O primeiro passo do tratamento de crianças com câncer é o requerimento da certeza do diagnóstico correto, incluindo seu subtipo, e segue com um estadiamento preciso.Considerando a complexidade do tratamento da doença, é fundamental que seja efetuado em centro oncológico pediátrico, por equipe multiprofissional, compreendendo diversas modalidades terapêuticas aplicadas de forma racional, e individualizada para cada tipo histológico específico e de acordo com a extensão clínica da doença. Esse trabalho multidisciplinar é de extrema importância para abordar todos os aspectos da doença, incluindo psicológicos, e toda criança deve ter o benefício da experiência de equipes especializadas. Explicar ao paciente e familiares dos efeitos adversos tardios da doença e das terapias realizadas também faz parte do tratamento, para que em conjunto se elaborem o planejamento a ser seguido. No Brasil, nos últimos anos, houve marcante incremento na taxa de sobrevida e cura das crianças e adolescentes com câncer, graças à realização do tratamento em centros oncológicos pediátricos, a utilização de protocolos cooperativos e a melhoria nos cuidados de suporte. Os resultados obtidos com a utilização desses protocolos para a maioria dos tipos histológicos são similares aos de países desenvolvidos (70-80%). É importante ainda enfatizar, que a cura da doença não se deve firmar somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente e da família. Neste contexto, é relevante ressaltar o papel do pediatra no seguimento clínico de seu paciente junto à equipe de oncologia pediátrica, cientificando-se do diagnóstico, do tratamento realizado e das principais complicações agudas e tardias durante e após o término do tratamento. Considerando que na infância e na adolescência ocorrem mudanças, não apenas biológicas, mas também psicológicas, que podem ser modificadas de forma favorável ou desfavorável ao desenvolvimento de doenças, a aquisição de hábitos de vida saudáveis nesta fase é vista, hoje, como a estratégia preventiva que pode ajudar os indivíduos a se manterem por mais tempo saudáveis, evitando doenças crônicas na idade adulta. Assim, é imprescindível nas primeiras décadas de vida difundir o conhecimento sobre os efeitos dos fatores de risco na expectativa média de vida da população, além de desenvolver estratégias preventivas .