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Sociologia e teoria critica do currículo, Uma visão sintética dos temas…
Sociologia e teoria critica do currículo
Introdução sobre o Currículo:
Já se pode falar agora em uma tradição crítica do currículo, guiada por questões sociológicas, politicas, epistemológicas;
O currículo é considerado um artefato social e cultural; ele tem uma historia, vinculada a formas específicas e contingentes de organização da sociedade e da educação.
Significa que ele é colocado na moldura mais ampla de suas determinações sociais, de sua história, de sua produção contextual;
O currículo há muito tempo deixou de ser apenas uma área meramente técnica, voltada para questões relativas a procedimentos: técnicos e métodos.
O currículo está implicado em uma relação de poder; transmite visões sociais e produz identidades.
Emergência e desenvolvimento da sociologia e da teoria crítica do currículo:
A emergência de uma abordagem sociológica e critica do currículo;
Tanto nos Estados Unidos: onde o campo se originou e se desenvolveu;
Como Inglaterra: Onde pela primeira vez se elegeu o currículo como foco central da Sociologia da Educação.
As origens do campo nos Estados Unidos:
Somente no século XIX e no inicio deste, nos Estados Unidos;
Um número de educadores começou a tratar mais sistematicamente de problemas e questões curriculares;
O proposito mais amplo desses especialistas parece ter sido planejar "cientificamente" as atividades pedagógicas e controlá-las;
De modo a evitar que o comportamento e o pensamento do aluno se desviassem de metas e padrões predefinidos.
O contexto americano na virada do século:
Após a Guerra Civil, a economia americana passou a ser dominada pelo capital industrial;
Capitalismo Industrial?
Uma nova concepção de sociedade, baseada em novas práticas e valores derivados do mundo industrial, começou a ser aceita e difundida;
O sucesso na vida profissional passou a requerer evidências de mérito na trajetória escolar;
Com isso, novas credenciais, além do esforço e da ambição, tornaram-se necessárias para se "chegar ao topo";
Com isso, novas credenciais, além do esforço e da ambição, tornaram-se necessárias para se chegar ao topo;
As primeiras tendências:
Segundo KIieberd(1974) Duas grandes tendências podem ser observadas nos primeiros estudos e propostas:
O desenvolvimento posterior:
Aproximando-se o final dos anos 50, os americanos culparam os educadores, principalmente os progressistas, pelo que julgaram ser sua derrota na corrida espacial;
Insistiram, então, na necessidade de se restaurar a supostamente perdida qualidade da escola
A ajuda federal foi solicitada e recursos foram alocados para reforma dos currículos de ciências, matemática, estudos sociais etc..
Novos programas, materiais, estratégias e propostas de treinamento de professores foram elaborados e implementados;
A intenção mais ampla, subjacente aos esforços, era enfatizar redescoberta a investigação e o pensamento indutivo, a partir do estudo dos conteúdos que correspondiam as estruturas das diferentes disciplinas curriculares;
A emergência de uma nova tendência:
Reconstituição do campo na Universidade de Rochester, em 1973;
Todos rejeitavam a tendência curricular dominante, criticando seu caráter instrumental, apolítico e ateórico, considerando assim o currículo como uma ciência;
Rejeitavam, as perspectivas behaviorista e empirista que caracterizavam a ciência social americana e a pesquisa em educação;
Tratava-se de reconceituar o campo;
No caso do currículo, a intenção central era identificar e ajudar a eliminar os aspectos que contribuíram para restringir a liberdade dos indivíduos e dos diversos grupos sociais;
A emergência do NSE na Inglaterra:
A sociologia na grã-bretanha seu desenvolvimento processava com bastante lentidão;
Mesmo com esse fato, um grupo de acadêmicos, inspirados em sua maioria pela obra de Fréderic Le Play, fundou a Sociological Society;
Criou também o instituto de sociologia e passou a publicar por muitos anos a revista Sociological Review;
O único centro acadêmico de estudos sociológicos era a London School Economics (LSE).
Durante o período de 1950-1980 novos rumos teóricos e metodológicos transformaram a feição do ensino e da pesquisa de sociologia na grã-Bretanha;
A base institucional da disciplina ampliou-se o que facilitou sua expansão;
A educação secundária na universidade, apesar da rejeição inicial por parte de alguns renomados centros; como por exemplo: Oxford e Cambridge; não ofereceram os cursos de Sociologia até 1955 e 1961.
Uma visão sintética dos temas centrais da análise crítica e sociológica do currículo:
O que se pode aprender dessa breve execução pela história da teoria crítica e da sociologia do currículo:
É que o conhecimento corporificado como o currículo educacional não pode ser mais analisado fora de sua constituição social e histórica;
O currículo, é uma área com testada, é uma arena política, é o conhecimento organizado para ser transmitido nas instituições educacionais;
Passa a ser visto não apenas como implicado na produção de relações assimétricas de poder no interior da escola e da sociedade, mas também como histórica e socialmente contingente.
Currículo e Ideologia:
Desde o início da teorização crítica educação, ideologia tem sido um dos conceitos centrais a orientar a análise da escolarização, em geral, e a do currículo, em particular;
O ensaio de Louis Althusser(1983), "a ideologia e os aparelhos ideológicos de estado", marca, naturalmente, o início da preocupação com a questão da ideologia em educação;
Aquele ensaio rompia com a noção liberal e tradicional de educação como desinteressadamente envolvida com a transmissão de conhecimento e lançar as bases para toda a teorização que se seguiria.
Currículo e Poder:
A visão de que a educação e o currículo estão profundamente implicados em relações de poder que da à teorização educacional critica seu caráter fundamentalmente político;
O poder se manifesta em relações de poder, isto é, em relações sociais em que certos indivíduos ou grupos estão submetidos à vontade e ao arbítrio de outros;
Na visão crítica, o poder se manifesta através das linhas divisórias que separam os diferentes grupos sociais em termos de classe, etnia, gênero etc...
O currículo é o conhecimento válido e importante, expressa os interesses dos grupos e classes colocados em vantagem em relação de poder;
O currículo irá constituir identidades individuais e sociais que ajudam a reforçar as relações de poder existentes, fazendo com que os grupos subjugados continue subjugados;
Currículo e Cultura:
Cultura e currículo constitui um par inseparável já na teoria educacional tradicional;
O currículo é uma forma institucionalizada de transmitir a cultura de uma sociedade;
Ele é visto, ao contrário do pensamento convencional, como fundamentalmente político;
A cultura não é vista como um conjunto inerte e estatístico de valores e conhecimentos a serem transmitidos de forma não problemática a uma nova geração, nem ele existe de uma forma unitária e homogênea;
Obviamente, a visão tradicional da relação entre cultura e currículo não ver o campo cultural como um terreno contestado;
Na concepção crítica, não existe uma cultura da sociedade, unitária, homogênea e universalmente aceita e praticada e, por isso, digna de ser transmitidas as futuras gerações através do currículo;
A cultura é vista menos como uma coisa e mais como um campo e terreno de luta, com isso esse terreno em que se enfrentam diferentes e conflitantes concepções de vida social, é aquilo pelo qual se luta e não aquilo que recebemos
Os antigos e os emergentes:
Currículo Oculto:
Criado para se referir aqueles aspectos da experiência educacional não explicitados no currículo oficial, formal, tecido central na teorização curricular crítica.
Apesar de certa banalização decorrente de sua utilização frequente fácil, ele continua importante na tarefa de compreender o papel do currículo na produção de determinados tipos de personalidade.
É necessário reintegrar o currículo oficial à análise do papel do currículo na produção e reprodução cultural e social, ao lado, evidentemente, do currículo oculto.
A história do Currículo:
Desnaturalizar e historicizar o currículo existente é um passo importante na tarefa política de estabelecer objetivos alternativos e arranjos curriculares que sejam transgressivos da ordem currículo existente;
Tem sido importante na tarefa de questionar a presente ordem curricular em um de seus pontos centrais: a disciplinaridade;
Essa disciplinaridade constitui, talvez, ou núcleo que primeiro deve ser atacada em uma estratégia de desconstrução da organização curricular existente;
Sobre as duas propostas:
Representaram diferentes respostas as transformações sociais, políticas e econômicas;
Representaram diferentes respostas as transformações sociais, políticas e econômicas;
Procuraram adaptar a escola e o currículo a ordem capitalista que se consolidava;
Dominaram o pensamento curricular dos anos 20 ao final da década de 60 início da década seguinte.
Sociologia da Educação:
Sociólogos britânicos com a liderança de Michael Young, se esforçaram para buscar novos rumos.
Enquanto nos Estados Unidos, uma análise sociológica do currículo caracterizou os estudos de professores mais ligados a Departamentos do Currículo e instrução.
No Reino Unido, principalmente sociólogos do Departamento de Sociologia Educacional da School of Education da University of London; conceberam a sociologia da Educação como uma sociologia do conhecimento escolar, ou seja, como uma sociologia do currículo.
A matriz desses esforços recebeu o nome de Nova Sociologia da Educação(NSE).
Os autores estão insatisfeitos com a injustiça e desigualdade social, com a condenação do papel das escolas e cursos na reconstrução da estrutura social.
Preocupados em construir uma escola e um currículo afinados com os interesses dos grupos oprimidos;
Passaram a buscar apoio em teorias sociais desenvolvidas principalmente na Europa
Escola de Frank Furt: uma das quais serviu de referencial a diversos teóricos preocupados com questões curriculares.
Educação e Currículo:
A educação e o currículo são vistos como profundamente envolvidos com o processo cultural;
Entretanto, há diferenças importantes a serem enfatizadas, a educação e o currículo estão, cinco, envolvidos com esse processo;
O currículo e educação estão profundamente envolvidos em uma política cultural, o que significa que são tanto Campos de produção ativo de Cultura quanto Campos contestados;
A educação e o currículo, atuam em partes integrantes e ativas de um processo de produção e criação de sentidos vírgulas de significações vírgulas de sujeitos;
Conhecimento e Linguagem:
Profundas implicações para teorização sobre o currículo;
São vistos como representação e reflexo da realidade e se fundamentam em um modelo racionalista e humanista do sujeito e da consciência;
Virada Linguística:
Chamado de o movimento pós-modernista;
Vem colocar em cheque essas concepções que constitui o núcleo mesmo de nossas noções de educação e currículo;
A "virada linguística" descentra o sujeito soberano, autônomo, racional, unitário, sobre o qual se baseia nossa compreensão convencional do conhecimento e da linguagem e, naturalmente, da educação e do currículo
A teorização crítica sobre o currículo, da qual a sociologia do currículo é um importante elemento, é um processo contínuo de análise e reformulação
A teoria crítica do currículo é um movimento de constante problematização e questionamento;
Nesse processo, novas questões e temos vem se incorporar aqueles que, desde o início, estiveram ao centro de sua preocupação;
Esta é uma história que é evidentemente ainda não terminou, mas na verdade, talvez esteja apenas começando.
Ao final dos anos 60 novas tendências ajudavam a compor o campo do currículo, favorecendo a analise e a compreensão de outras questões:
Não mais se super valorizavam planejamento, a implementação e o controle de currículos; os objetivos comportamentais e não se incentiva a adoção de procedimentos científicos de avaliação
Não mais se considerava a pesquisa educacional quantitativa como o melhor caminho para se produzir conhecimento;
Sociologia do currículo:
Voltada para o exame das relações entre currículo e estrutura social, currículo e cultura, currículo e poder, currículo e ideologia, currículo e controle social etc...
Entender a favor de quem o currículo trabalha e como faze-lo trabalhar a favor dos grupos e classes oprimidos.
Para isso, discute-se o que contribuiu, tanto currículo formal como no currículo oculto, para a reprodução de desigualdades sociais.
1950- 1980
Sociologia da Educação:
Influencias como: Marx, Weber e Durkheim nas análises sociológicas da Educação;
Segundo Bernstein (1975), os debates dos anos 50 focalizaram tanto a estrutura organizacional da escola como as origens sociais da inteligência e sua relação com o desempenho escolar;
Tendo como pano de fundo a preocupação simultânea com as necessidades da sociedade industrial e com maior justiça social;
A intenção era demonstrar, mas que compreender, as fontes institucionais da desigualdade em educação, o que explica os grandes levantamentos, na metade do século, que evidenciavam o desperdício em educação;
Anos 60:
O intenso desenvolvimento da sociologia da educação pode ser atribuídos aos seguintes fatores:
1=> mudanças na formação de professores, cujo curso passou de 3 anos para 4 anos, incluindo-se a disciplina em pauta nos conteúdos do ano adicional;
2=> criação de cursos de pós-graduação de sociologia da educação;
3=> Oferecimento de cursos da disciplina na Open University para professores formados;
4=> Concessão de recursos para pesquisa e bolsas para estudos pós-graduação pelo conselho de pesquisa em Ciência Social ( Young,1984).
Entrou, então para o currículo da formação de professores;
As novas influências teóricas, que afetaram os rumos da sociologia geral, afetaram também a sociologia da educação ensinada aos futuros mestres;
Uma nova sociologia da educação floresceu e estabeleceu como seu principal objeto de estudo o currículo escolar, aproximando-se, assim, da Sociologia do Conhecimento;
A NSE constitui-se na primeira corrente sociológica de fato voltada para o estudo do currículo;
O grande Marco de sua emergência tem sido considerado o livro editado por Young, Knowledge and control: New directions for te sociology of education (1971);
No qual foram reunidos artigos de diversos autores dentre os quais se destacam os de Basil Bernstein, Nell Keddie, Pierre Bourdieu e Geoffrey Esland;
Tornou-se o clássico na Sociologia do Currículo, escrito pelo próprio Young
"An approach to te study of curricula as socially organized knowleage"
Suas formulações tem constituído referência indispensável para todos os que se vem esforçando por compreender as relações;
1 more item...
Verificou-se o crescimento tanto da pesquisa social aplicada como do ensino de uma sociologia renovada;
A sociologia britânica popularizou-se, expandiu-se, e libertou-se, aos poucos, da tutela da sociologia Americana funcionalista;
A preservação do tipo de vida e da homogeneidade da comunidade:
A presença dos imigrantes nas grandes metrópoles, com seus diferentes costumes e condutas, acabou por ameaçar a cultura e os valores da classe média americana;
Como consequência foi necessário consolidar e promover um projeto nacional comum;
Restaurar homogeneidade em desaparecimento e ensinar as crianças dos imigrantes as crenças e os comportamentos dignos de serem adotados.
A escola e seu papel:
Vista como capaz de desempenhar papel de relevo no cumprimento de tais funções e facilitar a adaptação das novas gerações as transformações econômicas, sociais e culturais que ocorriam;
Coube, assim a escola inculcar os valores, as condutas e os hábitos "adequados".
O papel do currículo:
O currículo é um instrumento por excelência do controle social que se pretende estabelecer naquela época;
Viu-se como indispensável, em síntese, organizar o currículo e conferir-lhe características de ordem, racionalidade e eficiência;
Daí os esforços de tantos educadores e teóricos e o surgimento de um novo campo de estudos.
1° Proposta:
Uma voltada para elaboração de um currículo que valorize os interesses do aluno;
Representada pelos trabalhos de Dewey e Kilpatrick;
Contribuiu para o desenvolvimento do que no Brasil se chamou de escolanovismo;
2° Proposta:
Para a construção científica de um currículo que desenvolvesse os aspectos da personalidade adulta então considerados desejáveis;
Representada pelo pensamento de Bobbitt;
Constituiu a semente do que ainda se denominou de tecnicismo;
Anos 60: Os desafios da sociedade americana.
Racismo, desemprego, violência urbana, crime, delinquência, condições precárias de moradia para os trabalhadores;
O envolvimento dos Estados Unidos com a guerra do Vietnã representaram motivo de vergonha para os que desejavam ver a riqueza americana;
Sonhavam com a concretização de uma sociedade democrática, justa e humana.
A escola e suas críticas:
Denunciou-se que a escola não promovia ascensão social e que, mesmo para crianças dos grupos dominantes, era tradicional, opressiva, castradora, violenta e irrelevante;
Seria necessário transformá-la e democratizá-la ou então aboli-la e substituí-la por outro tipo de instituição( Moreira,1989)
Uma associada às universidades de Wisconsin e Columbia, mas fundamentada no neomarxismo e na teoria crítica, cujos representantes mais conhecidos no Brasil são Michael Apple e Henry Giroux.
Associada a tradição humanista e hermenêutica mais presente na universidade de Ohio, cujo principal representante pode ser considerado William Pinar.
Althusser e suas ideias sobre o mundo social:
Essas ideias seriam diferencialmente transmitidas, na escola, as crianças das diferentes classes:
Uma visão de mundo apropriada aos que estavam destinados a dominar, outra, aos que se destinava as posições sociais subordinadas;
Essa transmissão diferencial seria garantida pelo fato de que as crianças das diferentes classes sociais saem da escola em diferentes pontos da carreira escolar:
Os que saem antes aprenderiam as atitudes e valores próprios das classes subalternas, os que fossem até o fim seriam socializados no modo de ver o mundo próprio das classes dominantes
Althusser era explícito a respeito dos mecanismos pelos quais essas diferenciados visões do mundo eram transmitidas.
De forma geral, essa transmissão da ideologia estaria centralmente a cargo da aquelas matérias escolares mais propícias ao ensino de ideias sociais e políticas, como:
História, Educação moral, Estudos sociais, mas estariam presentes, também, embora de forma mais sutil, em matérias aparentemente menos sujeitas a contaminação ideológica, como Matemática e Ciências
Saber que o poder não é apenas o mal, nem tem uma fonte facilmente identificável, torna, evidentemente, essa tarefa mais difícil, mas talvez menos frustrante;
Na medida em que sabemos que o objetivo não é remover o poder de uma vez por todas, mas combatê-lo sempre;
Essa voltar levará não é uma situação de poder, mas as relações de poder transformados.
É uma nova fase desse sistema econômico, que surge em meio a um processo de revoluções políticas e tecnológicas, na segunda metade do século 18.
Herbert Kliebard
John Dewey
William Heard Kilpatrick
John Franklin Bobbitt
Duas grandes correntes desenvolveram-se a partir da conferência:
Michael W. Apple
Henry Giroux
Universidade Wisconsin
Universidade Columbia
Universidade de Ohio
Wiliam Pinar
Departamento de Sociologia da Educação do Instituto de Educação da Universidade de Londres.
Basil Bernstein
Pierre Bourdieu
Michael Young