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O TEMPO DO DESIGN PARTICIPATIVO - Coggle Diagram

- - - - Usado para se referir ao número de horas a disposição para um projeto, ao gerenciamento das atividades e à percepção disso possuída pelos diversos atores envolvidos.
      - Pode ser
        
        Fenômeno Objetivo
        
        É um elemento independente do contexto e do projeto, imposto externamente e que pode ser dividido em intervalos e estruturado a partir dos objetivos estabelecidos.
        
        Fenômeno Social
        
        O projeto torna-se o resultado das instituições que atuam nele, porque cada uma é caracterizada por seu próprio tempo que, consequentemente, influencia o “tempo global” (DILLE e SÖDERLUND, 2011).
        
        :star: Quando o projeto é mais complexo porque os atores envolvidos respondem a regulamentações, leis e dinâmicas diferentes e têm um histórico limitado de trabalho em conjunto (DILLE e SÖDERLUND, 2011).
        
        Alinhamento temporal
        
        :star: Situação onde estão alinhadas as percepções de tempo e velocidade de ação dos diferentes atores e sincronizadas as atividades e as fases.
        
        Quando a complexidade chega a nível temporal e para o desenvolvimento de um projeto são necessários inúmeros esforços de integração e discussões sobre as regras a serem seguidas.
        
        Desalinhamento temporal
        
        Uma situação onde as fases e a sua implementação diferem e geram problemas de sincronização e colaboração.
- - - - Refere-se a soluções multidisciplinares e flexíveis capazes de ir além dos limites institucionais, de gerar mudanças duradouras e de melhorar problemas sociais amplos.
      - Elementos Fundamentais:
        
        a origem bottom-up da solução, a participação das pessoas interessadas no processo e sua capacitação, que permitem uma redistribuição do poder de decisão da sociedade.
        
        Design ajuda a favorecer e promover soluções através da sua ação interdisciplinar e da capacidade de desenvolver respostas e estratégias para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
        
        Design focado em Inovação Social. Exemplos:
        
        toolkits para o desenvolvimento de projetos no âmbito social de IDEO
        (2009), Frog (2012), Kimbell e Julier (2012);
        
        As pesquisas da rede DESIS1, do centro NESTA2, do Centre for Social Innovation,
        
        “Participação” e “local” são dois conceitos chave no âmbito do Design para Inovação Social que consideram, sobretudo, as inovações sociais na ordem do cotidiano, ou seja, as soluções efetuadas pelas pessoas interessadas e capazes de responder às necessidades cotidianas não atendidas pelo governo e pela indústria, e de produzir mudanças no tecido social local (MANZINI, 2007).
  - - - As mudanças ocorridas ao longo das décadas no âmbito industrial, a evolução do papel e da percepção do usuário e a ampliação do objeto de projeto a âmbitos diferentes dos tradicionais – como serviços e bens intangíveis – (RIZZO, 2009)
      - Designers socialmente engajados começaram a se preocupar mais com encontrar solução às consequências negativas do consumo de massa e da produção industrial, e com a crise dos modelos de welfare (EMILSON, SERRAVALLI e HILLGREN, 2011)
- - - - 1) Com base no critério de homogeneidade fundamental, ou seja, na uniformidade de experiências. Era necessário que os designers tivessem aplicado metodologias participativas em projetos que visavam melhoria da população envolvida.
      - 2) Depois, uma seleção com base no critério de heterogeneidade: os projetos necessitavam ter sido realizados por designers com diferentes níveis de experiências mas em contextos semelhantes.
      - :checkered_flag: No artigo, foram realizados projetos de DP em uma favela do Rio de Janeiro e nas experiências vivenciadas por três designers brasileiras em projetos participativos de cunho social no Brasil.
        
        1° caso: os dados foram coletados por meio de diário de campo.
        
        2° caso: dados coletados por meio de entrevistas.
  - - - Houve colaboração com uma ONG local para:
        
        permitir acesso e a ação em um território gerenciado pela criminalidade local;
        
        a organização tinha um amplo conhecimento do contexto e suas regras;
        
        e possuía uma infraestrutura útil ao desenvolvimento do projeto e era conhecida localmente.
    - - 1) Fernanda de Oliveira Martins: designer há 30 anos, concentrou-se em um projeto realizado para a Associação de Artesãs Ver-as-Ervas:
        
        Tratou-se do desenvolvimento de um sistema de identidade visual de um grupo de vendedores de ervas que operavam no Mercado do Ver-o-Peso em Belém.
        
        Foi utilizado metodologias participativas para inserir a comunidade no mercado e também promover sua autoestima, valorização e reconhecimento.
        
        2) Jeanine Torres Geammal: designer e professora da Escola de Belas Artes da UFRJ. Desenvolveu um projeto junto com as Mulheres da Palha:
        
        Uma comunidade de mulheres artesãs que trabalham com a palha de carnaúba em Juazeiro do Norte.
        
        A comunidade apresentava condições de vida precárias com uma baixa taxa de educação, falta de serviços básicos (como água, transporte, etc).
        
        Os designers focaram em melhorar o produto feito pelas artesãs e em ações mais amplas para influenciar e promover a organização e integração do grupo.
        
        Projeto universitário interdisciplinar desenvolvido por professores e alunos, financiado pelo banco Santander.
        
        3) Samara Tanaka: designer carioca, realiza pesquisa e projetos independentes sobre a Inovação Social. Focou-se na atividade Design Aberto P2P (realizada pela MECCA Verde) e suas pesquisas independentes, as realizadas no Complexo do Lins, uma favela do Rio de Janeiro.
        
        Design Aberto P2P: acontece no Complexo do Alemão, favela do Rio de Janeiro, e usa ferramentas e o processo de Design para promover maior ativismo da comunidade em relação à realização de seus próprios desejos e satisfação de suas necessidades, através de interação pessoal.
        
        Complexo do Lins: explora como um designer pode promover a participação política das pessoas na resolução das questões presentes em um território. Também realiza-se um contato direto com o contexto.
  - - - São, frequentemente, projetos de natureza interinstitucional:
        
        Complexo de favelas da Maré: três atores (designer, a ONG e o contexto);
        
        Mulheres da Palha: envolvia um banco, designers, grupo de artesãs e os atores do contexto loca;
        
        Por Martins: designer, comunidade artesanal e uma instituição;
        
        Tanaka: designer, a população e em alguns casos, uma instituição.
    - - QUATRO ELEMENTOS QUE DIFEREM DO IMAGINADO E ATUADO PELO DESIGNER:
        
        2) O tempo da mudança: a velocidade da evolução é determinada por diferentes fatores (como por exemplo a complexidade das situações, as características da população e território, etc).
        
        3) A velocidade de participação: quando a participação e compreensão não acontece, a duração do projeto se expande. É preciso considerar: conscientização e compreensão em relação a proposta, o alcance da participação e a familiarização/preparação das técnicas e ferramentas.
        
        4) As normas temporais dos colaboradores: nesses casos, houve a colaboração de designers com ONG's. Mostrou-se que as normas temporais deste tipo de parceiro diferem das do designer, dificultando a colaboração, entendimento e implementação.
        
        Com isso, uma solução é que os designers dediquem uma parte do tempo inicial para entrar em contato e ter uma inserção no contexto, a compreensão das regras e criar uma relação com os participantes.
        
        1) O ritmo local: o tempo da execução das ações do designer não é o mesmo que o tempo do contexto;