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Microalgas: Organismos fotossintetizantes, NASCIMENTO, R. P. et al.…

- - - - A fundamentação desta aplicação baseia-se na composição química da biomassa microalgal. As microalgas apresentam uma composição predominantemente proteica, seguida de substanciais quantidades de carboidratos, lipídeos, minerais e pigmentos. A composição da biomassa de uma mesma espécie é fortemente influenciada pelas condições de cultivo, podendo-se induzir a produção de um determinado constituinte celular em detrimento de outro. Além dos aspectos quantitativos, os constituintes celulares apresentam características qualitativas que consolidam o valor biológico e nutricional destas biomassas. Embora a biomassa microalgal seja uma excelente fonte de nutrientes e compostos bioativos, algumas limitações estão associadas ao seu consumo. A presença de espessas paredes celulares em algumas espécies direciona a baixas digestibilidades. Outro aspecto a ser considerado refere-se ao teor de ácidos nucleicos. Dietas ricas nestes compostos levam à produção de ácido úrico, que se acumula no corpo humano devido à falta da enzima urato oxidase. Logo, o uso seguro destas proteínas unicelulares requer que os padrões de identidade e qualidade sejam compatíveis com o de fontes convencionais de alimentos e rações. Assim, os produtos finais poderão requerer, muitas vezes, extensivas operações de purificação e sanitização antes da liberação para o consumo.
    - - A depleção na fertilidade dos solos, a baixa frequência no uso de fertilizantes químicos, aumento da poluição ambiental dentre outros estão associados à necessidade de desenvolver e implementar técnicas de biofertilização. O uso de cianobactérias de vida livre ou simbioticamente associada a outros organismos é uma alternativa para suprir as práticas da agricultura orgânica. A biomassa microalgal apresenta substancial composição mineral, que pode alcançar 25% do peso seco da biomassa. Adicionalmente, a presença de elementos minerais de importância comercial como nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) potencializa o uso destes biossólidos na formulação de fertilizantes orgânicos. A composição mineral das biomassas microalgais é influenciada pela composição mineral do meio de cultura.
    - - A grande e crescente necessidade por energia que o mundo vem enfrentando, em especial a demanda por energia com menos emissão de dióxido de carbono, tem levado a busca por fontes alternativas, uma delas sendo o uso dos micro-organismos fotossintéticos na produção dos biocombustíveis, assim podemos usar bioprodutos de origem microbial, que ao passar por processos biólogicos, químicos, físicos vão se tornar os mais diversos tipos de biocombustíveis como o biodiesel, biohidrogênio, bioetanol e biometano.
        Um desses que se destaca é o biodiesel, que é definido como o derivado mono-alquil éster de ácidos graxos de cadeia longa, proveniente do óleo microalgal, que pode ser utilizado em motores de ciclo diesel.
- - - - As microalgas removem eficientemente determinadas substâncias como nitrogênio, fósforo, entre outras. Tal eficiência resulta em vantagens extremamente significantes na aplicação da biorremediação, como a utilização da energia solar, que é um tipo de energia de baixo custo e de potencial ilimitado, além disso acarreta na geração de biomassa para alimentar animais e também no desenvolvimento de melhores produtos químicos.
        
        Para a biorremediação de águas residuárias, algumas espécies já foram aplicadas e apresentaram bastante êxito na remoção de nutrientes, estas sendo dos gêneros Chlorella, Dunaliella, Scenedesmus e Haematococcus. O alto cultivo desses tipos de microalgas apresenta bastante eficiência na remoção de nutrientes e se evidencia de forma bastante notável na redução da eutrofização resultante das atividades humanas.
        
        Chlorella
        
        Dunaliella
        
        Scenedesmus
        
        Haematococcus