropozoonose, considerada uma grande problema de saúde pública, com ampla distribuição mundial, predominado no continente americano (principalmente a América Latina).
Era considerada uma zoonose de animais silvestres, ocorrendo em áreas de vegetação primária.
Hoje em dia a transmissão vetorial ocorre predominantemente em regiões periurbanas e rurais, devido ao desmatamento e à adaptação do vetor transmissor ao meio urbano
É uma doença de notificação compulsória nacional, todo caso confirmado deve ser notificado e investigado pelos serviços de saúde, para a classificação epidemiológica e o acompanhamento dos casos.
É considerada endêmica no Brasil, com registro de casos em todas as regiões, predominando no Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
EPIDEMIOLOGIA
É uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos.
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), conhecida popularmente como “úlcera de Bauru” ou “ferida brava”, é uma doença endêmica em diversos países latino-americanos. Do México à Argentina, a doença poupa apenas o Chile e o Uruguai. Cerca de 90% dos casos das Américas estão no Brasil, Peru e Bolívia.
Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Só no Brasil foram registrados 31.263 casos em 2003, sendo 45% na região Norte (Amazônia) e 25% na região Nordeste, os locais de maior incidência.
Quase todos os estados possuem casos autóctones registrados (incluindo a região Sudeste), porém com poucos registros na região Sul. Como grande parte dos casos encontra-se na Amazônia, associados ao ciclo silvestre do parasito, podemos dizer que a LTA é uma doença tropical.
A Leishmania braziliensis predomina em todo o território nacional. Os agentes L. guyanensis (toda região Norte), L. lainsoni (Pará, Rondô-nia) e L. naiffi (Amazonas, Pará) podem causar LTA, respondendo por um menor número de casos.
O parasita é transmitido por um vetor: um inseto flebotomíneo, conhecido como mosquito-palha, birigui ou tatuquira.
No Brasil, as principais espécies envolvidas com a transmissão da LTA pertencem ao gênero Lutzomyia. Na Amazônia (floresta), a principal espécie transmissora é Lutzomyia umbratilis.
O flebotomíneo silvestre faz seus ninhos em folhas mortas e úmidas, raízes do solo, tocas de animais, fendas de rocha e cavernas.
Em outras regiões, o vetor geralmente pertence às espécies Lutzomyia whitmani(que habita matas e proximidades das habita-ções) e Lutzomyia intermedia (encontrado em torno das habitações).
A LTA possui diversos reservatórios animais, servindo como hospedeiros da Leishmania,adoecendo ou não.
Os animais selvagens do tipo roedores, marsupiais, preguiça e tamanduá o são para a LTA silvestre e o cavalo, a mula e o cão e o próprio homem, da LTA urbana.
O flebotomíneo adquire a forma amastigota destes seres que, então, se transforma na forma pro-mastigota em seu sistema digestivo, armazenando-se nas glândulas salivares.
Quando a fêmea do flebotomíneo (de hábitos vespertinos e crepusculares) se alimenta do sangue humano, inocula as formas promastigotas na pele.
Os protozoários flagelados então penetram nos macrófagos e monócitos da derme e hipoderme, perdendo em seguida seu flagelo e convertendo- se na forma amastigota (intracelular).
Por divisão binária os amastigotos da Leishmania se proliferam dentro das células que, ao se romperem, liberam um grande número de parasitos para infectar outras células.
Os monócitos carreiam a Leishmania pela corrente sanguínea, disseminando a infecção para outros tecidos (como as mucosas).
No Brasil apresenta ampla distribuição com registro de casos em todas as regiões brasileiras.
Ocorre em ambos os sexos, em todas as faixas etárias, porém no Brasil os casos predominam mais nos maiores de 10 anos e do sexo masculino
Quadro clínico
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A Leishmania cutânea inclui diversas formas de variação, pode ir desde cutânea difusa, caracterizada por lesões cutâneas nodulares disseminadas, contendo um grande número de macrófagos infectados com amastigotas
Essas lesões nodulares não evoluem para úlceras, uma vez que a resposta Th1 protetora não se desenvolve de forma adequada e a síndrome persiste indefinidamente ; manifestando-se na forma de lesões destrutivas crônicas
Nas lesões típicas, que são úlceras indolores únicas, há evidência de uma resposta Th1 intensa, produção de IL-10 diminuída e baixa resposta exógena de IL-10
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Diversos fatores interferem nessas diferenças, com destaque para a resposta imune do hospedeiro e fatores inerentes à Leishmania, que podem aumentar ou atenuar o seu poder patogênico
Recentemente, tem sido demonstrado que a saliva do vetor (Lutzomyia) facilita a infecção em modelos experimentais, porém essa influência ainda não esta bem estudada no ser humano
As quatro principais formas clínicas das doenças descritas são : Leishmania cutânea, Leishmania mucosa, Leishmania cutânea difusa e Leishmania disseminada
A Leishmania cutânea é a forma mais comum, caracterizando-se pela presença de uma ou várias úlceras com predileção por áreas expostas, principalmente membros inferiores
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico Diferencial
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Esporotricose, cromoblastomicose
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Clínico-epidemiológico
Leishmaniose cutânea: presença de lesões de pele ulceradas ou não, com três semanas ou mais de evolução em paciente residente ou exposto à área de transmissão
Leishmaniose mucosa: presença de lesão de mucosa de vias aéreas superiores, principalmente nasal, em paciente residente ou exposto à área de transmissão
Laboratorial
Parasitológico
Pesquisa Direta
A sensibilidade da pesquisa direta na leishmaniose por Leishmania (Viannia) braziliensis está em torno de 100%, em até 2 meses de infecção, diminuindo para 75% depois de 6 meses e para 20% nos casos com mais de 1 ano
Cultura
É um método de confirmação etiológico e permite a definição da espécie da Leishmania envolvida, por realização posterior de técnicas de eletroforese de isoenzimas ou marcação com anticorpos monoclonais espécieespecíficos
Imunológico
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Reações sorológicas
A Imunofluorescência indireta (IFI) e o teste imunoenzimático (ELISA) podem ser empregados para o diagnóstico da LTA. Elas expressam os níveis de anticorpos circulantes e são habitualmente os mais utilizados
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Histopatológico
Compatível: dermatite granulomatosa difusa ulcerada.
Confirmado: visualização de formas amastigotas na amostra
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COMPLICAÇÕES
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Tegumentar Difusa
Lesões elevadas queloideanas multiplas e infiltrações e ulceração da mucosa nasal sem rotura do septo nasal
Tratamento difícil , não há eficácia absoluta
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TRATAMENTO
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Outras opções:
Anfotericina B 25-50 mg/dia, IV, até completar a dose cumulativa de
1.200- 2.000 mg do antibiótico
Pentamidina 4 mg/kg, IV, a cada dois dias (mais
eficaz para a Leishmania guyanensis)
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