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Dengue - Coggle Diagram
Dengue
Quadro clínico
A grande maioria das infecções é assintomática. Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas clínicas:
Dengue com sinais de alarme, mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea
Dengue grave, forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento rápido e especializado.
Dengue, forma benigna, similar à gripe
Dengue clássica
A primeira manifestação é a febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino, associada a
Dores musculares, nas juntas e atrás dos olhos
Vermelhidão no corpo (exantema)
Prostração
Coceira
Dor de cabeça
Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia não volumosa podem estar presentes, mas são menos frequentes.
Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de prostração e fraqueza durante algumas semanas
Dengue com sinais de alarme
As manifestações iniciais da dengue com sinais de alarme, as mesmas da fase febril da doença, devem ser rotineiramente pesquisadas e valorizadas. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem:
Sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival e vaginal
Rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas)
Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.
A maioria dos sinais de alarme é resultante do aumento da permeabilidade vascular, a qual marca o início do deterioramento clínico do paciente e sua possível evolução para o choque por extravasamento de plasma.
Dengue grave
O potencial de risco é evidenciado por uma das seguintes complicações:
Insuficiência hepática
Sintomas cardiorrespiratórios
Hemorragia digestiva
Alterações neurológicas (delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia)
Derrame pleural
As manifestações neurológicas, geralmente, surgem no final do período febril ou na convalescença.
As formas graves da doença podem manifestar-se com extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC).
O choque é de rápida instalação e tem curta duração. Podendo levar o paciente a óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou à sua recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada.
Fase de recuperação
O débito urinário se normaliza ou aumenta, podem ocorrer ainda bradicardia e mudanças no eletrocardiograma.
Alguns pacientes podem apresentar um rash cutâneo acompanhado ou não de prurido generalizado.
Infecções bacterianas poderão ser percebidas nesta fase ou ainda no final do curso clínico.
Etiologia
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus.
Todos podem causar as diferentes formas da doença.
Por isso, é possível contrair a doença até quatro vezes, já que a infeção por um sorotipo não gera imunidade para os demais.
O vírus da dengue é um arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae.
Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4.
Epidemiologia
No Brasil, à semelhança de outros países da faixa tropical, a doença é endêmica com períodos epidêmicos.
Os estados com maior número de casos são, pela ordem, Mato Grosso do Sul (50,4%), Mato Grosso (7,2%), Rio de Janeiro (5,2%), Paraná (4,7%), Minas Gerais (4,6%) e São Paulo (3,6%)
A dengue é endêmica nas regiões tropicais do mundo.
Palmas (TO) e Porto Velho (RO) estão em situação de risco.
Boa Vista (RR), João Pessoa (PB) e Teresina (PI) apresentaram índice satisfatório.
Diagnóstico
Prova do laço
Deve ser realizada em todo paciente com suspeita de dengue.
A prova é considerada positiva se houver 20 ou mais petéquias.
É realizada desenhando-se no antebraço do paciente um quadrado com 2,5cm de lado. Em seguida deve-se verificar a pressão arterial do paciente (sentado ou de pé) e calcular o valor médio (PAS + PAD). Então, deve-se insuflar novamente o manguito até atingir o valor médio e manter por cinco minutos. Depois é feita a contagem do número de petéquias que apareceram dentro do quadrado.
Contagem de plaquetas
As plaquetas caem de forma brusca a partir do início dos sintomas.
Hematócrito
O hematócrito pode aumentar, especialmente se houver complicações, já que o plasma pode vazar de dentro do sistema circulatório, deixando o sangue com mais hemácias.
ELISA
Para confirmar casos de dengue e verificar o tipo de vírus infectante
Este exame procura detectar a presença de anticorpos antidengue no sangue, isto é, se o paciente já teve, no passado ou no presente, contato com um dos quatro tipos de vírus.
PCR
Muito sensível, ele é capaz de detectar mesmo pequena quantidade do RNA do vírus e discriminar o tipo.
Confirma o tipo de vírus circulante durante uma epidemia
Conceito
A dengue apresenta três tipos: clássica, hemorrágica e com complicações.
A dengue é a arbovirose mais frequente e representa um sério problema de saúde pública devido ao grande número de casos da doença.
A dengue é uma doença de notificação compulsória, sendo obrigatório a notificação de casos confirmados e suspeitos.
É uma doença sazonal, ocorrendo com maior frequência em períodos quentes e de alta umidade, devido a proliferação do mosquito transmissor nessas condições.
Fisiopatologia
Ciclo Biologico
Em condições ambientais favoráveis, as fases de ovo à forma adulta podem ocorrer de 7 a 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana para que o ciclo de vida do mosquito seja interrompido.
1) Os mosquitos fêmeas depositam seus ovos em qualquer recipiente que contenha água limpa e parada.
Este ciclo varia de acordo com a temperatura, disponibilidade de alimentos e quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro.
2) Quando os ovos se encontram em meio aquoso, ocorre o processo de incubação, que pode durar de alguns dias a meses
Seu ciclo de vida é dividido em quatro etapas: ovo, larva, pupa (estágio intermediário entre a larva e o adulto) e adulto.
3) As larvas na água se convertem em pupas em apenas 5 dias
4) As pupas vivem na água e demoram de 2 dias para se transformarem em mosquitos adultos com capacidade de voar
Os ovos do mosquito são muito resistentes e sobrevivem até mesmo por um ano em um local seco. Quando este local recebe água limpa, em cerca de meia hora de submersão este ovo pode se desenvolver.
Uma única fêmea produz de 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo e pode ter mais de três ciclos durante sua vida.
Para que a dengue ocorra, são necessários três componentes: o vírus que causa a doença (são quatro sorotipos), o mosquito, que transmite o vírus (chamado vetor da doença) e uma pessoa susceptível (que nunca teve contato com o sorotipo de vírus que está sendo transmitido pelo vetor).
Para que a transmissão da doença aconteça, é preciso que o vetor esteja infectado e infectivo
O mosquito fêmea (sim, apenas as fêmeas picam, já que elas fazem isso para amadurecer seus ovos) se torna infectado quando suga o sangue de alguém doente, no curto período em que esta pessoa tem várias partículas do vírus circulando em seu sangue. Neste momento o mosquito terá o vírus em seu “estômago”, mas ainda não é capaz de transmiti-lo. Entre 10 e 12 dias depois, as partículas do vírus dengue se disseminam pelo organismo do A. aegypti, se multiplicam e invadem suas glândulas salivares: neste momento, o mosquito fêmea se torna infectivo e, somente a partir daí, poderá transmitir o vírus a outra pessoa.
Ao mesmo tempo em que pica para sugar o sangue, o Aedes cospe saliva, que tem uma série de substâncias analgésicas e anticoagulantes, que o ajudam a não ser notado e a conseguir sugar o maior volume possível de sangue. Neste processo, as partículas de vírus são injetadas na corrente sanguínea da pessoa, junto com a saliva do mosquito.
O esforço das fêmeas do mosquito acontece em dois momentos principais: para procurar uma fonte de sangue (necessário para amadurecer os ovos) e para depositar seus ovos (que precisam do ambiente aquático para eclodir e se desenvolver para os estágios de larva, pupa e, finalmente, mosquito).
Patogenia
Depois de inoculado, o vírus entram nas células humanas e estimulam monócitos e linfócitos a produzirem citocinas, como TNF-alfa e IL-6.
Essas citocinas terão efeito pró-inflamatório e serão responsáveis pelo aparecimento da febre. Outras estimulam a produção de anticorpos, que se ligam aos antígenos virais formando imunocomplexos.
Os anticorpos IgM antidengue começam a ser produzidos a partir do quinto e sexto dia. Eles são capazes de neutralizar o vírus de forma que seu aparecimento marca o declínio da viremia.
Associada a hiper-resposta imune mediada por anticorpos heterólogos.
Tratamento
Febre Hemorrágica da Dengue - FHD
Em casos menos graves, quando os vômitos ameaçarem causar desidratação ou acidose, ou houver sinais de hemoconcentração, a reidratação pode ser feita em nível ambulatorial.
Durante uma administração rápida de fluidos é particularmente importante estar atento a sinais de insuficiência cardíaca.
Aos primeiros sinais de choque, o paciente deve ser internado imediatamente para correção rápida de volume de líquidos perdidos e da acidose.
Os pacientes devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque.
Dengue clássica
Devem ser evitados os salicilatos e os antiinflamatórios não hormonais, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas e acidose.
O paciente deve ser orientado
a permanecer em repouso e iniciar hidratação oral.
A medicação é apenas sintomática, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona).
Não há tratamento específico.